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Chronicle – Poder Sem Limites

Uaréview
por Moura

E se você tivesse o poder para afastar tudo que te faz mal?

Andrew é um adolescente nerd americano.
Ele adora sua nova câmera de vídeo, que usa como barreira entre ele e o mundo.
Seu pai é alcoólatra. Sua mãe está morrendo numa cama.
Ele não tem amigos, a não ser o primo, Matt, que eventualmente o carrega por aí.
Matt é o cara que tenta ser popular. Está cansado da luta por ser legal na escola.
O cara que corre atrás da garota dos seus sonhos, que o acha um babaca.
Steve é o astro do colégio. E carrega consigo toda panca de quem ostenta o título.
Quer ser presidente de turma. Quer ser presidente dos Estados Unidos.

Tudo muda quando esses três encontram uma misteriosa cratera.

Chronicle é um filme de superpoderes. Mas esqueça tudo que você sabe sobre super-heróis.
Esqueça até o que não trata de super-heróis, mas de pessoas com poderes, como Heroes ou Push.

Aqui, garotos são apenas garotos. E vão usar seus poderes para se divertir e se dar bem com garotas.
Telecinésia. Vôo. Superforça. Resistência sobre-humana. Dê essas habilidades para adolescentes de 17 anos e não espere que eles virem os Novos Titãs.

O filme é todo feito no estilo pseudo-documentário. Assistimos ao filme pela câmera de Andrew – mesmo que ele use sua telecinésia pra isso. E não só por ela. A direção trata de usar qualquer câmera ao redor para te situar – sejam os vídeos de uma colega blogueira, as câmeras de segurança espalhadas na cidade ou os celulares dos curiosos na rua. Em um tempo em que tudo é filmado o tempo todo, esse recurso se mostrou bastante eficaz, nos dando uma visão melhor dos acontecimentos, sem depender de estar na primeira pessoa do protagonista o tempo todo.

O enredo nos mostra, sem pressa e, ironicamente, sem demora, as etapas pelas quais passam os jovens protagonistas.
Cada um dos três tem sua própria idéia do que fazer com os poderes. Mas esqueça capas e colantes.
Chronicle está muito mais para Akira do que para Vingadores.

O “vilão” da trama é construído pouco a pouco. E é impossível não, ao menos, entender o que o motiva.
Sim, vilão entre aspas porque não é mal. É uma vítima dos fatos. Como muitos são. O próprio “herói” da trama afirma isso em dado momento.
E note que herói também está entre aspas.

De onde nasce o bem? De onde nasce o mal? Mais que isso: existe esse tipo de maniqueísmo?
Ou somos todos apenas resultados dos caminhos tortuosos aos quais somos jogados?

Quem assistiu ao trailer tem certa idéia do que acontece, mas vou evitar spoilers aqui.

O que posso dizer sem medo é que a trama se constrói aos poucos, nos fazendo identificar com o trio protagonista, até chegar ao ápice.
O clímax do filme é excelente. A idéia dos vídeos amadores ajuda muito nos efeitos, mas eu, pelo menos, me senti dentro daquela loucura toda.
Efeitos muito bons em uma cena final que dá de dez nas resoluções dos filmes Marvel. É sufocante, angustiante, assustador.

Enfim, não é um filme épico ou histórico. Mas é um ótimo filme para ser apreciado.
E para ser repensado eventualmente.

Afinal, se você tivesse o poder, você tem certeza que não faria o mesmo?

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