“Além do limite de nossa visão, servindo-se de nós como alimento, assentando-se sobre nós, do nascimento à morte, são nossos donos!
Nossos donos! Eles nos têm! Eles nos controlam! Eles são nossos mestres!
Acorde! Eles estão em tudo sobre você! Em tudo ao seu redor!”Eles Vivem
Existem muitos autores que merecem ser citados por sua contribuição ao terror. Mas alguns deles não só contribuíram para o gênero como seria difícil imaginar muitas obras atuais sem a influência deles. Um destes autores é, sem dúvida, John Carpenter.
Nascido em 1948, John Carpenter é um cineasta completo. Roteirista, diretor, produtor, ator, editor e compositor, conhece todas as nuances, detalhes, possibilidades e limitações da mídia cinema. Talvez por isso conte em seu currículo com tantos filmes clássicos, cult e populares ao longo das décadas. Despontou logo com seu primeiro trabalho cinematográfico, o curta metragem The Resurrection of Broncho Billy, onde ele foi roteirista e compositor e que ganhou o Oscar de melhor curta-metragem em 1970; a partir daí suas produções, fossem escritas, dirigidas ou apenas produzidas por ele eram sinônimo de boas histórias – e eventualmente, bilheteria.
Os grandes autores de qualquer mídia são assim chamados justamente porque não se limitam à apenas um gênero. Assim como Richard Matheson e Stephen King, John Carpenter passa do drama à sátira, passando pelo sci-fi e, é claro, o terror. Entre os clássicos fora do gênero de terror podemos citar Starman – O Homem das Estrelas, Dark Star, Fuga de Nova York e sua sequência, Fuga de Los Angeles, Memórias de um Homem Invisível, o clássico da sessão da tarde Aventureiros do Bairro Proibido e o meu preferido, que apesar de não ser muito conhecido, gosto muito, Experimento Filadélfia.
Entre os filmes de terror do autor podemos destacar À Beira da Loucura (um dos meus preferidos), O Enigma do Outro Mundo, A Cidade dos Amaldiçoados, Eles Vivem, Christine, Vampiros e sempre esteve envolvido em vários filmes da clássica cinessérie que criou, Halloween (Embora ele tenha sido diretor e roteirista de apenas alguns deles).
Embora durante a década de 90 o autor tenha experimentado um declínio na popularidade de seus filmes (muitos deles fracassos de público e de crítica), John Carpenter merece ser lembrado por suas obras, seja por elas terem contribuído com o cinema, seja por ter criado padrões que até hoje geram inspiração e são utilizados por outros cineastas.
Curiosidades:
– John Carpenter compôs a trilha sonora de praticamente todos os filmes em que esteve envolvido. Uma de suas composições mais lembradas é a trilha de Halloween;
– Os filmes de John Carpenter têm como “assinatura” o uso minimalista de luminosidade e fotografia, além da utilização de câmeras estáticas.
Na próxima semana:
Entra em cena um dos monstros clássicos mais conhecidos pelos entusiastas do Terror, o Moderno Prometeu.