Uaréva! Literatura,Uaréview Uareview: Jack London e a Criatura de Salmon Pond

Uareview: Jack London e a Criatura de Salmon Pond


Sinopse: Na pequena cidade de Salmon Pond, no Klondike da época da corrida do ouro, uma série de mortes envolvendo uma misteriosa criatura, que poderia ser um lobo, um cão de trenó… ou algum outro ser, aterroriza a população e leva o escritor Jack London a uma investigação assustadora.

Eu nunca li nada de Jack London (1876 – 1916), autor, jornalista e ativista social norte-americano pioneiro no mundo das revistas comerciais de ficção e um dos primeiros romancistas a obter celebridade mundial e fortuna somente com suas histórias, como O Chamado da Natureza e Caninos Brancos.

Minha conexão com o escritor e conhecimento sobre os elementos que permeiam suas narrativas e estilo de escrita eram nenhuma quando li Jack London e a Criatura de Salmon Pond (Editora Draco, 2021). O pouco que sabia era que ele gostava mesmo de lobos em suas obras e esse ambiente de natureza, da mineração, tirada de suas vivências pessoais.

Jack London

Mesmo com esse “porém” meu, a obra produzida por Ana Lúcia Merege e Allana Dilene não perde em nada o encanto, sagacidade e qualidade. Tal ponto mostra o esmero das duas em fazer sua história sem esquecer que poderiam existir leitores como eu e, assim, não deixar o texto muito preso a conhecimento prévio sobre o autor para saborear o contado.

O livro tem uma narração fluída, que prende em seus detalhes bem descritos de cenário, ambientação e seus personagens muito bem construídos, daqueles que nos dão receio de morrerem e pena quando acontece.

Uma das coisas que achei mais interessante foi como as autoras buscam sair de clichês desse tipo de histórias, principalmente fugindo de estereótipos caricatos, simplórios que muitos poderiam cair facilmente. Por exemplo, na relação de Jack London com o Tenente Slocum, policial destacado para a investigação dos casos de assassinato, uma dinâmica que poderia ser de implicação mútua, discordância extrema, tem um tom bem mais de companheirismo – sem contar outros personagens que são bem mais do que parecem a primeira vista.

Um belo trabalho de aventura com tons de suspense, que me transportou para aquele período histórico (vale parabenizar também as autoras pela boa pesquisa) e ao mundo do escritor. Agora, preciso ir atrás de suas obras e, claro, de mais trabalhos tanto da Ana Lúcia quanto da Allana!

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SOBRE AS AUTORAS

Ana Lúcia Merege é carioca, aquariana e toma café o dia inteiro. Morou em Portugal, onde há 25 anos pôs o ponto final na primeira versão de “O Caçador”, e desde então já escreveu vários contos e livros solo, inclusive uma obra de divulgação sobre contos de fadas. Também atua como curadora de Manuscritos da Biblioteca Nacional. Mora em Niterói – RJ, com o marido e a filha, e não vê a hora de poder voltar a viajar, participar de eventos de Literatura Fantástica e conhecer lugares como o Alasca e a Patagônia.

Allana Dilene sempre tentou manter os pés no chão e a cabeça nas nuvens. É autora de contos publicados, aventuras de RPG, artigos acadêmicos e incontáveis rabiscos que não deixaram a gaveta. Natural de Alagoa Grande, no interior da Paraíba, estou Letras na UFPB e sempre teve fascínio por histórias nas mais diversas formas. Suas influências gravitam especialmente entre os gêneros de ficção fantástica, mas lê desde manual de instruções até bula de remédio.

Jornalista, Mestre em Comunicação, autor dos livros O Maior Espetáculo da Terra (Editora Penalux, 2018), MicroAmores (Escaleras, 2020) e Grãos de Areia (Urutau, 2022)

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