“Aproximem-se, por favor. Tenho algo a lhes contar. Senhoras e senhores, sou Boris Karloff. Estou aqui para lhes apresentar três pequenos contos de terror e do sobrenatural. Espero que não tenham vindo ao cinema sozinhos. Como perceberão vendo este filme, os espíritos, os vampiros, estão por toda parte. Talvez haja um sentado ao seu lado agora. Sim, porque eles também vão ao cinema, eu lhes asseguro. Os vampiros têm um aspecto perfeitamente normal e na verdade, o são. Apenas tem o estanho hábito de beber sangue, especialmente o sangue daqueles que amam… Mas estou falando e perdendo tempo… Portanto, vamos ao primeiro conto.”
Embora muito se fale na mídia (americana, claro) sobre grandes nomes do terror como Wes Craven, John Carpenter e Clive Barker, o cinema de terror deve muito, em grande parte, ao cinema ITALIANO. Na chamada “Era dourada” dos filmes de terror, muitos dos cineastas italianos produziram obras de terror inesquecíveis e até hoje são referência para o gênero. Entre os nomes imortalizados na história do gênero de terror, estão – Lamberto Bava, Dario Argento, Lucio Fulci, Ruggero Deodato e Mario Bava.
Este último foi responsável por uma obra prima do gênero, hoje não tão lembrada pelo público em geral, mas muito conhecido dos entusiastas do gênero: I Tre Volti Della Paura, ou, como ficou conhecido na Inglaterra e nos EUA, Black Sabbath.
Lançado em 1962, Black Sabbath, que conta com Boris Karloff como host, é na verdade uma antologia que apresenta 3 contos de terror: O Telefone, O Wurdalak e A Gota D’água.
“O Telefone” conta a história de uma bela mulher que é ameaçada pelo telefone.
Em “O Woldulak”, uma família aguarda o retorno do seu patriarca que, quando volta ao lar, foi transformado num vampiro.
No último, “A Gota D’água”, durante os preparativo para o funeral de uma condessa, seu fantasma retorna do além para cobrar um anel roubado.
É possível encontrar este filme em DVD aqui no Brasil, em edição especial recheada de extras, inclusive. Procurem na cidade de vocês que vocês encontram.
Curiosidades:
– Na época em que o filme passou na Inglaterra, um jovem que integrava uma banda chamada Earth viu o cartaz do filme e achou que aquele seria um nome que tinha tudo a ver com a nova atitude e novo som da sua banda. O jovem era Ozzy Osbourne e o Earth passou então a se chamar Black Sabbath.
– Ozzy Osbourne nunca viu esse filme.
– O título italiano quer dizer “As três faces do medo”
– O primeiro conto, “O Telefone”, possui originalmente um subplot que sugere o lesbianismo da personagem principal, que foi cortado na versão americana do filme. Visionário como ele só, Bava usara um assunto que ainda hoje é considerado tabu em muitos lugares, imagina então na década de 60.
– O filme Pânico, de Wes Craven, se utiliza de um plot igual ao do conto “o Telefone”, só que mais amplo.
Na próxima Madrugada:
Porque esta é a noite de Thriller, e ninguém vai te salvar da criatura que está prestes a atacar. Semana que vem, Quando os mortos retornam.