Recentemente o site do Universo HQ colocou uma noticia interessante:
Em parceria com a AniBoom, a Marvel Comics está promovendo um concurso que pode tornar realidade o sonho de milhões de fãs em todo o mundo. A competição consiste em criar motion comics (quadrinhos animados) das séries Hulk vs. Wolverine e Nova combinando imagens, áudio e roteiros previamente disponibilizados pela “Casa das Idéias”. Os candidatos deverão enviar as sete primeiras páginas de cada série até o próximo dia 5 de outubro. Os 50 trabalhos mais votados no site da AniBoom (http://www.aniboom.com/Competition/Marvel/rules) ganharão uma assinatura anual dos quadrinhos digitais da Marvel. No dia 19 do mesmo mês, serão divulgados os cinco finalistas que automaticamente receberão dois mil dólares. Eles terão acesso a novos arquivos para produzir as outras páginas e completar as HQs animadas. O ganhador dos dez mil dólares, que também verá seu trabalho publicado no site da Marvel, será anunciado no dia 23 de novembro.
Esse passo da Marvel leva para um outro patamar um “fenômeno” que acontece em vários países e inclusive aqui no Brasil está dando seus primeiros passos: um maior diálogo e cooperação de empresas com produtores e fãs de quadrinhos.
Aqui em nosso país gostaria de destacar um projeto que tem aberto espaço para produtores independentes da nona arte: a Oi Quadrinhos. O projeto estreou ano passado com um site da operadora de telefonia móvel, a primeira produção foi a HQ online A Corporação, também disponibilizada para celulares. Esse ano o projeto se ampliou trazendo ao todo 24 histórias produzidas por autores e desenhistas diversos.
Participam nomes como André Dahmer (Os Malvados), Julio Shimamoto (Samurai, Metal Pesado) e Jean Dias (Highlander e Red Sonja), além de artistas provenientes de outras mídias, como Fernando Caruso (Zorra Total e ZÉ – Zenas Emprovisadas), Bento Ribeiro (Furo MTV) e o cineasta Matheus Souza. A proposta é lançar no portal uma HQ mensalmente de junho a dezembro, além de manter blog e fóruns e uma sessão dedicada a autores independentes, obras que normalmente não conseguiriam (ou não conseguiram) tanta expansão em divulgação, por conta dos velhos problemas de nosso mercado: alto custo de produção, problemas em distribuição nacional, marketing, etc.
Histórias como Painkiller, Homem Qualquer coisa, Necronauta, Charges de André Dahmer, Penitente, Neovirtual, Vigilante, entre outras, já deram as caras no projeto. A iniciativa chama a atenção para um nova forma de se relacionar das histórias em quadrinhos com seus leitores, com as empresas e o mercado. Há tempos bato na tecla aqui da importancia do impacto que os novos meios de comunicação digitais tem nos “velhos” meios de comunicação de massa, no habito de consumo e na construção de um público. Redes de TV veem sua audiencia baixar não por que o telespectador mudou de canal, mas sim por que desligou a televisão e foi ver o novo webhit, comentar sobre a novidade do dia em chats, baixar filmes, ler scans, enfim, uma nova cultura de percepção do mundo, apreensão de informação e entretenimento já nasceu.
E os antigos “gibis” até demoraram a iniciar-se nesse admiravel novo mundo, com seus obstáculos, desafios, criatividade e empreendedorismo. Interessante ver empresas se preocupando em alcançar esse novo público e divulgar o trabalho feito em nosso país. Vida longa a projetos como esse, e que outros mais surjam. O Oi Quadrinhos tem o patrocínio da Oi e da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, o projeto foi desenvolvido pelos roteiristas e produtores cariocas Alvaro Campos e Fernando Azevedo, da Vilania Comics.