O Homem-Coisa

“Nenhum homem pode ir contra isso sozinho. Algo está lá fora… Esperando.”
O Homem-Coisa


Tema Macabro

Originalidade é, definitivamente, uma palavra complicada de se usar no ramo artístico, especialmente nos quadrinhos, uma vez que basicamente tudo o que era original foi criado nos anos 40 e reinventado nos anos 60. Sobra muito pouco ou nada para se criar de (boas) novidades, e nem estamos nos referindo à atual escassez de criatividade que define os quadrinhos contemporâneos, mas sim de qualquer época posterior aos anos 60. O que nos traz ao Homem-Coisa.

Ted Sallis é um bioquímico, que foi contratado pelo governo para desenvolver um soro que tornasse humanos resistentes à doenças, garantindo proteção à soldados em caso de guerra biológica. A fórmula foi desenvolvida, mas tinha um terrível efeito colateral: transformara as cobaias em monstros. Outro cientista foi enviado para aperfeiçoar a fórmula, a fim de criar uma nova versão do Soro do Supersoldado (que criara, décadas antes, o Capitão América); Mas antes de conseguir completar seus experimentos, a base fora atacada por uma unidade terrorista que queria roubar a fórmula. Sallis injetou a fórmula em si mesmo para que não caísse em mãos erradas, mas acabou sendo morto pelos terroristas e jogado no pântano. Algum tempo depois, uma criatura de olhos vermelhos, formada por lodo e plantas surge no local onde Ted Sallis havia sido despehado, uma simbiode do corpo e da alma do cientista com o próprio pântano, produzida pela fórmula do Soro do Supersoldado não finalizada. Esse monstro passou a ser conhecido como o Homem-Coisa, e tornou-se um empata com inteligência primária e sem aparentes traços de humanidade, capaz de queimar pessoas com o seu toque quando elas sentem medo.

Homem-Coisa (The Man-Thing) foi criado por Stan Lee, Roy Thomas, Gerry Conway (história e roteiros) e Gray Morrow (arte) e publicado pela primeira vez na revista Savage Tales #1 de maio de 1971, um ano e meio antes do Monstro do Pântano. Coincidentemente, Gerry Conway e Len Wein (criador do Monstro do Pântano) dividiam um quarto juntos pouco tempo antes. Apesar dos pesares, ninguém na Marvel ou na DC (incluindo os autores) acha que se trata de fato de um plágio, e que isso seria apenas uma coincidência. Plágio ou não, os dois personagens lembram muito The Heap, criado em 1942. Independente da originalidade dos persoangens, e diferente do Monstro do Pântano (que alcançou grande status e popularidade, especialmente por conta da passagem de Alan Moore pelo título nos anos 80), o Homem-Coisa nunca foi de fato tão popular, apesar de ser uma referência “cult” no universo Marvel, tendo sido utilizado como coadjuvante, figurante, vilão e herói em diversas revistas da editora até os dias de hoje (tendo inclusive sido visto em sagas como Massacre, Guerra Civil e Reinado Sombrio).

Com a criação da Marvel Studios e a possibilidade da Marvel levar ela própria seus persoangens para as telas (e fazê-los fiéis às Hqs), segui-se uma série de filmes, podemos dizer de sucesso, como Homem de Ferro I e II, O Incrível Hulk e Thor, que serão seguidos por Capitão América e Os Vingadores, todos podendo ser considerados superproduções (e blockbusters com grande hype). Mas em 2005 a Marvel Studios decidiu produzir seu primeiro filme de baixo orçamento baseado em um personagem da casa, e assim foi lançada a produção The Man-Thing:

A história, levemente baseada nas hqs, muda bastante os elementos da história original, colocando Ted Sallis como um xamã nativo-americano e o monstro como uma criatura capaz de manipular a vegetação, mudando o cenário dos Pãntanos de Everglades para Lousiana (por acaso – ou não – o lar do Monstro do Pântano nos quadrinhos) e envolvendo uma empresa que querem drenar o pântano para retirar petróleo dali, entre outras coisas que colocam o filme com um foco de consciência ambiental (sim, num filme de terror, I know…). Para os fãs do gênero e dos comics, vale como curiosidade.

Curisidades:
– O filme do Homem-Coisa foi lançado diretamente para vídeo, pois a Marvel não acreditava no sucesso comercial do filme (aparentemente eles estavam certos). Mesmo assim, o filme foi lançado nos cinemas apenas na época do Halloween, para logo depois ser incluído em vídeo;
– Vários personagens do filme são nomeados em homenagem à autores e desenhistas do personagem, como Steve Gerber, Mike Ploog e Val Mayerik.

Na próxima Madrugada:
A ficção científica retorna ao cinema de terror no recente Splice.

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