Por Vini
Dirigido por Kenneth Branagh, o filme Thor, que estreou nesta sexta-feira aqui por aqui (uma semana antes dos nossos amigos americanos poderem assitir), trouxe toda mística e elementos clássicos do personagem aos cinemas brasileiros. Misturou alguns ingredientes até então inéditos nos filmes da Marvel, criando uma ponte do fantástico mundo de Asgard com nosso planeta e suas crenças e tecnologias, que aqui andam por caminhos separados, mas que para o poderoso povo asgardiano não passa da mesma coisa!
Aliás, interessante frizar que utilizaram a origem desse povo como sendo alienígena, o que já foi tema de muito debate nos quadrinhos. E pra mim essa é a melhor origem que o Thor poderia ter! Ela se encaixa perfeitamente para ele no mundo da Marvel.
Assim como deu certo para sua própria cronologia no cinema.
Mas antes que eu escreva mais alguma coisa, vamos a uma pequena sinopse do filme.
Thor é banido para a Terra, sem poderes, a fim de aprender uma lição de humildade, assim como foi mostrado em algumas histórias em quadrinhos, porém ele não perde a memória e nem assume a identidade do médico manco Donald Blake, diferente dos quadrinhos. Bom, a referência para o médico está lá no filme, seja na camiseta que ele ganha de Jane Foster ou na identidade falsa que apresentam a SHIELD para libertá-lo.
O filme começa com uma narração de Odin (perfeitamente interpretado por Anthony Hopkins), explicando a origem dos Asgardianos, que eram considerados deuses guerreiros para os povos nórdicos e que foram salvos de uma interminável Era do Gelo promovida pelos seus inimigos, os Gigantes do Gelo. Os poderosos Asgardianos, comandados por Odin, derrotam os Gigantes, que são banidos para Jotunheim sem sua maior arma, a Caixa do Inverno Eterno. Asgard e a Terra estão á salvo. Essa história está sendo contada para seus dois filhos, Loki (Tom Hiddleston) e Thor (Chris Hemsworth), ainda crianças, e que sonham em um dia serem reis. Odin diz que somente um deles irá se tornar o rei e será capaz de levantar o martelo místico Mjolnir.
O filme então corta para o presente, onde Thor está prestes a ser coroado o novo rei, mas a cerimônia é interrompida por um pequeno grupo de gigantes do gelo que conseguiram invadir Asgard para roubar o artefato que lhes foi tomado. O Destruidor, em sua primeira aparição, destroi os invasores, mas mesmo assim, isso não tranquiliza o conturbado Thor que pretende invadir o reino dos Gigantes e ameaçá-los de guerra caso seu povo desobedeça suas ordens. Ele viaja para Jotunheim com Loki e um grupo de amigos íntimos (Sif e os Três Guerreiros, Volstagg, Fandral e Hogun) na tentativa de ameaçar o líder dos gigantes de gelo, Laufey (Colm Feore) em não atacar Asgard novamente.
Essa é a parte do filme onde existe mais ação. O luta é empolgante e ver Thor rodopiando seu martelo, igual ao que fazia nos quadrinhos, detonando seus inimigos foi muito emocionante!
Resumindo, Odin chega em sua poderosa montaria e leva todos a Asgard. Logo após, expulsa Thor como castigo por ir contra as suas ordens e incitar a guerra com os gigantes do gelo, o enviando para a Terra sem poderes e sem seu martelo que cai em outra parte do deserto (conforme mostrado nas cenas pós-créditos do 2° filme do Homem de Ferro).
Thor encontra a equipe científica liderada por Jane Foster (Natalie Portman), com Erik Selvig (Stellan Skarsgård) e Darcy Lewis (Kat Dennings), logo após ser atropelado pelos cientistas que estavam investigando estranhos fenômenos acontecidos no deserto causados pela ponte Bifrost entre Asgard e a Terra.
O filme tem uma pequena quebra quando narra os acontecimentos aqui na Terra, e isso é fácil de explicar… depois de ficarmos maravilhados com as paisagens de Asgard e da luta na Terra do Gelo é compreenssível que algo se perca. Ouvi comentários de que o filme poderia se manter muito bem se fosse passado só na terra dos deuses, porém com certeza não existiria a mesma história de origem do Deus do Trovão. Era necessário que ele viesse pra cá para poder aprender sua lição de humildade.
O que acontece bem rápido! Mas tudo bem, foi bem mostrado. A ideia foi passada.
Ao contrário de sua redenção, a batalha final, que também foi rápida, incomodou e não mostrou profundamente as diferenças da relação entre os dois irmãos.
Aliás, fiquei pensando bastante nisso antes e depois de assistir o filme. Como deve ter sido difícil para Branagh transpor para o cinema mais de 50 anos de histórias do personagem, com tantos elementos para apresentar e todo esse lance de ter que amarrar a relação do personagem para um futuro filme de grupo, acho que o diretor acertou a mão ao mostrar o essencial, mas ele com certeza escolheu um caminho muito arriscado que é não ter preferido agradar os fãs de quadrinhos, ou seja, não mirou no público específico para tentar atingir à todos! Não só ele, mas os roteiristas do filme, entre eles o fantástico J. Michael Straczynski que participou como escritor. Mas senti que algumas coisas poderiam ter sido mais bem desenvolvidas.
Ainda assim, a história tem um roteiro bem amarrado, coerente e não existem furos. Pelo menos que eu tenha notado…
As cenas mais empolgantes aqui na Terra é a parte da luta contra a poderosa armadura de Odin, o Destruidor.
O robozão está perfeito! A bela Sif (Jaimie Alexander) tenta empalá-lo com sua lança e ele se contorce todo para atacá-la. Outra parte é a volta do Poderoso Thor! Foi de arrepiar quando o raio o atingiu antes da luta contra o Destruidor.
Chris Hemsworth deu conta do recado e passa bem pela transição do deus impulsivo e arrogante para o humilde herói. Tom Hiddleston por sua vez matou a pau com seu Loki e fiquei muito aliviado que ele não fez aquele personagem esgueirante com atitudes de bobo da corte meio fanfarrão, manja? A interpretação do cara foi realmente excelente. Como nos quadrinhos, o Deus da Trapaça é filho do rei dos Gigantes do Gelo e é criado por Odin desde pequeno, mas diferente dos quadrinhos, só descobre esta verdade depois de adulto. A transição de filho rejeitado à um vilão cruel é perfeita!
Natalie Portman, apesar de ser uma grande atriz, faz um papel sem muitas dificuldades, portanto não há muito para acrescentar em seu caso.
Idris Elba, está muito bem no papel do “porteiro” afro-nórdico Heimdall! Apesar de não ter nada a ver com sua contraparte nos quadrinhos.
Jeremy Renner como o Gavião Arqueiro tem uma participação meia-boca no filme. Na minha opinião, seria legal se ele pelo menos aparecesse com um uniforme mais diferente ou tretasse direto com Thor.
Quem ficou de fora, foi o melhor amigo de Thor, Balder, que pra mim fez falta no filme, mas perceptivelmente atrapalharia o desenvolvimento dele, por ser um guerreiro muito poderoso, provavelmente deixariam personagens como a Sif em segundo plano. Hum… melhor nãããão!