Baseado no clássico romance ‘A Princesa de Marte‘ deEdgar Rice Burroughs, o filme ‘John Carter – Entre Dois Mundos’, que estreou no último dia 9/03, traz o peso de ser o pontapé inicial para uma nova franquia para os estúdios da Walt Disney, mas será que essa adaptação cinematográfica de um dos livros de John Carter de Marte irá cair no gosto do público, e melhor dizendo, será que ele conseguirá se pagar para que seja dada mesmo a continuidade nessa franquia?
É o que podemos descobrir juntos, depois de algumas considerações com essa resenha!
A história de John Carter no cinema é curiosa. Já houveram várias tentativas de levar o personagem a grande tela e reza a lenda que esse projeto começou nos idos de 1930! Ele até teve um filme lançado diretamente para vídeo, em 2009, chamado Princess of Mars.
Podemos até dizer que alguns filmesforam inspirados em JohnCarter of Mars, como: Superman, Flash Gordon, Star Wars,Dune, Avatar, etc.
Nomes como Robert Rodriguez (Sin City) e Jon Favreau (Homem de Ferro) já estiveram envolvidos com o personagem.
Mas foi em 2007 que, aproveitando um furo da Paramount, que detinha os direitos sobre a obra, a Disney entrou na parada e jogou, agora em 2012, a responsabilidade nas mãos do grande e premiado estúdio Pixar para que eles fizessem seu primeiro longa-metragem estrelado por atores reais, ao contrário dos já famosos filmes em animação dos quais eles já estavam acostumados a produzir.
Com direção de Andrew Stanton (Wall-E, Procurando Nemo), John Carter – Entre Dois Mundos mostrava ser um grande blockbuster! Mas ainda restavam algumas dúvidas… O filme que parecia seguir alguns elementos de filmes recentes como Conan – O Bárbaro, Fúria de Titãs e Prince of Persia, sinceramente me preocupava quanto a qualidade no roteiro, e durante os primeiros dos 132 minutos de filme, confesso que ainda não havia sacado se o filme conseguiria dar a volta nesse que é um dos maiores problemas atuais do cinema americano.
Parecia que as coisas estavam sendo contadas de uma maneira muito corrida no começo, pois o filme já começa com um embate aéreo entre duas “castas” de uma raça marciana, mas essa sensação logo passou. E deu para perceber aquilo que todo mundo já sabe, quando tem dedo da Pixar em alguma coisa é impossível que o roteiro ou o envolvimento na história seja deixado de lado, por mais que o mundo criado pelos caras seja tão fantástico (com vistasespetaculares, arquiteturasuntuosae personagensmarcantes), que já valeriam o ingresso.
John Carter, não conseguiu ser o melhor filme feito pela Pixar, porém como primeiro trabalho nessa linha, com certeza, terá espaço para tentar algo mais grandioso num próximo!
Talvez pelo fato do personagem ter uma história meio complexa, por seus detalhes e anos de aventuras, fica complicado dela ser contada em apenas um filme, mas uma coisa que reparei é que, ao contrário de filmes da Disney como por exemplo, Piratas do Caribe, que também se valem de grandes efeitos especiais e cenários fantásticos, John Carter não depende de um “Capitão Jack Sparrow” para ser bom. É aí que ele se destaca!
Me pareceu que a trama foi muito bem cuidada e foram respeitados todos os elementos dos quais Borroughs tratava em seus livros. O mais curioso é que não se valeram de todo nosso conhecimento atual em engenharia e tecnologia para fazer as aeronaves e armas, fazendo com que o filme ficasse com um aspecto futurista demais, pelo contrário, pode-se dizer que o tão em voga modelo de tecnologia “steampunk”, foi amplamente utilizado e de maneira com que tudo se encaixasse perfeitamente!
O figurino também é bem interessante e vai na vibe de filmes de fantasia como uma mistura de Nárnia, Senhor dos Anéis e Fúria de Titãs.
