Uaréva! Moura,Moura em Série,Seriados 10 séries que perderam seu protagonista – Nº2: The OC

10 séries que perderam seu protagonista – Nº2: The OC


Nem só de cantoria e empoderamento vivem as série adolescentes. A prova disso é o sucesso da próxima série que vamos elencar aqui entre os seriados que perderam seu protagonista.

Como vou falar sobre coisas que acontecem muito à frente em todas as séries, já deixo avisado que é impossível evitar os SPOILERS.

Então prepare o protetor solar, porque você vai ser um estranho paraíso na ensolarada Califóóóóóóórniaaaaaaa, enquanto falamos da próxima série da lista.

Nº 2: The OC

The OC estreou no ano de 2003 (meu deus como eu to velho), produzida pela Warner e trazia a história de um grupo de adolescentes que viviam em Orange County (entendeu?). A Warner procurava um novo Barrados no Baile, pois outras séries com temática teen, apesar de se tornarem cults, tiveram uma vida curta, como Freaks and Geeks e My So-Called Life. Foi assim que nasceu a história de Ryan – vivido pelo futuro James Gordon, Ben Mckenzie.

Ryan é um adolescente problemático, que é salvo da cadeia pelo advogado Sandy Cohen (Peter Gallagher), um idealista que se identifica com o jovem e acaba por abriga-lo em sua mansão na paradisíaca Orange County, mesmo a contragosto de sua esposa, Kirsten (Kelly Rowan). É na mansão dos Cohen que Ryan conhece Seth, papel de Adam Brody, um garoto ingênuo e nerd, de quem se tornará uma espécie de irmão adotivo. Seth é apaixonado pela patricinha Summer (Rachel Bilson), que acaba ficando a fim de Ryan.

Mas o interesse de Ryan é imediato por Marissa, interpretada por Mischa Barton, a vizinha da mansão dos Cohen, filha de Jimmy (Tate Donovan) e Julie Cooper (Melinda Clarke), e namorada de Luke (Chris Carmack).

O foco da série é exatamente como as aparentes perfeitas famílias da alta sociedade da cidade escondem segredos obscuros. E o núcleo da família Cooper é o principal exemplo disso. Jimmy está envolvido em escândalos financeiros, Julie é uma mulher manipuladora e interesseira, Luke é um atleta popular, porém com um péssimo caráter.

Quando o mundo de Marissa começa a desmoronar, ela entra em uma espiral de problemas pessoais decorrente da família disfuncional e do relacionamento abusivo com o namorado. Assim, ela se envolve com abuso de álcool e se torna cada vez mais revoltada. E é na amizade com Ryan (e, por consequência, Seth e Summer) em que ela encontra algum alento.

Claro que a amizade se transforma em amor e o casal Marissa e Ryan passam a desenvolver um relacionamento, muito baseado no apoio mútuo que eles se dão – ele por conta do passado problemático, ela pelo presente difícil de ver sua família se desfazendo.

A série então se firma com os roteiros se baseando principalmente nesses relacionamentos entre os personagens adolescentes: Marissa e Ryan, Seth e Summer. Enquanto o segundo casal costuma apresentar uma tônica mais leve e engraçada, o primeiro tem mais base no drama, com direito a brigas clandestinas, drogas e falência. Porém com Ryan cada vez mais integrado a sua nova família e se encaminhando para um futuro muito melhor do que o esperado, a parte mais pesada do drama acabava ficando sobre Marissa.

Assim Mischa Barton, protagonista feminina da série, acabou mostrando diversas facetas de interpretação e alçou a fama. Ela estava na capa das maiores revistas do mundo, como a Cosmopolitan. Ícone adolescente, celebridade teen.

Mas a atriz revelou que não curtia a forma como a mídia explorava sua imagem.

É nesse momento, que surge uma cortina de fumaça sobre o que realmente aconteceu. As informações são nebulosas. O criador da série, Josh Schwartz afirma que a decisão foi puramente criativa, com o intuito de agitar as coisas no seriado. Mas algumas informações dizem que Mischa Barton estava extremamente desapontada com a fama, com a necessidade de se afastar dos holofotes, enquanto outras garantem que a quantidade de críticas à atriz e à personagem. Seja pelo motivo que for, o final da terceira temporada marcou o destino da adolescente.

Marissa Cooper morreu.

https://www.youtube.com/watch?v=xe6_nHCqDPc

Em um acidente de carro, sob os olhos de Ryan, a protagonista, desde sempre uma personagem trágica, encontrou um final tão triste quanto sua própria trajetória no seriado.

Schwartz confessa que, na manhã seguinte à exibição do episódio, ele se deu conta que as críticas eram menos importantes que a legião de fãs da série e de Marissa, e que suas primeiras palavras foram “Ah meu Deus, o que a gente fez?”.

Porém era tarde, Inês Marissa é morta.

Mischa Barton arrumou as malas e foi embora pra Europa, repensar a vida e arrumar a cabeça – não antes de se envolver com alguns escândalos envolvendo bebida e direção.

Falando em sériezinha adolescente, que tal ler o review que o Z fez de The 100?

