Maldições – Hoje

“Existe uma boa razão pela qual estas regras foram criadas, e são a única razão pela qual sobrevivemos até aqui.”

Anjos da Noite


Tema Macabro

É fato que hoje em dia o mito do lobisomem não é mais tão popular quanto foi na aurora do século XX, tendo perdido lugar especialmente para os zumbis. Mas isso não significa que o tema tenha sido completamente abandonado. A série Buffy – A Caça Vampiros e seu spin-off Angel mantiveram o mito trazendo mais de uma versão da criatura (Buffy tinha inclusive um ajudante que era um lobisomem adolescente); ainda na televisão, temos a britânica Doctor Who, que traz um alienígena que se parece com o que conhecemos como um lobisomem.

Nos quadrinhos, uma das versões mais recentes assemelhadas ao mito se encontra na série Fábulas, de Bill Willingham, lançada pela DC Comics/Vertigo, e que mostra um universo onde os personagens dos contos de fadas fugiram do seu mundo e estão refugiados no mundo real, passando-se por pessoas comuns (ou animais). Um dos personagens principais é um detetive particular transmorfo que é, na verdade, o Lobo Mau das histórias da Chapeuzinho Vermelho. Já no cinema, temos ainda grandes franquias de sucesso que lidam com o tema. Na série Harry Potter temos Fenrir Greyback que, apesar de se assemelhar com o lobisomem dos mitos em atitude e elementos básicos, é descrito nos livros como um homem de aparência que lembra um lobo (e não um monstro meio lobo, meio homem); Na cinessérie Anjos da Noite, o foco é uma conflito ancestral secreto entre clãs de vampiros e lobisomens.

Em 2010 foi lançado O Lobisomem (The Wolfman), refilmagem do clássico de 1941 da Universal, sob a direção de Joe Johnston (Rocketeer, Jumanji, Capitain America – The First Avenger), que foi um fracasso de bilheteria, mas trouxe de volta o mito da criatura amaldiçoada que surge em noites de lua cheia e que só pode ser morto por balas de prata.

Antes disso, uma outra versão do mito do Lobisomem ganhou os holofotes, especialmente entre os adolescentes, por conta dos livros da saga Crepúsculo. Diferente da maioria das abordagens do tema, que evocam nossos instintos primitivos e medo do sobrenatural, nos romances escritos por Stephanie Meyer o foco é um triângulo amoroso adolescente com a protagonista do filme e a romantização dos elementos sobrenaturais, típico de obras voltadas para o público adolescente. Por conta disso temos, assim como aconteceu nos mesmos livros com os vampiros, algumas descaracterizações do mito (sem contar, é claro, algumas entrelinhas xenofóbicas que não vem ao caso citar aqui). A melhor descrição dos elementos da saga Crepúsculo que eu já li pode ser encontrada no site dos nossos amigos do blog The Pink Lanterns.

O mito do lobisomem está entre as criaturas folclóricas (ou reais, segundo alguns pais e avós) mais antigas e conhecidas da humanidade. Não podemos dizer se o mito manterá sua forma “original” ou se mudará com o tempo. Independente disso e de estarem na moda ou não, duvido muito que o deixemos de ver tão cedo estampados nos livros, filmes, séries de TV, games e quadrinhos estas bestas que nos causam tanto medo e fascinação. A maldição nunca acaba.

Curiosidades:
– Uma série de cineastas foram convidados para criar trailers “falsos” de filmes que supostamente existiriam para serem incluídos entre os filmes À Prova de Morte e Planeta Terror na iniciativa conhecida como Grindhouse, de Quentin Tarantino e Robert Rodriguez. Um destes trailers, dirigido por Rob Zombie, é “Werewolf Women of the SS” (Mulheres Lobisomem da SS, em tradução livre);


– Durante a estreia da refilmagem de O Lobisomem, uma fã de Crepúsculo (provavelmente uma menina de 10 a 13 anos) mandou uma carta aos executivos da Universal repudiando a atitude do estúdio de “distorcer a imagem dos lobisomens e fazer eles parecerem criaturas monstruosas, coisa que eles não são”. Além disso, ela também alega que o lobisomem original é Jacob Black (personagem de Crepúsculo) e que o Lobisomem era apenas uma cópia muito mal feita. Duvida? Então leia a notícia aqui (em inglês).

Na próxima Madrugada:
Para muitos, Natal é uma época de amor. Para outros, de terror. Na próxima semana, vamos comemorar o Natal Macabro 2010 com um Natal Sangrento.

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