Uaréview – Universo Marvel #10

Por Vini

Esses dias estávamos discutindo no nosso grupo de e-mails que às vezes falta um pouco de notícias de quadrinhos por aqui no Uarévaa. Bom, não chega a ser tanto, pois volte e meia tem alguma coisa para ler sobre isso, mas é bem verdade que o número de matérias, em relação a outros blogs que também falam de quadrinhos, diminuiu bastante.
Eu mesmo sinto falta, porque quando eu era apenas um leitor do Uarévaa (não por ser um redator, mas é que hoje em dia não leio mais, rs) me amarrava nas notícias e reviews quadrinescos que pintavam por aqui. Então resolvi me mexer um pouco, já que me sobrou tempo, e fazer um post analizando a revista Universo Marvel, mas especificamente da última edição que saiu nas bancas.
Então, vamos a ela!

 

 
Bom, primeiro é bom dizer que a edição gira em torno de uma história do Quarteto Fantástico, ou melhor dizendo, deveria! A fantástica capa de Alan Davis, que remete instantâneamente à maravilhosa fase do Quarteto na época de John Byrne, faz a chamada para a história onde é o dia do aniversário do agora não mais pequeno Franklin Richards que ganha como presente aquilo que mais desejava: uma visita do Homem-Aranha! Sabe, essas histórias funcionavam bem antigamente, mas hoje parecem ser não mais do que encheção de linguiça pra mim. Principalmente quando erram no desenhista da bagaça!
Geralmente, quando havia uma comemoração especial, sempre eram feras que desenhavam essas histórias. Não tô dizendo que Neil Edwards seja um péssimo desenhista, mas seu traço simplesmente não funciona em quadrinhos de super-heróis. Ou pelo menos, não nessa história.
As crianças tem cara de adultos e acabam passando por anões bizarros e o meu personagem favorito, o Coisa, tá muito esquisito (isso sem mencionar a camisa à la Fiuk que o Pedroso tá usando!). Shame on you!
Mas voltando à história, ela faz aquele guéri-guéri todo mostrando as festividades, e no meio dela já dá pra perceber que existem pistas do que virá a ser o novo projeto de Reed Richards sobre a Fundação Futuro, bem como a presença do Aranha, que já tá fazendo essas pontas para a galera ir se acostumando com a fuça dele no Quarteto que não será mais quarteto. Aliás, outra coisa que deu pra sacar é que os uniformes dessa Fundação, são muito parecidos com os que o Quarteto Futuro (aquele grupo de fedelhos que andavam com um dragão sintético) usava! Nesse interim, uma figura misteriosa e familiar (tá bom, vai, o Franklin Richards do futuro) invade o edifício Baxter para avisar Valéria que o futuro tem de ser evitado a qualquer custo! É aí que eu acho que o desenhista, ou talvez o roteirista, marcaram toca de novo. Podiam ter feito uma sequência muito mais visual e dramática aqui, mostrando o desespero dos pais ao verem os filhos em perigo. Enfim, história passável, típica história fraca que sempre tem em um mix da Panini.
 
 
E antes de falar das histórias principais de verdade, ainda temos uma do Demolidor como o chefão “modafoca” do Tentáculo, tentando estabelecer um controle cada vez maior sobre Nova York. Para isso, ele declara a Cozinha do Inferno território do seu clã de ninjas chifrudos e dá à polícia local 24 horas para sair do seu bairro. Osborn se incomoda e manda o MARTELO cuidar da situação, e como diria o tiozinho narrador da Sessão da Tarde: “No confronto entre os federais cascas-grossa e esses ninjas sinistros, esse bairro da pesada vai se transformar numa verdadeira zona de guerra!“.
Andy Diggle manda muito bem nos roteiros do Diabão Destemido, mas acho que ele anda com o pé muito no freio em relação ao personagem. Se fosse nos anos 80, ele já tinha enfiado o pé na jaca e saido matando geral! O Demolidor tá muito comedido, mas cheio de posse de vilão do submundo, com troninho e tudo mais. Mas é só posse, ação que é bom nada. Tirando o discurso de Vingador Justiceiro de filme que passa no Domingo Maior e o fato dele ter pulado de peito aberto durante uma saraivada de bala do exército, acho que a série tem a chance de melhorar nos próximos capítulos.
 
