No dia 15 de julho tivemos a estréia de mais uma série original da Netflix e fui conferir. O seriado passa em 1983 e nos prometia um resgate das aventuras desta época. Será que foi bem sucedido?
Muito! Todos os clássicos aventurescos que estavam presentes na Sessão da Tarde estão no seriado. Várias referências que animam muito todos os órfãos de ET. Claramente a produção dos irmãos Duffer foi muito caprichada. Muito bem escrita, com referências ótimas e, principalmente, num formato muito agradável, com apenas oito episódios, evitando as populares “barrigas”.
A série começa mostrando uma instalação governamental onde alguma coisa dá errada. Corta para uma partida de RPG com o grupo de crianças que são umas das protagonistas do seriado (Mike, Dustin, Will e Lucas). Logo no início, após voltar para casa, algum tipo de monstro ataca Will Byers, fazendo com que ele desapareça misteriosamente e a partir daí somos introduzidos aos demais personagens principais, como a mãe dele (Winona Ryder) e seu irmão mais velho, o xerife da pequena cidade, Nancy, a irmã mais velha de Mike, que não quer mais proximidade com seu irmão, assim como qualquer adolescente de 17 anos, seu namorado popular Steve, sua melhor amiga Barbara (com visual claramente inspirado na Molly Ringwald), o vilão do seriado, Dr. Martin Brenner (Matthew Modine) e uma misteriosa criança, chamada apenas de Onze, que possui alguma ligação com o monstro que pegou Will.
Depois dos militares tentarem capturar Onze, ela foge e encontra as crianças, numa relação idêntica ao ET, onde precisam escondê-la da família e do governo. A misteriosa Onze se revela uma telepata e telecinética, unindo forças com o trio de crianças nerds na busca pelo amigo desaparecido. Temos o cenário perfeito montado, com referências a Conta Comigo, Star Wars, Evil Dead, O Enigma do Outro Mundo, Tubarão, Negócio Arriscado, Stephen King, The Clash, He-Man, Alien, Senhor dos Anéis e D&D.
A partir desse início, temos basicamente 3 núcleos rolando em paralelo, cada qual com seus vilões. Temos o xerife e a mãe de Will, tentando evitar o governo, as crianças perseguidas pelos bullies e os irmãos de Will e Mike, que acabam se unindo em sua busca e sofrem com o namorado ciumento, Steve (que acaba fazendo a jornada de redenção dentro do seriado).
A principal questão que Stranger Things me trouxe, foi: até onde você iria para provar que o impossível existe, para provar que a perda que você sofreu não é real? Até onde está disposto a acreditar em segundas chances?
Começando pela personagem da Winona, que age como uma louca perante a sociedade, pois não aceita que seu filho possa ter morrido, seu filho mais velho, que descobre que a mãe não estava louca (como ele mesmo chega a achar durante boa parte da série) e se une com Nancy, para procurar seu irmão e a melhor amiga dela, o xerife, que acaba vendo neste caso a chance de salvar uma criança, já que ele não conseguiu salvar a própria filha no passado e, claro, em Mike, que se apega a pequena Onze com todas as forças, se recusando a abandonar seu amigo desaparecido.
As buscas seguem em paralelo, com cada pequeno grupo encontrando informações que se complementam no final, para tentar de toda maneira derrotar o monstro, os militares e salvar seus entes queridos. Eles conseguiram? Só vendo Stranger Things pra saber!
Vale a pena demais. Achei esta primeira temporada excelente, nota 9. Entrega com muita competência tudo aquilo a que se propôs. Uma verdadeira carta de amor aos anos 80 que me deixou com uma grande nostalgia até agora!
Queria apenas que a próxima temporada seguisse a lógica de antologias, com uma nova coisa estranha acontecendo com outra família.
https://youtu.be/5kRo6Yg091o