Uaréva! Marcelo Soares,Uaréview Pacote de Resenhas: Maggie, Being Elmo, Confissões e Entre Abelhas

Pacote de Resenhas: Maggie, Being Elmo, Confissões e Entre Abelhas


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Confira um pacote de impressões e analises breves sobre os filmes Maggie, Being Elmo, Confissões e Entre Abelhas

 

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Maggie: 8.5

Sempre é interessante quando vermos alguém usar um tema/conceito já muito reutilizado e desgastado, como é o caso dos zumbis, e buscar ver outras possibilidades dentro dele. No filme de Henry Hobson com roteiro de John Scott temos o ponto de vista da personagem título (Abigail) e seu pai (Arnold) ao longo do seu processo de doença.

Em uma clara metáfora a pacientes com doenças terminais, em especial HIV, vemos como é difícil e doloroso toda a condição que os pacientes passam e compreender que a morte é o único caminho que se tem a frente. O roteiro ainda faz uma interessante crítica ao preconceito e tratamento desumano que doentes terminais podem sofrer ainda nos dias de hoje.

A obra peca em ter um ator mais expressivo como pai – convenhamos que o velho Terminator não tem muito trato para por emotividade a seus personagens -, pelo menos ele cumpre o que é colocado para função paternal: ser um homem de porte duro, introspectivo, que faz de tudo para o bem de sua família. Já Abrigail Breslin monta sua personagem com toda sensibilidade, sutileza e qualidade necessárias, fazendo com que seja perigosa, mortal, ao mesmo tempo que rebelde, doce e frágil.

Um drama que nos traz um refresco em meio a tantos “walking deads” que vimos proliferando em todas as mídias. Vale a pena a conferida.

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Being Elmo – A Puppeteer’s Journey: 9.0

Os Muppets são um sucesso mundial, e é curioso ver como a arte e o desejo de ser um Títere é algo que cresce em muitas crianças que acompanham o bom e velho Vila Sessamo. Apesar da romanceada típica desse tipo de documentário de superação e vitória, que os americanos adoram fazer, a história de Kevin Clash é interessante e bonita, traz o espírito de um manipulador de bonecos em fazer sempre o melhor trabalho com uma das suas criações. No caso em questão, mostra o brilhantismo de Clash em saber tocar as pessoas ao trabalhar com Elmo e transformá-lo de um personagem quase eliminado do elenco em um sucesso total, levando o legado que criou a novos aspirantes a puppeteers

 

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Confissões: 10

A vida é feita de um labirinto de fatos que se confluem em um enorme efeito dominó, algo feito aqui sem se perceber gera a longo prazo consequências nunca imaginadas. Esse filme trata disso e de como um instante pode destruir vidas.

Tudo começa quando no último dia de aula em uma escola quando a professora se despede dos alunos e diz que não mais voltará a lecionar. Em meio a despedida ignorada pelos estudantes, mais preocupados com seus celulares e com algazarra, ela faz uma afirmação: sua filha de apenas quatro anos de idade, que supostamente morreu afogada na piscina da própria escola, na verdade foi assassinada por dois estudantes daquela classe.

A partir desse momento, a mãe em luto prepara uma vingança contros os assassinos que se desenrola em um emaranhado de fios nos levando a conhecer histórias e confissões de diversos personagens em uma jornada de degradação familiar, social, mental e violência.

Mais um belo filme japonês que cria um constante clima de suspense, tensão, sem deixar a sensibilidade visual (fotografia, trilha e planos muito bonitos, por sinal) e o apuro em engendrar sua narrativa e roteiro num jogo de sombras e revelações. Mais do que recomendável.

 

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Entre Abelhas: 8.5

“Com o tempo todo mundo vai sumindo para todo mundo”

Uma obra feita por produtores, e atores, de carreira e especialidade cômica, mas que ousadamente singram pela dramédia ao contar a angústia de Fábio (Porchat) ao passar a não ver mais as pessoas ao seu redor.

Uma pena que um plot assim tão próximo de um Saramago, Michel Gondry ou Spike Jonze perca tempo de tela com os vícios típicos do humor nacional em cenas “engraçadinhas” desnecessárias e, assim, não aprofundem mais fortemente na temática da solidão e distanciamento de nossa sociedade moderna.

Seu final, criticado por muitos, é mais problemático por ser previsível do que pela reclamação comum do público espectador. Aliás, muito do visto ao longo do filme é bem previsível para olhos e mentes calejados no mundo do cinema. Apesar disso, é uma boa mostra do que o cinema brasileiro tem de bom e de possibilidades e é pouco explorado ainda. Vale a pena a assistida.

Por hoje é só, fiquem com as dicas e deixem suas dicas também de filmes a serem vistos para entrarem no pacote.

Jornalista, Mestre em Comunicação, autor dos livros O Maior Espetáculo da Terra (Editora Penalux, 2018), MicroAmores (Escaleras, 2020) e Grãos de Areia (Urutau, 2022)

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