Buenas galera.
Seguinte: Depois do podcast da outra semana sobre Superfilmes, nosso caro Algures me passou – er, digo, me emprestou seu DVD sobre essa pérola quase perdida dos telefilmes de super-heróis.
O treco é praticamente um spin-off da série camp do Batman, logo, se encaixa aqui no Moura em Série.
Então vamos à análise da tosqueira?
Na real são dois especiais produzidos.
No primeiro, a Legião do Mal, formada por Mordru, Sinestro, Solomon Grundy, Charada, Mago do Tempo, Giganta e Dr. Sivana se reúnem para executar um plano maquiavélico: explodir o mundo.
Tipo, só isso mesmo. Explodir o mundo. É. Eu sei.
Enfim, Sivana liga sua bomba, que fica dentro do quartel da Legião (vá se lá entender) e de alguma forma a Liga da Justiça recebe um fax avisando do perigo.
A Liga, formada por Batman e Robin (interpretados, claro, por Adam West e Burt Ward), Lanterna Verde, Flash, Capitão Marvel, Canário Negro, Caçadora e Gavião Negro estava homenageando o herói das antigas, Ciclone Escarlate, agora chamado de Homem-Aposentado.
Assim, Batman debanda o grupo para encontrar o esconderijo da Legião do mal e desativar a bomba. Como, obviamente, ainda não existia celular e pelo jeito a equipe não tinha verbas suficientes para comunicadores, fica combinado de qualquer pista que encontrarem, será deixado um recado no posto de gasolina.
É. Eu sei.
Sinestro sabota o Batmovel, que começa a dar problemas na estrada. Quando Batman e Robin param para consertar o veiculo no posto, eles nem desconfiam que, perfeitamente disfarçado, o irreconhecível frentista é na realidade Solomon Grundy.
Mas Grundy acaba revelando seu disfarce, o que o leva a dar uma bela surra no cruzado embuçado, que foge do local com seu garoto prodígio.
Os planos dos vilões continuam, tentando atrasar os heróis que correm contra o tempo para desativar a bomba. Assim, o Charada deixa uma charada que intriga o Lanterna Verde – manda que ele encontre sua sorte para encontrar a bomba.
O Lanterna, intrigado, fica surpreso ao encontrar uma cigana em seu caminho. Mas a cigana é na realidade Sinestro disfarçado.
Um parênteses aqui. A cena é foda de engraçada. Charlie Callas que faz o Sinestro é um comediante das antigas, e, carajo. Mijei-me de rir com ele. Quando ele comenta o anel do Lanterna (hummm… boiola) e o genial herói nota que a cigana tem um anel semelhante, dizendo que isso só poderia significar algo, Sinestro pula e exclama: QUE NÓS ESTAMOS NOIVOS??
Detalhe também pro versinho hilário que ele faz depois que Hal declama o juramento dos Lanternas.
Gavião Negro e Canário Negro chegam um de cada vez, ao posto, e são capturados por Grundy.
Enquanto isso, Capitão Marvel encontra uma charada dizendo que ele deve encontrar dentro de si a resposta para a charada. Logo, ele resolve se consultar com um psiquiatra que está ali, no meio do nada, com um consultório cenográfico. Mas ei… Este psiquiatra é o Charada disfarçado!
Não, os heróis desse filme não primam nem um pouco pela inteligência.
O Charada enrola mais um pouco o Capitão Marvel – numa atuação divertida de Frank Gorshin, repetindo o papel da série do Batman.
Alias, falando nele, por onde anda a dupla dinâmica?
Correndo por aí, claro. A pé, eles precisam encontrar uma maneira de irem atrás dos vilões.
E, como por mágica, eles encontram a pequena revenda de carros usados do Joe Honesto. Batman e Robin resolvem comprar um carro para poderem chegar mais rapidamente ao seu destino. Depois de negociarem um fusca usado, que Joe jura que teve como único dono sua mãe velhinha que só o usava para ir à missa, Batman percebe que esqueceu o cartão de crédito no Batmovel (e anos depois vimos que ele aprendeu a lição) e só tem 50 dólares consigo. Ele só leva o suficiente para que não faça falta se perder.
Assim a dupla compra uma moto velha com aqueles carrinhos caroneiros.
Mas a moto e o carrinho estão em péssimo estado e só servem para atrasar os heróis. Na realidade, Joe Honesto era o Mago do Tempo disfarçado.
Ta, eu sei. Burros como portas.
Assim, com várias confusões acontecendo na busca pelo esconderijo dos vilões, tudo em um cenário baratinho que parece um parque, Capitão Marvel consegue ludibriar Grundy, salvar seus amigos e Batman finalmente deduz onde fica o covil.
Mas Dr. Sivana tem ainda um último plano!
Ele criou uma fórmula que tira temporariamente os poderes dos heróis! Conveniente, não?
Mas como fazer para que os heróis bebam a fórmula? Simples! Sivana se disfarça de velhinho e abre uma barraquinha de limonada!
Os heróis, no caminho do resgate, são convencidos pelo doce idoso a comprarem sua limonada, e todos perdem os poderes!
Assim os Superamigos conseguem fazer a turma do Chaves parecerem um grupo de neurocirurgiões.
Batman e Robin arrumam dois Jet-skis e vão a caminho da Ilha dos vilões, mas Mordru arruma seu próprio Jet-ski e começa a despistar os heróis.
Lanterna Verde e Capitão Marvel seguem de perto, de bote, assim como Caçadora e Canário, de pedalinho.
Mas sem poderes, os heróis não têm chance contra a Legião, que decide comemorar. Giganta, que até agora não fez nada, só serviu no telefilme para servir uma bandeja de drinks aos vilões. Sexismo é pouco. Mas foi Grundy que serviu os coquetéis. Que claro, utilizou-se da formula de Sivana para tal.
Os vilões também perdem os poderes, e logo os heróis chegam e o pau come na casa de Noca. Os bonzinhos, claro, vencem e a bomba é desativada um segundo antes de explodir! VIVA!
O filme ainda guarda uma gag final, com o Homem-Aposentado aparecendo horas depois no covil, tentando desativar a bomba.
E é isso. Consegui ver tudo isso sem meu cérebro derreter. E ainda tive a manha de ver o segundo, que fica pra outro post.
O filme é um festival camp cheio de piadinhas e inclusive aquelas risadas de platéia do Chaves, saqualé? Realmente algo que eu não imaginava ver um dia.
Vale a olhada? Sei lá. Curiosidade mórbida, quem sabe?
Ok. Muito mórbida.
Até o próximo episódio.