 
Conseguiram fazer uma merda gigantesca com o Justiceiro: torná-lo um monstro de Frankestein. Mas apesar de tudo ir contra ele, como tomar pau do filho do Wolverine (QUE ISSO?!) e ainda por cima desenhado pelo fantástico Romitinha, não é que as histórias são boas?
E isso porque eles conseguiram dar um ar meio “Vertigo” as histórias dele. Acho que isso funciona perfeitamente num especial, mas trabalhar esses conceitos numa linha mensal é bem perigoso!
Nessa história, tentando reunir mais informações a respeito de seus mais novos alvos, Frank Castle (ou o que sobrou dele) chama seu parceiro Henry para desvendar o passado de Robert Halsgaard, o líder da Força Especial Caça-Monstros. O roteiro lembra muito algumas histórias da Era de Ouro dos quadrinhos, mas não só isso, os desenhos de Dan Brereton, artista conceituadíssimo quando o assunto é terror e pulp, também. Pra quem não sabe, ele foi o responsável pelos desenhos das histórias pulp Thrillkiller do Batman e das de terror-erótico de Vampirella. Além dele, o desenhista regular da série, Tony Moore manda muito bem nos traços dos monstrinhos.
A menção de “monstros gigantes atômicos” no Japão foi uma pusta sacada! Duvido que ninguém se lembre dos antigos e toscos seriados japoneses.
 
 
Agora sim vem o créme de la créme, as novas histórias do Hulk! Cara, faz tempo que não leio algo tão bom do Gigante Esmeralda (e do Vremêio tumêm)!
O jeito sacana e extremamente inteligente que andam retratando Bruce Banner tá foda! Na edição anterior, na luta dele contra o Dr. Destino eu só conseguia pensar: “Que foda isso!”. 
Nessa edição, Ed McGuiness tá com um traço bem melhorado, apesar de umas mancadinhas como por exemplo, a cena da página 15 e o Anjo parcialmente (e desnecessariamente) todo negro à contra luz. Jeph Loeb fez aquele feijão com arroz de sempre, mas a história tá boa. Nela o grupo de vilões denominado A Intelligencia, já com Reed Richards e o Dr. Destino sob seu domínio, manda o Fantasma Vermelho até Wakanda para sequestrar T’Challa, o Pantera Negra e Hank McCoy, o Fera, levando adiante seu plano de capturar as oito pessoas mais inteligentes do mundo. O Hulk Vermelho aparece para sabotar seu plano, mas acaba enfrentando alguns X-Men!
 
Na história seguinte, Greg Pak (roteiro) e Paul Pelletier (desenhos) mostram uma treta entre a Mulher-Hulk Vermelha e alguns Vingadores, com a ajuda do Cientista Supremo (Hank Pym) e de  Amadeus Cho que vergonhosamente faz uma “gambiarra-relâmpago” na armadura do Máquina de Combate durante a batalha, o único ponto negativo da história. Ainda é mostrado a equipe que Banner monta para ir atrás de Betty Ross e salvar o mundo, com Namor, Wolverine e  Skaar, o filho de Banner, entre outros.
Um dos pontos altos de história é o próprio desenho de Pelletier que se assemelha muito ao grande mestre Alan Davis. Já virei fã desse cara!
 

Na última história, Bruce Banner sai à procura de Lyra, a filha do Hulk com Thundra (cuja existência até então era desconhecida para ele) e o Hulk Vermelho tenta ajudar a mãe da garota a voltar ao futuro ao qual pertence. Mas é apenas quando Mago, Garra Sônica e Ardiloso a atacam que o Golias Escarlate tem a oportunidade de provar de que lado está. Nesse meio tempo, ainda enfrentam a defesa “vampírica” de Destino em seu castelo, vários Nosferatus sedentos de sangue!
Tá sendo legal acompanhar as novas aventuras do Hulk depois de Planet Hulk, eu recomendo!
 
 
 
Nota geral da revista: 8
Universo Marvel #10 (PANINI)
Mensal, formato americano, 148 páginas, papel Pisa-brite, R$ 14,90

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