Diferente dos outros heróis “pesos-pesados”, o Lanterna Verde nunca foi hábil na luta corpo-a-corpo. Por isso, um dos maiores atrativos das suas histórias sempre foi à mistura de dois ingredientes que, a princípio, não combinam: magia e ficção científica. Os poderes mágicos do Gladiador Esmeralda estavam sempre bem-amparados por roteiros repletos de ficção científica, que garantiram grandes aventuras e momentos inesquecíveis.
A saga que pode ser considerada como “a maior de todas” pelos fãs aconteceu no ano de 1970. Com textos de Denny O’Neil e desenhos de Neal Adams, Hal Jordan aceita o desafio de seu amigo Arqueiro Verde e parte numa viagem pelos Estados Unidos, a bordo de uma camioneta e com a companhia de um Guardião do Universo, para conhecer os “verdadeiros problemas da América”. Depois de confrontar o racismo, a fome, as drogas e a miséria, o Lanterna Verde viu que, mesmo tendo a arma mais poderosa do universo nas mãos, muitas vezes, ela não era suficiente. Esse arco de histórias pode ser definido como um clássico dos quadrinhos de super-heróis, colocado por alguns como um dos pontos de partida para o lado mais sério que viria nos anos seguintes nas histórias de super-heróis.
No pós-crise, de cara aponto Amanhecer Esmeralda como outro clássico. Na história vemos os primeiros dias de Jordan como Lanterna, seu treinamento e descobertas, culminando na derrocada do Lanterna Sinestro, que dominava seu setor espacial com mãos de ditador e foi descoberto por Hal. Temos também a famigerada Crepúsculo Esmeralda, onde Jordan enlouquece depois que sua cidade Coast City foi destruída. As imagens de Hal Jordan enlouquecido derrubando os Lanternas Verdes um a um; e colocando seus anéis nos dedos são eternas. A maneira como ele mata os Guardiões do Universo e o assassinato de seu amigo Kilowog, que ficou reduzido apenas ao seu esqueleto, deixaram fãs do mundo inteiro incrédulos. Pra arrebatar, veio a cena em que Jordan destrói seu anel, pisando sobre ele. Essa história tornou-se especial também porque marcou o fim da era Hal Jordan e o início dos tempos de Kyle Rayner.
Sobre Rayner, não podemos dizer que tenha grandes histórias em seu currículo. Tem boas participações como integrante da Liga da Justiça de Grant Morrison (saída aqui na saudosa Melhores do Mundo) e uma mini que destaco: Gerações Esmeralda/Gerações do Medo. Nessa mini-série, uma entidade do medo se encontrava em três épocas diferentes com Alan Scott (primeiro Lanterna Verde da Terra), Hal Jordan e Kyle, só sendo derrotada pelo último, que ao contrário dos outros que fugiam do medo, se permitia ter medo e, assim, saber como controlá-lo.
A introdução das histórias da Tropa dos Lanternas Verdes (publicada no Brasil na extinta revista Superamigos) também foi um marco para os leitores brasileiros, bem como a saga Odisséia Cósmica, onde, por pouco, John Stewart (um dos inúmeros lanternas da Terra, que por sinal é bem privilegiada) não cometeu suicídio após, por arrogância, ser culpado pela explosão de um planeta inteiro.
Como vocês vêem o passado já trouxe coisas boas para os fãs do personagem, e o futuro, pelo menos próximo, aponta para o mesmo. Afinal, a revista do Lanterna, e também da Tropa dos Lanternas Verdes, é considerada a melhor publicação atual da DC Comics, tanto por crítica quanto público, e esse ano promete ser melhor ainda com a mega-saga A Noite Mais Densa chegando, onde todas as tropas coloridas criadas ao fim da Guerra dos Anéis se uniram para combater a Tropa Negra.
Pois então, se sente na cadeira de seus PC´s, ou se preferirem em qualquer outro trono, e acompanhem o que o futuro nos reserva para um dos personagens mais legais dos quadrinhos, e do qual sou muito fã.