Ao contrário de Avatar, que mostra um cenário fantástico demais, mas com um roteiro nada convincente, o filme parece ter cumprido sua meta, ter aspectos extraordinários, personagens bem construidos, ótimos efeitos, boa história e acima de tudo, muito divertido!
Taylor Kitsch, mais conhecido pela sua atuação em Wolverine: Origins, no papel de Gambit se mostrou competente no papel do protagonista. Sua história dentro do filme é feita de forma não linear, envolvendo alguns saltos temporais de memória, o que deixou o clima do filme mais envolvente para o espectador, que ficava mais curioso a cada take de sua vida pregressa na Terra. A princesa Dejah Thoris foi feita pela bela atriz Lynn Collins, que também participou do fracassado filme do mutante com garras de adamantium, fazendo o papel de Raposa Prateada.
O marciano Tars Tarkas, feito por Willem Dafoe, agrada bastante e suas expressões faciais e corporais, assim como dos outros personagens marcianos feitos em CG, estão perfeitas! Assim como todos os movimentos e trejeitos caninos do alívio cômico e certamente o “queridinho” da criançada no filme, o grande cachorrão alienígena Woola.
Gostaria de ter assistido em 3D IMAX, algo que com certeza ampliou a experiência para alguns espectadores, mas infelizmente não consegui pegar o horário para essa sessão.
A Disney prometeu uma trilogia baseada na série Barsoom (como é chamado o planeta Marte na língua nativa), que teve 11 livros escritos. Mas isso, só se o filme superar a marca de pelo menos 700 milhões de doletas, pouco mais da metade do custo de produção que foi de 250 milhões. O que parece estar sendo uma missão impossível, visto a bilheteria nos EUA.
Seria legal se tivessemos pelo menos mais um filme da série nos cinemas. Quem sabe esse consiga ser aquilo que James Cameron tentou com seu Avatar, uma nova franquia que possa figurar entre os grandes filmes de ficção científica, assim como a primeira e clássica trilogia Star Wars de George Lucas!
Filme recomendadíssimo!
Nota: 8
Curiosidades:
Michael Chabon, que ganhou o Pulitzer de Literatura por seu livro The Amazing Adventures of Kavalier and Clay, é um dos escritores do roteiro.
2012 marca o 100º. aniversário do personagem John Carter, o herói espacial original apresentado na série Barsoom, de Edgar Rice Burroughs.
Desde 1935, vários cineastas tentaram fazer filmes baseados no livro A Princesa de Marte – o primeiro teria sido um longa de animação de Bob Clampett e se tivesse sido feito, o filme teria sido o primeiro longa-metragem de animação norte-americano, anterior a Branca de Neve e os Sete Anões da Disney.
Em 5 de junho de 2010, a equipe que trabalhava numa das locações, na cidade de Utah, encontrou um grande osso no solo, que mais tarde foi confirmado como sendo de fato um fêmur ou uma omoplata de um Sauropode, um dinossauro que poderia ter mais de 18 metros de comprimento. Para as cenas de batalhas entre os Zodangans e os Heliumites, mais de mil figurantes receberam bronzeamento em um tom pouco mais escuro do comum.
A tipografia antiga barsoomiana esculpida nas paredes dos templos sagrados no filme seguiram desenhos originais de marcas de fato encontradas na superfície do planeta Marte.
Trabalhando a partir da fonte original do material, um linguista foi contratado para criar todo um idioma Thark marciano, usando apenas algumas palavras mencionadas nos livros de Edgar Rice Burroughs.
Em Utah, existe um pequeno centro espacial chamado Mars Society Desert Research Station, que estuda a desértica área que dizem ter a geologia e a biologia (!?!) semelhante a Marte.
“Eles vivem. Nós dormimos” Não é de hoje que existe uma preocupação (ainda que, infelizmente, não venha acompanhada de alguma ação) sobre a possibilidade de