Quando “Os Mercenários” começou a ser divulgado mundialmente eu tive uma mistura de sensações. Primeiro fiquei boquiaberto com o número de brutamontes conhecidos no filme. Depois me bateu aquela dúvida e desconfiei se teria espaço pra tanta gente bacana em uma hora e tantas de filme sem que alguns deles se perdessem no meio do filme. Mas não se preocupem, pessoas! Os Mercenários corresponde exatamente a tudo aquilo que nós esperávamos nos trailers: tiro, sangue, explosões e muita ação!
Na história, um cabra chamado Igreja (Bruce Willis) contrata os serviços da equipe liderada por Barney Ross (Stallone) pra matar um ditador de um país fictício da America do Sul (é ai que entram as cenas gravadas no Brasil). É basicamente isso! Uma reviravolta pequena aqui, uma liçãozinha de moral e amizade ali, mas no fim, a história é basicamente essa! Alguém aí se lembrou dos filmes de ação, tiroteio e testosterona das décadas de 80 e 90? o/
Logo na cena inicial nós meio que somos apresentados ao grupo e já somos brindados com uma das cenas mais violentas (e, sádicamente, uma das que a platéia mais riu) do filme, tendo Gunner Jensen (Lundgren) e seu “tiro de aviso” como protagonistas.
Ao longo do filme nós percebemos que ele é mais focado em três personagens: Lee Christimas (Statham), Barney Ross e Ying Yang (Let Li – quer nome mais chinês que esse?), mas todos os demais membros da equipe têm a sua “cena especial” e em momento algum onde aparecem ficam apagados. Inclusive, um dos personagens mais legais e que teve uma das melhores cenas foi o motoqueiro tatuador Tool (Mickey Rourke), um ex-mercenário que lutou há muito tempo atrás junto com Ross e ao que tudo indica, foi substituído por Lee. Como o Diogo falou em seu review, de fato, a única cena que precisava de uma interpretação real foi a protagonizada por Rourke, que mandou bem.
Mas e as cenas de luta? Vão bem, obrigado!
Ninguém melhor que Stallone pra saber montar cenas de porradaria que empolgam. Primeiro com Jet Li versus Lundgren, depois Stallone versus Steve Austin e Steve Austin versus Couture. Isso intercalado pelo insano Hale Caesar (Terry Crews) esmigalhando soldadinhos, enquanto Li e Statham arrebentam uma meia dúzia com muita ignorância.
Por falar em ignorância, sabe aquelas cenas perto do final do filme, onde o personagem principal é atacado covardemente por dois caras igualmente fodinhas, apanha mais que cachorro de bugre e de repente recebe um “Super Boot Power Up” e sai batendo em todo mundo? Isso não acontece aqui! O grupo mantém seu nível de porrada do começo até o fim, e não estão nem aí se alguém diz que é covardia Jet Li e Jason Statham simplesmente destruírem um único cara na porrada.
Ah, sim! Gisele Itié também mandou muito bem interpretando sua personagem, Sandra e provou pra brutucuzada que também tem sangue frio quando precisa já que insistiu com Stallone pra fazer a cena de tortura sem dublê.
A parte negativa do filme e que me deixou meio puto é que TODOS os cinemas da capital paulista em que procurei só tinham o filme dublado e, na boa, deixou a desejar. Não sei quanto ao original, mas muitos diálogos ficaram forçados demais e algumas frases muito clichês que davam vergonha alheia, do tipo:
– O que você quer?
– Sua vida! [cara de mal]
[/facepalm]
De resto é tudo muito legal! Portanto, deixe seu cérebro na entrada do cinema, garanta seu combo gigante com bastante manteiga e aquele litrão esperto de refri e aprecie sem moderação a sensação de nostalgia!
PS: Teve uma galera que não curtiu o filme, mas eu acho que o lance é mais pessoal.
Você consegue se lembrar do início de um sonho? Ou quando você sonha que está caindo de determinada altura, momentos antes de se estatelar no chão você sempre acorda?
Baseados nessas lacunas do nosso subconsciente é que o filme A Origem nos mostra que mesmo nos dias de hoje é possível ter um filme criativo e inovador.
Antes de mais nada devo dizer uma coisa: Christopher Nolan é O CARA! A simples menção dos nomes “Batman Begins” e “ The Dark Knight ” já seriam o suficiente pra qualquer investidor ir botando as mãozinhas nos bolsos da calça, e A Origem apenas fortalece o currículo do cara.
Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) comanda uma equipe que invade os sonhos de pessoas para roubar de seu inconsciente segredos que possam ser utilizados por empresas concorrentes. Uma dessas pessoas é o mega-empresário Saito (Ken Watanabe) que contrata os serviços do grupo, mas com uma ousada proposta: não apenas roubar algum segredo, mas implantar na mente do filho de um velho empresário prestes a morrer um sentimento emocional pelo pai, coisa inexistente na relação dos dois para que o filho divida a liderança das empresas que está no testamento.
Complexo? Pode apostar que sim. E olha que isso acontece nos primeiros dez minutos de filme.
Para projetar tal façanha ele precisava de mais ajuda além do fiel escudeiro Arthur (Joseph Gordon-Levitt). Pra isso se juntam a dupla o falsificador Eames (Tom Hardy), a arquiteta Ariadne (Ellen Page, que esqueceu de envelhecer) e o químico Yusuf (Dileep Rao). Cada um, no “mundo dos sonhos” tem a sua capacidade ampliada, permitindo algumas habilidades especiais. Por exemplo, Eames é um falsificador, mas quando dentro do sonho de alguém ele amplia sua habilidade podendo se transformar em outras pessoas.
Toda essa ideia complexa (mas muito bem explicada) dos sonhos é completada por ótimas cenas de ação junto com efeitos especiais muito bem feitos e argumentos que fazem muito sentido, como os três níveis de sonhos e o “chute” pra se acordar alguém dos sonhos.
Enfim, não tem como falar muita coisa sobre o filme sem estragar potenciais surpresas. Apenas assista! Filmes como esse são raridade hoje em dia.