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A Morte de Ivan Ilitch


Olhai nosso “leitor Aruévaa” de volta!! Dessa vez, o Renver nos traz a resenha dum conto de Liev Tolstói, rapaz, né brincadeira não…

Confira ai e mande o seu post tambem!! Envie DJÁ seu texto e imagens pro “De fora da panela”, através do e-mail contato@uarevaa.com.

A Morte de Ivan Ilitch

Dois motivos me levaram a fazer uma resenha desse conto: Primeiro, eu o terminei de ler em junho desse ano, e até hoje, me incomoda o fato de não ter feito uma resenha decente. Segundo, Liev Tolstói obriga o leitor a refletir sobre o conceito que aplicamos a felicidade.

Sobre o escritor:

Liev Tolstói, conhecido como escritor, filósofo e pacifista. E pra mim um grande personagem da humanidade. De origem russa, conhecedor profundo da historia do seu povo (diga-se de passagem, sofrida), viveu numa época conturbada na Rússia perto do fim da era dos Czares.

Esse ano eu li dois contos dele:

– A Morte de Ivan Ilitch

– Senhores e Servos

São contos simples, sem filosofias complexas e com uma narrativa dinâmica. Eu ouso dizer que Liev Tolstói é um mago com as palavras, poucos conseguem descrever a miséria humana diante da impotência do desconhecido e da amargura como esse velhinho, que por sinal teve um final triste e igualmente solitário. Vou me concentrar no primeiro (os dois contos vieram num único livro). A Morte de Ivan Ilitch.

A história:

Ambientada na Rússia no fim do século XIX. A história começa com os amigos de Ivan Ilitch sabendo da sua morte. Depois temos alguns detalhes do velório. A partir desse ponto o conto narra de forma linear à vida do protagonista. Sua infância como filho de funcionário público (algo bem visto na sociedade da época), a constituição de sua família e sua ascensão social no ramo jurídico. Paralelamente, o juiz Ivan Ilitch compartilha uma vida familiar estagnada presa a breves momentos de felicidade, uma rotina que ele aceitou e aprendeu a lidar.

Ivan Ilitch era um pai de família respeitado, um juiz eficiente (mesmo sendo apático) e um cidadão de status social invejável. Estava muito longe de ser uma pessoa má ou essencialmente egoísta, mas ao longo da sua vida deixou-se levar de acordo com os padrões de uma sociedade sustentada nas aparências. Nem mesmo o seu casamento se sucedeu por amor, mas sim, porque era conveniente a suas perspectivas de ascensão social.

Uma breve explanação. Recentemente eu li um artigo numa revista, que tinha a seguinte citação: “Sentir-se sozinho mesmo estando casado é uma das piores formas de solidão”

Voltando a resenha.

Sua vida sofre um revés, após um pequeno acidente doméstico, sorrateiramente uma terrível moléstia começa a interferir no seu cotidiano “uma dorzinha que não vai embora”… Seu estado de saúde, apesar dos esforços (e recursos) se agrava.

Aos poucos o grandioso Juiz vê os papeis se invertendo. Um médico o trata do mesmo jeito que ele tratava os seus respectivos réus (com indiferença). Sua família vive num mundo a par da sua enfermidade, não que eles não se importem, mas o tempo e a convivência burocrática criou uma distância amarga, o importante é que ele tome o remédio na hora certa e se o tratamento não está surtindo efeito é culpa de Ivan Ilitch que não o segue a risca…

Todos se negam a ver o óbvio, até mesmo Ivan Ilitch. Quando seus colegas de serviço vinham lhe visitar sua aparência de dor era recondicionada ao antigo juiz Ivan Ilitch, procedimentos/casos jurídicos eram os assuntos usados como fachada pra disfarçar sua fraqueza.

Ivan Ilicht teve que ficar doente pra perceber que toda sua vida foi desperdiçada. Longe de parecer uma história clichê com lição de moral. Esse conto permite ao leitor fazer uma profunda análise do que realmente consideramos importante na vida. E que algumas escolhas e pontos de vista podem nos arrastar para um limbo pessoal de ostracismo e auto piedade.

Como diz uma citação atribuída à William Shakespeare:

“O tempo é algo que não volta atrás.

Por isso plante seu jardim e decore sua alma,

Ao invés de esperar que alguém lhe traga flores”

Eu recomendo muito a leitura desse conto de 85 páginas, que apesar dos spoilers ou não (o nome do conto é a “Morte de Ivan Ilitch”) tem muita coisa que eu deixei de citar. Inclusive se vocês quiserem uma resenha mais didática sugiro esse link:

E também que pesquisem mais sobre a vida e as filosofias de Liev Tolstói.

Próxima resenha de livros: Moby Dick, já aviso os filmes não chegam nem aos pés (ou nadadeiras) da grandiosidade do livro.

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“Então, isto aqui é ficção. Tudo o que está daqui para a frente – todos os documentos, os memorandos, as entrevistas – não passa de