Sinopse: Diana Prince/Mulher-Maravilha (Gal Gadot) em 1984, durante a Guerra Fria, entra em conflito com dois grande inimigos – o empresário Maxwell Lord (Pedro Pascal) e Barbara Minerva/Cheetah (Kristen Wiig) – enquanto se reúne com seu interesse amoroso Steve Trevor (Chris Pine).
CONTÉM SPOILERS
Tem uma máxima que sempre acho adequada para alguns filmes de super-heróis: “nem tudo que reluz é ouro”. No caso do segundo filme da princesa amazona, ela se encaixa perfeitamente.
Falta real grandiosidade a Mulher-Maravilha: 1984, assim como o primeiro filme já faltava. Esta nova aventura de Diana Prince busca ser maior e mais complexa tematicamente (como continuações sempre buscam ser) e se perde em cumprir bem essa meta.
O longa tem algumas sequencias de ação, premissas, intenções de mensagens e atuações interessantes, entretanto, lhe falta um norte narrativo construído com mais qualidade. Muitas das coisas soam artificiais (principalmente a escolha da época que se passa a história, que não se justifica de fato) e perde boas oportunidades de ir além de um filme de superpoderes, como quer soar ser.
Fiquei realmente incomodado de usarem o ano de 1984, o Maxwell Lord com cara de um “Silvio Santos” da época, falarem tematicamente sobre verdades e mentiras e não terem a coragem de deixar descaradamente a critica a mídia e as fake news, dando profundidade dentro de um entretenimento heroico (a Marvel já provou que é possível com obras como Capitão América: Soldado Invernal). Um filme que quer ser “filosófico”, mas não é de fato, é pior do que uma obra que busca ser somente diversão.
E nem coloco nessa análise todas os pontos sobre a Gadot ser declaradamente sionista e usarem tons desse conflito na trama, além da visão pobre e até machista que o filme coloca as mulheres – com uma Diana apática e apegada demais a um homem morto há mais de setenta anos e uma Barbara clichê numa releitura da Mulher-Gato de Batman: O Retorno.
Ah, tenho que comentar também a presença de Geoff Johns na produção (ele divide o roteiro com a Patty Jenkins), porque o considero como roteirista de cinema alguém bem fraco, que só sabe fazer novelinha pseudo-dramática com cara de série e cheia de saídas fáceis sem muita elaboração. Infelizmente, vemos tudo isso nas duas horas dessa continuação.
O filme não é ruim, intragável, mas se colocar na balança o primeiro se sai melhor e até Shazam consegue uma história mais bem montada (analisando serem dois filmes de tons mais leves e coloridos). Gosto da Patty Jenkins e da Gal Gadot, mas podiam ter feito um trabalho melhor.
Como li por aí, boa trilha e marketing colorido não salvam um filme que não tem um roteiro instigante e é cheio de previsibilidades. Uma pena, não é, nem de longe, o longa que a personagem ainda merece ter.
PS: Pelo menos temos uma cena pós-credito bem legal.