Semana passa comentei aqui sobre a série Cuckoo, que teve sua primeira temporada protagonizada pelo comediante Andy Samberg, que saiu da produção para estrelar Brooklyn Nine-Nine, sendo substituído por Taylor Lautner, que interpreta o filho do personagem original.
Foi pensando nisso que resolvi fazer essa série de posts, um Top 10 séries que tiveram seu protagonista trocado durante a produção.
Como vou falar sobre coisas que acontecem muito a frente em todas as séries, já deixo avisado que é impossível evitar os SPOILERS.
BORA LÁ?
Nº 10 – Cuckoo
Vou começar reiterando o post da semana passada. Andy Samberg co-protagonizava o seriado ao lado do gigantesco Greg Davies, em uma trama que se baseava totalmente na rivalidade entre o genro americano riponga Dale “Cuckoo” Ashbrick e o sogro britânico careta Ken Thompson. O relacionamento dos dois e a disputa velada pelo amor da esposa/filha Rachel norteavam todo o andamento do programa.
A finale da primeira temporada encerra bem a trama dos dois, com Ken finalmente abençoando o relacionamento entre a filha e o genro malucão, e os dois se tornando grandes amigos. Isso, claro, abre uma brecha enorme: o que fazer com a série, se o plot principal está resolvido?
Bom, acabou que esse não foi o grande problema que a produção teve que enfrentar muito pelo contrário. Na verdade, Samberg saiu depois da primeira temporada e partiu para a FOX, estrelar Brooklyn Nine-Nine.
Aliás, você já leu a crítica do Moura sobre Brooklyn Nine-Nine aqui?
A solução? No primeiro episódio da temporada dois, descobrimos que Cuckoo desapareceu há dois anos nas montanhas do Himalaia, e já é dado definitivamente como morto. Enquanto Rachel e a família encaram o luto e tocam a vida em frente, surge na porta deles o jovem Dale, em busca do pai – o falecido Cuckoo. Agora Ken e sua família se sentem responsáveis pelo garoto, interpretado por Taylor Lautner, e resolvem adotá-lo pelo tempo que se fizer necessário.
Lautner definitivamente não tem o mesmo talento cômico que Samberg, mas o personagem dele também é bastante engraçado. Aqui foi feita uma decisão que acho bastante acertada: Dale Jr não é uma cópia ou uma remasterização do pai. É um personagem completamente diferente. Cuckoo era espaçoso, exotérico, conselheiro, claramente teve uma vida bastante agitada, cheia de sexo, drogas e rock and roll. Dale, ao contrário, foi criado dentro de um culto isolado do mundo. Ele é ingênuo, obediente, interessado em aprender e totalmente deslocado da vida urbana e comum, lembrando muito a arquétipo do bom selvagem. Ambos tiram o humor da estranheza que geram por suas personalidades exóticas, mas por motivos totalmente diferentes, até opostos.
Outra mudança perceptível é no plot da série. De uma trama que falava sobre a rivalidade entre o pai e o marido de uma garota, agora temos uma trama que mostra uma família tentando incluir um garoto “selvagem” na tradicional sociedade britânica. Ken não é mais retratado como o sogro ciumento, e sua relação com Dale se torna a do pai mentor e amoroso. Além disso, tudo, a mudança abriu espaço para todos os coadjuvantes. Rachel agora tem sua própria trama, o outro filho do casal, Dylan, também se desenvolve, assim como Lorna, a mãe da família, e o esquisitíssimo vizinho Steve. Se formos comparar, Dale acaba se igualando a eles em importância na trama e tempo de tela, enquanto Cuckoo visivelmente tinha mais destaque. Na soma de tudo, Ken assume o protagonismo da série de fato, e Dale serve mais com seu sidekick do que realmente como alguém com quem ele divida o papel principal.
A mudança funciona na série, mesmo que essa mudança acabe praticamente Cuckoo em um seriado totalmente diferente do que era.
O programa está na quarta temporada, terceira com Lautner no papel, o que mostra que sim, essa foi uma troca que acabou dando certo.
Fiquem ligados que amanhã tem mais uma série da lista!