Continuando o papo sobre as eras dos super heróis dos quadrinhos da semana passada, hoje vamos conversar sobre as famosas eras dos quadrinhos, da era de ouro até a época atual passando pelas esquisitices da era de prata.
A Era de Ouro dos Quadrinhos
Período que compreende o finzinho da década de 30 e o começo da década de 40, um período curtinho, porém de grande criatividade! Praticamente todos os conceitos de super poderes vieram dessa era. Muitos protagonistas não tinham nenhuma habilidade especial, mas eram cheios das bugigangas como os heróis pulps. Os quadrinhos eram voltados para diversão despretensiosa, voltada para crianças e soldados em busca de escapismo. Muitos personagens tinham origens bem bobinhas, criados por condores o cara podia voar e coisas assim. As histórias não tinha a mínima intenção de ser realista, se fosse bacana para o leitor já valia!
A Era de Prata dos Quadrinhos
A DC comics revive seus heróis da era de ouro com novas roupagens, começando pelo Flash e Lanterna Verde, surge a Liga da Justiça da América como o primeiro super grupo oficial dos quadrinhos (sociedade da justiça é um retcon). A Marvel comics reinventa sua linha de heróis começando pelo Quarteto Fantástico, fortemente inspirado na Liga da DC. As duas editoras dominariam a indústria por várias décadas. Durante esse período a Marvel foi a pioneira nas idéias que hoje são comuns nos gibis: heróis com personalidades, conflitos internos, estórias que continuavam de número para número, relacionamentos que mudavam e se desenvolviam. Aqui se inicia a idéia de “universo” Marvel e DC, com a continuidade das histórias em um mundo cujas explicações para os poderes abandonaria o “místico” voltando-se para o lado científico. Os Heróis viviam sob um estrito código de moral, afinal eram obrigados devido ao Comics Code. Através do questionamento deste código surge a próxima era dos quadrinhos.
A Era que não tem nome por que nomear eras é coisa de herói frutinha, mas muitos chamam de era de Bronze.
No final dos anos 70 os supers voltaram a ser experimentais, editoras independentes como a Dark Horse, Comico, Eclipse e trocentas outras surgiam, morriam e renasciam durante as próximas décadas. A DC e a Marvel sentiram um arrepio no rego quando seus principais “artistas” os deixaram e fundaram a Image Comics. Os grandes começaram a publicar diversos títulos para diferentes audiências, como a fodona linha Vertigo e a podrinha linha Milestone da DC Comics. Os anos 80 foram marcados com o surgimentos dos “dark” heróis e anti heróis violentos e sangue nos zóio. O primeiro passo foi lá na década de 70 com o Wolverine e o Justiceiro. Mas foi em Watchmen e O Cavaleiro das Trevas que esse estilo se tornou popular e sucesso de crítica. As décadas seguintes, heróis violentos, bombadões, mulheres peitudas e semi nuas e personagens com moral ambígua se tornavam comuns, eventualmente novos clichês.
Estilo Retro porra loca contra o estilo político social de buteco
Enquanto Alan Moore escrevia Liga Extraordinária, Kurt busiek se aventurava em Astro City e Warren Ellis nos blindava com o mais que fantástico Planetary. A DC Comics começa a resgatar elementos da era de ouro e da era de prata para suas histórias, ao mesmo tempo em que deixava seu lado fantástico e aventureiro de lado para explorar o lado humano de seus super seres como a Marvel havia feito desde a criação do Quarteto Fantástico. Parece confuso e paradoxal? Bem, não estou aqui para julgar (ainda), mas muitos dizem que a única coisa que salva dessa zorra toda da editora é o Lanterna Verde e sua tropa justamente por não seguir essa linha retro porra loca. Ta, cá entre nós tem bastante histórias boas rolando nessa editora ultimamente, mas estou tentando irritar os DCnetes, posso? Já a Marvel Comics caminha por suas guerras civis, traições, conspirações e heróis cada vez com mais conflitos internos, por vezes dúbios e com um forte idealismo. Um terreno perigoso, porém que até agora tem rendido boas histórias. Tirando as peripécias do Joe Quesada…
Encerro essa coluna dizendo sem medo que vivemos em uma era muito boa para os quadrinhos. Temos hoje quadrinhos para todos os gostos, todos os gêneros, só reclama de determinada editora ou personagem quem é fã, pois quem não gosta simplesmente não lê.
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