“Num buraco no chão vivia um hobbit!”
Eu nunca li o Senhor dos Anéis, talvez seja por isso que não fui tão chato com mudanças ou reestruturações feitas por Peter Jackson na trilogia. Eu nunca li O Hobbit, talvez seja por isso que curti tanto o filme sem o olhar xiita que alguns podem ter.
É muito legal depois de anos voltar a Terra Média e suas maravilhosas paisagens, Jackson consegue por quase três horas nos tirar de nossa realidade e nos fazer voltar a ser crianças de olhos brilhantes como quando nossos pais nos contavam sobre grandes lendas antigas que se perderam.
O Condado está lá, o espirito Senhor dos Anéis está lá, temos um pés peludos, temos anões, elfos, magos, mas mesmo sendo o mesmo universo, a mesma equipe de produção, é como algo totalmente novo, maior dentro de seus limites. Dessa vez temos legiões de Orcs, Temos Ogros violentos, coelhos em carruagens, anões em fúria, até relances de um dragão, e, novamente, um pequeno bolseiro perdido entre “gigantes” tentando encontrar seu lugar no mundo.
Apesar de ser uma aventura bem sincera, voltada para a ação, para mim, o filme não consegue ter cenas tão marcantes como, por exemplo, A Sociedade do Anel. Consegui elencar somente dois momentos mais fortes (um deles falo mais a frente e é bem previsível para quem já conhece os rumos do livro). Outro ponto que cai um pouco o conceito da obra são algumas situações anti-clímax repetidas, isto é, quando você já deduz o que irá acontecer porque aconteceu antes.
Sobre a maior ligação com a primeira trilogia cinematográfica Tolkiniana, o encontro de Bilbo e Gollum, o filme não consegue mascarar a verdade de que Tolkien ao escrever Hobbit não tinha a menor ideia do uso que o Um Anel teria no futuro – afinal, para quem amava tanto um precioso perdeu muito fácil né? – E pelo amor de Deus, deem um Oscar ao Andy Serkys, o cara é foda, atua fantasticamente e parece que foi ontem que vimos ele nas telas, alias, parabéns a computação gráfica do Golllum, os olhos azuis na escuridão são de dar medo.
Mas esses poréns não tiram a qualidade do filme que, assim como o primeiro da trilogia do Anel, foi mediano, um bom primeiro passo. Acredito que teremos uma crescente e assim como O Retorno do Rei o último dessa nova trilogia seja o melhor, e, Peter Jackson consiga o que Georges Lucas da vida não conseguiram: retomar o passado de uma trilogia com sucesso.
Nota: 7.5