O Labirinto do Fauno

“E já tive tantos nomes. Antigos nomes que só o vento e as árvores conseguem pronunciar. Eu sou a montanha, a floresta e a Terra. Eu sou… Eu sou um fauno. Seu mais humilde servo, sua alteza.”

O Labirinto do Fauno


Tema Macabro

É impressionante o que alguns cineastas conseguem realizar mesmo com limitações técnicas, orçamentárias e de produção, quando contam com uma boa história e o esforço e dedicação de todos os envolvidos. E Guilhermo Del Toro é um dos cineastas acostumados a isso. Foi assim em A Espinha do Diabo, e foi assim também com o tema do post de hoje: O Labirinto do Fauno.

A produção México/Espanhola se passa durante a Guerra Civil Espanhola (um período utilizado por Del Toro também em A Espinha do Diabo) e conta a história de Ofélia, uma menina que se muda com sua mãe para um acampamento militar para viver com o seu novo padrasto, um sanguinário capitão franquista que combate rebeldes anarquistas e republicanos que se escondem na floresta. Neste cenário confuso e violento para uma criança, Ofélia acaba buscando refúgio nos arredores do acampamento, onde encontra um curioso labirinto, que é o lar de uma mística criatura, o Fauno. Lá, ela descobre ser a princesa desaparecida de um reino fantástico e deve executar 3 tarefas para poder retornar ao local onde ela realmente pertence. Em meio a isso, terá de lidar com um padrasto que a odeia e com a gravidez de sua mãe, numa história de mistura fantasia e a cruel realidade de uma forma que nunca se viu antes.

Um dos maiores méritos do filme é sem dúvida, a harmonia entre a fantasia e a realidade. É impressionante como a produção tornou possível que acreditássemos que aquele mundo que Ofélia desvendava era tão verossímil e real quanto a própria realidade. O Labirinto do Fauno acaba sendo muito mais do que um filme e alcançando o status de obra de arte, por ser uma história complexa, cheia de simbolismos e alegorias e com coragem de mostrar crueza quando esta é necessária, e beleza quando esta é requisitada. Um belo filme que mistura maravilhosamente bem os gêneros de fantasia, terror e histórico. Um dos meus filmes favoritos e altamente recomendável para quem ainda não assistiu.

Curiosidades:
– O Labirinto do Fauna é uma rara unanimidade entre críticos e o público, alcançando muitas vezes 100% de críticas positivas em veículos especializados, e não menos que 95% num geral;
– Guilhermo Del Toro considera o Labirinto do Fauno como uma “sequência em espírito” de A Espinha do Diabo;
– O Labirinto do Fauno ganhou cerca de 28 premiações nas mais diversas categorias, incluindo melhor filme, direção, maquiagem, cinematografia, roteiro, filme estrangeiro, entre outros.

Na próxima Madrugada:
Um clássico dos quadrinhos que se tornou um clássico também na TV: Contos da Cripta.

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