De fato, toda a terceira temporada foi cheia de problemas: por pressão da emissora, o roteiro foi obrigado a forçar a mão no drama, com um formato mais novelesco. Uma visão mais sombria, adulta, trágica. Essa mudança deixou todo o elenco bastante frustrado por ver o seriado sendo deformado, assim como seus personagens. O ator Tate Donovan também comentou recentemente que o elenco juvenil estava se tornando insuportável. Com o sucesso na cabeça, estavam arrogantes e pareciam totalmente desinteressados em continuar fazendo o programa. Com o final da temporada se aproximando, os boatos sobre a saída de Mischa e o fim de Marissa começaram a surgir, e a atriz não teve problema nenhum em spoilar o fato em uma entrevista ao Access Hollywood horas antes do episódio ir ao ar, confirmando que ela estava deixando a série e que Marissa ia pro bico do corvo. Tudo isso meio que levou ao público e mídia concluírem que a saída era decisão da atriz – fato negado pelo criador da série. Talvez para colocar panos quentes, ele continua afirmando que nem Mischa nem o resto do elenco queriam que a personagem tivesse seu fim na trama.

A terceira temporada também introduziu uma nova personagem, que formou um triângulo amoroso com Summer e Seth: Taylor, uma patricinha sem amigos, com a atriz Autumn Reeser no papel. Ela tem um relacionamento distante com sua mãe e, apesar de inicialmente ser uma rival de Summer, ela acaba por entrar para o grupo e se tornar amiga deles.

Provavelmente percebendo os erros da temporada anterior, o quarto ano da série mudou drasticamente de tom. Todo o dramalhão parece ter morrido com Marissa, e os roteiros se tornaram mais cômicos, apostando em episódios engraçados e até fora da casinha – com direito a universo alternativo. E a personagem Taylor, muito mais leve e bem humorada que a falecida protagonista, combinou muito com essa nova pegada. A temporada começa, claro, com o elenco lidando com o luto, mas rapidamente se afasta disso. Assim Taylor ocupa o espaço deixado por Marissa, na trama, na turma e no coração de Ryan.

E isso acabou sendo sim, um problema. O relacionamento entre e nova personagem e Ryan foi sendo elaborado aos poucos, mas estava bem óbvio para o público que ele estava fadado a acontecer. Mesmo Taylor sendo uma personagem muito mais solar – e gostável – do que Marissa, foi inevitável: os fãs, que ainda não aceitavam a morte daquela que eles acompanharam por três anos seguidos, torceram o nariz para o novo romance. Talvez pela saída para a personagem ter sido a morte, e não uma viagem para outro país, por exemplo, revoltou a audiência, que rejeitou Taylor & Ryan.

O que foi, de certa forma, injusto. Em muitos níveis, Taylor era mais divertida de acompanhar do que Marissa. Se a filha dos Cooper sempre trazia consigo uma trama pesada, e normalmente era retratada como depressiva (e até monotemática), a nova protagonista era uma  nerd insegura, stalker, com pouco filtro para o que fala e muito engraçada. A química com Ryan também funcionava bem, com o contraste da personalidade sisuda do jovem. Mas o fantasma de Marissa ficaria sempre entre eles.

Dessa forma, com a soma de fatores, que vai desde a queda de audiência – motivada pela mudança de tom, a revolta do público pela morte, a rejeição à nova protagonista – até o já sabido desinteresse do próprio elenco em continuar, ficou definido que a quarta temporada de The OC seria a última, com apenas 16 episódios.

O episódio final é totalmente piegas, clichê, novelesco, mas digno. Casamentos, bebês, casais finalmente se acertando. E um final aberto para Ryan e Taylor, dando a entender que eles vão ficar juntos, mas não batendo esse martelo, em respeito ao público e aos fãs de Marissa.

Na vida real, Mischa Barton entrou, infelizmente, em uma espiral comparável a de sua personagem em The OC. Após um ano de sua saída da série, ela começou a se envolver em mais em ais escândalos devido ao abuso de álcool, e chegou a ser presa dirigindo embriagada. Em 2009 ela foi internada em uma clínica psiquiátrica pela mãe – os tabloides afirmam que por conta de uma tentativa de suicídio. O relacionamento com a mãe, também sua agente, era terrível. De acusações de roubo até processos judiciais. Seu comportamento profissional também ficava cada vez pior, dando chiliques e ataques de estrelismo, até ver seu nome queimado completamente na indústria.

Em 2017 ela voltou aos jornais após ser novamente internada em um hospital psiquiátrico, quando a polícia foi alertada por vizinhos que a atriz estava tendo um surto, totalmente transtornada no quintal de casa. Ela gritava, seminua, no meio da rua. Os bombeiros resgataram Mischa, e ela foi levada para exames.

Atualmente ela procura reconstruir, aos poucos, sua carreira tão abalada por tantas situações peculiares. Ela está no elenco do terror Ouija House, que estreou em maio desse ano.

Mischa / Marissa é um triste caso de vida que imita a arte. Esperamos, com um final feliz, depois de tudo.

Até o próximo episódio, com o último post dessa lista!

Designer gráfico por vocação, publicitário por formação, filósofo por piração.

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