Star Wars Rebels é uma série animada em CGI produzida pela Lucasfilm e a Lucasfilm Animation. O seriado tem sua exibição no canal Disney XD e traz uma história que se passa quatorze anos depois de Episódio III: A Vingança dos Sith e cinco anos antes de Episódio IV: Uma Nova Esperança.
Há algum tempo atrás, numa galáxia não tão distante, George Lucas havia prometido aos fãs de sua grande franquia de sucesso uma série live action sobre a formação da Aliança Rebelde e como as coisas tinham ficado entre o Episódio III e IV. Entretanto, essa promessa foi-se adiando, adiando e com a compra da Lucasfilme pela Disney o futuro seriado sumiu dos planos deixando para series de animação qualquer espaço para explorar o que os filmes não tinham falado (vide a continuação de Clone Wars).
Então, no dia 03 de outubro de 2014 um especial de uma hora no canal Disney XD lançou uma nova animação em CGI (pena que não em 2D) com continuidade em episódios regulares a partir do dia 13 do mesmo mês. O desenho contava com produção executiva de Simon Kinberg (produtor de X-Men – Primeira Classe), Dave Filone e Greg Weisman (produtores de Young Justice e The Spectacular Spider-Man).
Tudo começa com as as forças do Império ocupando o remoto planeta Lothal com austeridade e criando descontentamento na população. Diante da situação, um grupo de cidadãos decidem se revoltar contra os Stormtroopers. Os denominados Rebeldes pelo governo acabam encontrando Ezra Bridger, um carismático garoto que pratica roubos e golpes na cidade. Logo um dos membros rebeldes, Kanan Jarrus, percebe no menino uma grande conexão com a Força e a partir dai ele decide treiná-lo no caminho Jedi.
Meu primeiro contato com a série foi, de fato, a partir da campanha de marketing promovida pela Disney Brasil no período de lançamento aqui nas terras tupiniquins, quando enviou para o Uaréva um envelope do Império com cartões de apoio ao governo instituído contra os rebelados. Confesso que o estilo 3D de desenho não me animou muito a ver a animação, sou um tanto contra a lógica atual da produtora do Waldisnei de parar com o trabalho em 2D para se focar nos CGIs. Era uma coisa bonita de ver a primeira versão do Clone Wars feita em 2D e estilo anime, infelizmente, essa é uma técnica mais e mais abandonada pelos grandes estúdios.
Meu desgosto foi tanto que só agora que parei para ver as duas temporadas de Rebels e, apesar de ainda não me satisfazer mesmo com a técnica usada, posso dizer que gostei bastante do que vi. Temos nela uma boa mostra, mesmo que ainda pequena, das possibilidades que o universo criado por Lucas tem em termos de expansão audiovisual.
Logo de cara somos apresentados a dois novos Jedis: Kanan, em teoria o último Jedi, que com o sucesso da série já ganhou revista em quadrinho própria mostrando seu passado, e Ezra que descobre ter contato com a Força e segue a jornada do herói em aprender a usá-la e se tornar o que está destinado a ser.
Essa dinâmica Mestre/Padawan é construída de uma forma orgânica e muito legal de se ver – com cada um tentando superar seus receios e se encontrar enquanto ajuda o outro. Inclusive, esse caminho narrativo traz um episódio muito bom ao qual somos apresentados a um templo Jedi e uma dinâmica bem próxima do que Luke enfrentou no Episódio V com Yoda.
Além deles temos Hera Syndulla, Uma Twi’lek que pilota uma nave chamada “Ghost”; Sabine, uma Mandaloriana com conhecimento especializado em armas e explosivos (que usa um capacete a la Boba Fett), além de ser grafiteira de propaganda anti-imperial; Zeb Orrelios, um Lasat conhecido por sua força física e que me explodiu a cabeça quando descobri que tem a aparência baseada no desenho de Ralph Mc’Quarrie de Chewbacca. Além de C1-10P, chamado simplesmente de Chopper, um Droide Astromech feito de peças de reposição. Sua aparência é fortemente inspirada na arte conceitual de Ralph McQuarrie original para R2-D2. Porém sua personalidade é muito diferente do droide. Ele é agitado, rabugento, preguiçoso e teimoso, aparentemente pouco se importando com os seres orgânicos que ele tem para trabalhar.
https://youtu.be/XVk9lPotcW4
A tônica da primeira temporada segue bem próxima de qualquer aventura de grupos espaciais: comédia, missões, pequenos dramas pessoais e o sentimento de amizade que cresce a medida que o tempo passa. Por sinal, me lembrou muito a ótima Firefly de Joss Whedon junto com a noção de insurreição da recente versão dos Omega Men, da DC Comics (outra boa dica para se acompanhar).
Mas é com a segunda temporada que Star Wars Rebels mostrou a que veio, lançando os tripulantes da Ghost de encontro com a recém formada Aliança Rebelde contra as diversas forças novas do Império. Somos apresentados aos tais Inquisidores (que até o momento não foram muito bem explicadas quais suas diferenças em relação aos Sith), um tipo de versões modernas do Darth Maul (que por sinal é referenciado de outra forma até), inclusive em seus sabres duplos. Temos também naves imperiais que conseguem tirar uma nave rebelde de dentro da velocidade da luz com sua tração, contudo, são as participações especiais de personagens já conhecidos que dão aquele tempero bom a essa temporada.
Logo de cara nos encontramos com Darth Vader mostrando o quanto o personagem tem ainda potencial (o som de seu sabre ligando e da respiração ainda arrepia qualquer um) e recuperando ainda o seu posto de piloto de caça megafoda. Surge também uma jovem e iniciante rebelde Princesa Leia, um malandro Lando Calrissian e até a padawan sem treinamento jedi completo Ahsoka Tano.
A temporada se encerrou recentemente nos Estados Unidos levando os protagonistas ao extremo de escolhas e sacrifícios, trazendo velhos conhecidos de volta e empurrando seus protagonistas em caminhos sombrios.
Apesar de termos diversos lançamentos em livros e quadrinhos do universo expandido de Star Wars, produtos para TV sempre serão chamariz para novos públicos e novas linhas de história que, particularmente, chamam mais a atenção. Agora é esperar pela terceira temporada e o que mais vão criar vendo que só faltam três anos para Uma Nova Esperança chegar.