Falae garotos e garotas do Uarévaa. Aqui é o Zenon pra mais um Uaréview. Preparados? Nem eu, mas mesmo assim, vamos lá.
Hoje irei resenhar (ó que palavra bonita ) sobre um mangá que eu acho muito bom. Senhoras e senhores, lhes apresento Samurai X.
Muitos de vocês devem conhecer a série apresentada no Brasil como Samurai X que foi exibida (e estuprantemente CENSURADA pela tv Globo ) lá pelos anos 90. Mas eu vou focar aqui não na animação (que teve uma exibição decente alguns anos depois no Cartoon Network ) mas sim no mangá, que começou a ser publicado no Brasil pela editora JBC entre 2001 e 2002 (já viram que sou ótimo com datas, né?).
A série passa-se no Japão, durante a Era Meiji e conta a história de Kenshin Himura, um pacífico espadachim que prometeu a si mesmo nunca mais matar. Durante 10 anos, Kenshin vagueou pelo Japão até encontrar um lugar para ficar: no Dojo Kamiya. Este dojo era de uma jovem, Kaoru Kamiya, que ensinava kendo no estilo Kamiya Kashin (Espada para a Vida [como se espada desse vida pra alguém]).
Kenshin Himura tinha um propósito ao andar de terra em terra: A expiação pelas inúmeras mortes que causara durante o Bakumatsu (fim do bakufu/shogunato. Viram como a internet faz qualquer um parecer inteligente?), quando era um hitokiri (assassino retalhador), a serviço da Ishin Shishi (uma entidade de monarquistas que conspiravam para que a restauração do governo surgisse nas mãos do imperador. Amém, Wikipédia, amém.) pois acreditava que dessa maneira poderia abrir caminho a uma nova era. Nessa época, Kenshin ficou conhecido como “Hitokiri Battousai” (Battosai, o retalhador) por sua grande habilidade com o Battoujutsu, técnica que se realizava num movimento contínuo, pegando na espada (ui!) e realizando o corte, quase ao mesmo tempo. Mesmo com a vitória dos monarquistas, dando origem à Era Meiji, Kenshin arrependido pelas inúmeras vidas que tirou, decide nunca mais matar. Daí o andarilho vagabundo começa a morar junto com a dona de um dojo, Kaoru.
*abre parênteses* Viram como os japoneses são liberais? Um cara morando junto com uma garota sem serem casados, e ninguém comentava nada! Exemplo de sociedade. *fecha parênteses*
Com o passar do tempo juntam-se a eles o pirralho Yahiko que começa a treinar kendo com a Kaoru e o lutador de aluguel Sanosuke Sagara.
Mas é lógico que o mangá não tem esse clima de “ uma galerinha animada aprontando as maiores loucuras “ , não. Uma caralhada de inimigos surgem pra tomar satisfações com o Kenshin por alguma treta passada ou recente.
Como vocês podem ter percebido, o autor do mangá inclui MUITOS aspectos históricos do Japão, mas graças ao carisma dos personagens, ótimas cenas engraçadas e as intensas cenas de ação esses aspectos históricos não deixam a leitura “chata” ou parada.
História resumida, vamos aos personagens.
Kenshin Himura : Dono de um estilo mortal ( estilo Hiten Mitsurugi Ryuu ) agora se dedica a ajudar pessoas, e não a matá-las. Ele usa uma sakabatou, que é uma espada de lâmina invertida (siiim, a espada do Kenshin corta ao contrário.) o que impede que ele mate o adversário. Apenas quebra alguns ossos, rompa tendões e coisas mais fracas. Mas matar, não!
Durante a história, em determinadas situações (geralmente envolvendo seus amigos) ele fica numa sinuca de bico entre matar ou não o inimigo, quase tornando latente seu lado badass de espadachim retalhador.
Kaoru Kamiya : Dona do dojo e mestra (existe essa palavra?) substituta do estilo Kamiya Kashin, Kaoru é uma determinada e explosiva mestra(?) que esconde uma paixonite aguda pelo protagonista, e como toda boa obra oriental, demoram décadas pra se acertar.
Yahiko Mioujin : Órfão, o antes batedor de carteiras da Yakuza é “adotado” por Kaoru e Kenshin e começa a se empenhar na arte do Kendo afim de alcançar o nível de fodacidade de Kenshin e Sanosuke. Seu temperamento forte e explosivo o colocam inúmeras vezes em conflito com sua mestra(?²).
Sanosuke Sagara : O “cosplay de Ryu” era conhecido no submundo do crime como o lutador de aluguel Zanza. Mas depois de levar um cacete federal de Kenshin ele acaba se tornando um dos melhores amigos e principal parceiro de Kenshin nas batalhas. É chamado de “Sano” pelos amigos.
Vale lembrar ainda alguns outros personagens interessantes da saga como o okashira (chefe) do clã ninja, Aoshi Shinomori (à esquerda) que usa uma técnica fodassa utilizando duas espadas médias, e o “badass master” Hajime Saito (à direita) que lutou contra Kenshin em sua época de retalhador e é um dos únicos que consegue bater de frente com o anão ruivo.
Curiosidades:
– O personagem Kenshin Himura foi baseado num hitokiri (assassino) que existiu de verdade chamado Gensai Kawakami, que também era baixo, magro, gentil e com traços femininos. Lendo a história do cara você fica realmente impressionado.
– A principal diferença entre a versão mangá e o anime é o grau de violência. A série televisiva tem uma versão muito mais light, enquanto o mangá é bem mais hardcore.
– Fora a série animada, ainda existem dois OVA’s (Original Vídeo Animation) contando a infância e a época em que Kenshin era retalhador bem como a origem de sua cicatriz em forma de “x”. Esses longas, diferentes do anime, também não economizam nos litros de sangue.
– O autor Nobuhiro Watsuki é fãnzaço de comics americanos, e isso fica muito evidente em alguns personagens claramente baseados nos heróis/vilões dos comics. O próprio Nobuhiro admite as influências nos making off das edições.
– Apesar da série se chamar Samurai X aqui no Brasil, Kenshin não tem nada de samurai. Na verdade ele se encaixa no perfil de ronin (espadachim sem mestre, que não segue um código de honra) ou um andarilho (Rurouni) por isso a série original se chama RUROUNI Kenshin.
– No anime, pra representar o Kenshin num momento quase retalhador ligado no “Fuck off” eles mudam a cor de seu olho ( que é lilás [?!!!!] ) pra um dourado(como na imagem ao lado). Enquanto que no mangá eles simplesmente perdem o brilho e ficam apenas com um ponto preto no meio. (abaixo)
PS : Esse foi o texto feito no Word com mais “sublinhados vermelhos” que eu já fiz na vida. Word burro!
Zenon tem os 56 volumes do mangá, mais a edição especial e a enciclopédia “Kenshin Kaden” comprada em sociedade com a Srta Zenon.