Olá, pequenos padawans!
Hoje vou indicar uma HQ que já nasceu pra ser clássica e virou animação, uma que bem poderia virar animação e outra que apesar de vir de um ótimo livro, não é tão classe assim, mas que provavelmente vai virar filme!
Ainda nessa edição, comento aquilo que eu já sabia, mas não queria acreditar… não sirvo pra ler scans!
“Poizé”, acho que descobri isso mesmo. Não consigo absorver corretamente a leitura de uma HQ se ela for via tela de computador (talvez com uma
tablet eu consiga?). Essa constatação veio depois que comprei
Grandes Astros Superman da
Panini Books e reli, ou melhor dizendo, li pela primeira vez, prestando atenção a todos os seus detalhes!
Não vou me prolongar demais na indicação dessa revista já que tudo o que você tem que saber (ou quase tudo) está nesse
podcast que fizemos sobre a revista.
Descrita por muitos como “a melhor história do Superman já feita”, All-Star Superman foi publicada nos EUA entre os anos de 2005 à 2008, e se não me engano, chegou no Brasil por volta do final do ano de 2010. E uma revista que ganha um encadernado de qualidade como este depois de apenas 2 anos de publicação no país é no mínimo algo que devemos prestar atenção. Não só por isso, lógico, já que a dupla responsável pela história são dois dos mais polêmicos artistas da indústria de quadrinhos da atualidade.
Um é o maluco escritor escocês Grant Morrison, que fez trampos fantásticos como Os Invisíveis, Batman: Asilo Arkham, Homem-Animal, Patrulha do Destino, We3 e as elogiadas fases da Liga da Justiça e dos Novos X-Men, trabalho este que fez em parceria com Frank Quitely, desenhista de obras como The Authority. Eu sinceramente curtia o trabalho do Quitely em Authority, mas não sei porque não curti muito sua fase em X-Men. Não sei se tem a ver com o roteiro em si, mas lembro que os desenhos não estavam me agradando muito. Foi por isso que não comprei All-Star Superman quando ela foi lançada aqui, preferindo depois conferir do “modo digital”. E lembro que não cheguei a ler até o final. Perdi totalmente o interesse, pois não foi uma história que me prendeu de início.
Meses mais tarde, chega a animação baseada nessa revista. Eu assisti e fiquei pensando: “Cara, isso é fantástico!”. Fique tentado a reler a malfadada “scan” com seus erros de português, mas acabei optando pela versão em inglês e tive a conclusão de que tinha perdido um puta material! Realmente ela pode ser considerada uma obra prima!
Afinal, não foi a toa que a série agradou crítica e público e ganhou não só uma animação, mas venceu prêmios como o Eisner, Harvard e Eagle em várias categorias.
Morrison/Quitely foram mais longe que Siegel e Shuster ou até John Byrne e reuniram 70 anos de cronologia do personagem numa só história e ela ficou magnificamente coerente! Além de divertida e emocionante. O plot inicial da história mostra o Superman salvando uma equipe de pesquisas que estavam muito próximo ao Sol (que originalmente deu os poderes ao herói) e durante a fuga, algumas rajadas nucleares da estrela parecem ter potencializado sua força e dado novos superpoderes a ele, mas na verdade, isso era parte do processo cancerígeno que o abateu, devido a essa superexposição solar. E isso era tudo parte do plano de Lex Luthor.
A partir daí, Superman tenta inspirar cada vez mais as pessoas já que tem conhecimento de que vai morrer! Ele explora os limites de seus poderes (com um paralelo interessante com a mitologia de Hércules), se revela a sua amada Lois Lane e concede 24 horas de seus poderes a ela, tenta passar um tempo com os pais adotivos em SmallVille, a sua rivalidade com Lex Luthor é brilhantemente mostrada e até sua excentricidade, quando conhecemos sua “casa”. A Fortaleza da Solidão mostrada aqui faz com que a Bat-Caverna seja apenas uma mera vernissage perto desse verdadeiro museu do Superman, com direito a uma cidade engarrafada, uma grande moeda com a cara do Coringa, um ônibus espacial e até um enorme navio, entre outras coisas!
Até os coadjuvantes tem vez nessa história e as bizarrices de Jimmy Olsen realmente são bem maiores (mas divertidas) de que o inimigo inverso do herói: Bizarro.
Enfim, roteiro redondo de Morrison (Batman é menos gay que você!), junto com os desenhos minuciosos e brilhantes de Quitely (me lembrando algo entre o fantástico Moebius e o detalhista Geoff Darrow de Hard Boiled) acompanhados da perfeita arte-final e cores de Jamie Grant, fazem com que essa seja uma verdadeira obra-prima, digna de estar aí na sua estante para que você mostre com orgulho pros seus amigos e um dia pro seus filhos!
