De fora da panela

Mais uma semana pegando na MÃO GRANDE algum post legal de um de nossos parceiros. A vítima da vez é o nosso brother Vini, do Submundo Mamão, que falou a algum tempo sobre os extras feitos pra acompanhar o filme Watchmen, e achamos interessante trazer isso pra voces.

Mas esse espaço continua aguardando mais colaborações dos leitores!! Se coçem ae e mandem seu post pra uarevaa@gmail.com.

Extras! Extras!

Ainda estou um pouco na “onda” do filme Watchmen.
Apesar do filme já estar capengando nos cinemas e de ser motivo de muita discussão, choro, críticas e defesas inflamadas por parte dos milhares de fãs da revista em fóruns, blogs e Orkuts da vida, ainda estou na “vibe”. Principalmente quando amigos que não conheciam a revista, me falam que já foram atrás e começaram a ler a obra, depois de terem se encantado com o filme.
Fico me perguntando: “Qual será a reação desse povo ao constatarem que a HQ é muuuito superior ao filme?.
Essa é uma resposta que vou querer ouvir.

Mas o que me trouxe aqui hoje, foram os extras especiais que foram produzidos para o filme. Ou em decorrência do filme, melhor dizendo.

Uma animação e um documentário… “fake”. Como se sabe, o tempo da película foi encurtado, apesar das duas horas e quarenta e cinco minutos, muita coisa ainda ficou de fora. Provavelmente cenas como as conversas entre o jornaleiro e o garoto afro-americano foram filmadas, mas ficaram de fora e isso era o que dava o “link” para os Contos do Cargueiro Negro, a animação.

A chamada “história dentro da história” vai ser distribuida pela Paramount Home Entertainment aqui no Brasil à partir de 27 de Abril e foi produzida em associação com a Legendary Pictures. O diretor Zack Snyder e sua galera, onde inclui-se aí sua esposa, assim como no filme assinam a produção executiva da animação.

Contos do Cargueiro Negro era a história em quadrinhos que era lida por um garoto que ficava encostado numa espécie de bomba de abastecimento para carros elétricos ao lado da banca de jornais, ouvindo os papos conspiratórios do jornaleiro Bernard. Enquanto isso, a saga pirata da qual a revista tratava se desenrolava mostrando a jornada de um capitão abandonado ao mar depois de ter seu navio pilhado e afundado por um sinistro navio pirata.

Durante sua trajetória, o jovem capitão passa por horríveis eventos e ao superá-los, estes parecem refletir no mundo de Watchmen.

Como já havia falado aqui, eu não curto muito essa história, mas sei de sua importância para a trama.
Achei a animação em geral muito bem feita e por vezes, seu estilo me lembrou aquela animação antigona do SPAWN.
Ainda assim não mudou minha opinião sobre a história e longe do contexto do filme, já que as cenas das conversas na banca não existem, ela perde ainda mais a força que tem para a trama.

Nota: 6


A reveladora autobiografia de Hollis Mason, Sob o Capuz (Under the Hood), foi apresentada sempre no final das revistas que compunham a mini-série original de Watchmen e narrava, como se fosse um apanhado de partes do livro, os acontecimentos da vida de Mason e o que o levaram a se tornar um vingador mascarado, o primeiro Coruja (Nite Owl). O livro conta como os Minutemen se formaram, além de apresentar as pessoas que fizeram parte de sua vida como Sally (a Silk Spectre original), o Comediante e o vilão Moloch, o místico.

A idéia foi passar esse tipo de informação através do que seria um documentário, realizado em 85, onde um típico apresentador americano resolve fazer uma revisão de seu próprio programa, este de 10 anos atrás, onde ele entrevistava Manson, na época de lançamento de seu livro.

Sob o Capuz é um documentário fictício e é dirigido por Eric Matthies e escrito por Hans Rodionoff.

Achei muito bem feito e talvez tivesse saído perfeito se eles tivessem caprichado ainda mais nas montagens feitas nas fotos apresentadas no começo. Isso me deu a impressão de que o documentário não seria assim tão bom, que eles tentariam colocar elementos que simulassem gravações antigas e que isso sairia muito forçado, mas essa impressão é logo dissolvida quando Hollis começa a explicar suas motivações, o Coruja dá as caras e a primeira propaganda de Nostalgia aparece!
Tudo à partir daí fica mais natural.

O documentário é muito interessante. Os diversos tempos se entrecruzam, constituindo uma dinâmica visual bastante original. Cenas em preto e branco dos anos 40, passando por diversas décadas até chegar nos anos 80, todas bastante afinadas com o tom de sua época. As filmagens estão bem autênticas e os personagens são críveis, assim como seu envelhecimento progressivo.
Achei fantástica a propaganda dos relógios Seiko, “O primeiro relógio digital de quartzo líquido do mundo”!!! Essa, tenho certeza, é a única peça original do filme.

Todos os personagens que compõe os Minutemen também estão lá e são bem explicados nesse documentário de pouco mais de trinta e sete minutos. Além deles o psiquiatra que trata de Rorschach, William Long e seu arqui-inimigo, o anão Grande Figura aparecem também para dar seus depoimentos. É falado sobre o amor e a união nunca consumada entre Sally Jupiter e o Holly Manson, sobre seu “probleminha” com o Comediante, sobre a criação dos vilões em contra-partida à criação de heróis narrada por Moloch, inclusive sua predestinação ao surgimento de um grande antagonista a Manhattan, o único ser com super poderes na série, que também não poderia ser deixado de fora nesse filme.

Não vou me extender muito nos comentários, porque vale a pena ver com seus próprios olhos e tirar suas próprias conclusões.

Duvido que algum fã vá reclamar desse documentário, dizendo que não está como na revista, pois foi sim retirado dela, mas foi transformado em algo original e ganhou mais elementos interessantes. Arrisco ainda em dizer que saiu melhor do que está no papel!

Nota 9

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