Grandes Astros Superman
Panini Books (308 Páginas)
R$ 79,90
Nota: 10
Comprei e li Fantasmópolis, de Doug Tennapel uns 3 meses atrás e achei que valia a pena indicar ela por aqui. A HQ conta a história de um garoto chamado Garth, que apesar de ter uma doença incurável, tenta levar uma vida normal. Ele acaba, sem querer, conhecendo Frank Gallows, uma espécie de detetive. Ele é agente de uma Força-Tarefa de Imigração Sobrenatural e está em crise com seu emprego de caça-fantasmas. Seu posto já está por um fio e ele acaba cometendo uma falha imperdoável, enquanto caçava um esqueleto de cavalo, acidentalmente envia o garoto para o além muito antes da sua hora. Enquanto Frank tenta reparar seus erros, indo buscá-lo com sua nave cronoplasmática, Garth conhece, além de alguém de sua família, um mundo inteiramente novo, Fantasmópolis, o centro de todo o além, e descobre que fantasmas e pesadelos povoam os sete reinos distintos, comandados pelo temível Vaugner. Mas o mundo dos mortos não é mais o que costumava ser e, em busca de um caminho para casa, Garth terá de enfrentar muitos desafios, dentre eles resolver a briga entre os senhores de cada território, o Rei Espectro do Sul, a Rainha do Fogo-Fátuo, o Faraó Múmia, o Duque dos Trasgos, o Rei Caveira do Norte, o Lorde Zumbi e o Rei dos Bichos-Papões para restaurar a paz na cidade fantasma.
Ele descobre também que no mundo dos mortos, quem não morreu tem poderes sobrenaturais!
Essa fantástica aventura bem que podia virar uma bela animação! Os desenhos de Doug Tennapel em Fantasmópolis, são fantásticos, com traços simples e cartunescos mas também carregado de detalhes. Muitas vezes me lembraram algo parecido como Scott Pilgrim e algo próximo de algumas animações da Disney também. As cores desse material também é algo digno de nota, e para isso foi necessário uma grande equipe de coloristas comandados por Katherine Garner e Tom Rhodes. O teor aventuresco e de comédia, além dos valores de família e amizade retratados no roteiro são pontos positivos para que essa HQ se torne uma animação muito boa, na minha opinião, ou que esteja simplesmente listada aqui para que um público maior tenha acesso a essa grande história.
O álbum (Ghostopolis) foi publicado em 2011 e seu autor é um artista bem conceituado e conhecido nos Estados Unidos, pelos trabalhos em Monster Zoo, Tommysaurus Rex e Creature Tech, porém por aqui, é mais conhecido pelos gamers por ter criado a minhoca esquisita Earthworm Jim, aquele joguinho de 1990, triste de difícil, feito para Nintendo.
Para quem curte Fantasia e Aventura, vale a compra!
Fantasmópolis
Editora Ática (272 páginas)
Formato: (15,5 x 23 cm)
Preço: em torno de R$ 35,90
Nota: 9
O escritor Max Brooks, filho do comediante Mel Brooks e ex-integrante da equipe de redatores do programa Saturday Night Live, um belo dia resolveu escrever sobre zumbis… E o que alguém com o humor e o sarcasmo dele poderiam conseguir escrevendo sobre os mortos-vivos? Bom, Brooks acabou se tornando o “especialista” em zumbis.
Não, isso não é exagero. Quem leu o “Guia de Sobrevivência aos Zumbis” e principalmente “Guerra Mundial Z”, ambos publicados pela Rocco, sabe do que estou falando.
Ele é tão louco que afirma que os zumbis existem de fato e narra de uma forma única sobre a questão dos mortos-vivos e a sociedade que eles deixariam para trás.
Bom, mas estamos falando dessa HQ que foi baseada no livro e O guia de sobrevivência a zumbis – ataques registrados é uma graphic novel que não traz muita novidade ao tema, principalmente se você leu o livro, mas mostra algumas das épocas descritas nele, onde houveram esses ataques e que a humanidade conseguiu registrar. Com o traço competente e detalhista do brasileiro Ibraim Roberson, a graphic novel pode ser considerada de alto nível e o desenhista conseguiu realmente executar um trabalho muito bom de narrativa, porém encontrei dois possíveis problemas nela:
Primeiro, algumas pessoas que leram o livro podem não se interessar tanto pela HQ, já que existe aquele problema de que a pessoa acaba achando que o que ela imaginou é muito melhor que aqueles desenhos, ou aquela visão do desenhista;
O outro, é que pra quem não leu o livro, pode ficar a impressão de que falta alguma coisa. Uma explicação a mais sobre aquilo, pois o texto apresentado nela é bem enxuto.
Eu acredito que ela pode ser considerada como um registro importante do momento hype que os zumbis estão “vivendo” na nossa cultura, assim como The Walking Dead, de Robert Kirkman e dos desenhistas Tony Moore e Charlie Adlard, mas não chega a ser tão essencial quanto esta e acredito que muita gente que gosta de quadrinhos de zumbis vai concordar.
Os textos de Brooks são fantásticos em relação ao que já foi apresentado em outras coisas do gênero, apresentando o humor meio mascarado dentro do tom científico que ele dá os livros, pregando uma peça nos leitores mais desavisados, porém nessa HQ, senti falta de uma coisa essencial dentro do que podemos considerar como “guia”, os ensinamentos de como deter e o que é preciso saber sobre essas criaturas. Todo o humor e a curiosidade contido nesses temas, foi substituído por uma coisa mais mastigada, sem duplo sentido, desse registro de ataques mostrados.
Espero que o filme baseado no livro “Guerra Mundial Z”, traga o mesmo tom bem humorado e absurdo de Max Brooks, bem como o teor detalhista das situações que o autor expõe na obra, e que a deixaram tão boa!
Vale a pena ler, de curiosidade, mas se posso dar meu pitaco, comece pelos livros.
O Guia de Sobrevivência a Zumbis – Ataques Registrados
(Max Brooks/Ibraim Roberson)
Editora Rocco (144 páginas)
Preço: R$ 24,50
Nota: 6
Podcast, Quadrinhos, CInema, Seriados e Cultura Pop