Eles não são reais. Não existem em nosso mundo, o que definitivamente, é uma pena.
Estou aqui hoje para falar de homens que admiro. Heróis de seus respectivos universos, que nos trazem ensinamentos únicos e, convenhamos impagáveis.
Os grandes personagens das séries de TV. Meus exemplos de vida.
Começo logo com um grande caso. Charlie Harper.
Charlie é um homem que tem a vida que todos nós pedimos a Deus. Compositor de Jingles, ele ganhou muito dinheiro, suficiente para comprar uma confortável e espaçosa casa em Malibu e um belo carro importado. Charlie trabalha pouco e ganha muito, e ocupa o resto do seu tempo com aquilo que todo o homem deveria ocupar: bebida, cigarros, mulheres e jogatina.
Lógico que boa parte de sua boa vida se foi quando seu irmão mais novo, Alan, um f**dido do c**ralho veio bater em sua porta pedindo abrigo logo após a separação. E ainda trouxe o filho a tiracolo, acabando com toda a paz e sossego que Charlie possuía.
Por mais que Charlie seja um maldito egocêntrico, seu lado humano não o permite meter um pé na bunda da dupla de encostados, e ele teve que aprender a administrar a situação, que muitas vezes se mostra insustentável.
Resta ao nosso herói utilizar-se de seu sarcasmo inconfundível e língua afiada para alfinetar o irmão e o sobrinho sempre que pode.
Abaixo algumas pérolas desse bon-vivant invejável:
“Eu tenho 200 dólares na minha carteira, e eles estão se coçando para se transformarem em 20 e uma ressaca!”
“Então nós vamos querer duas reservas de quarto no hotel. Uma em nome de Alan Harper e filho e outra para Charlie Harper e uma garçonete a ser especificada posteriormente.”
“Você sabe qual é o problema? As mulheres, a bebida… você olha pra mim e pensa que é fácil. O que você não vê são os anos de dedicação que precisei ter para me transformar no bebalhão mulherengo que sou hoje.”
Agora vou diretamente a uma dupla. Denny Crane e Alan Shore.
Advogados, pedantes, arrogantes, prepotentes, e acima de tudo, competentes.
Denny é mais velho, experiente. Tem 3 grandes prazeres na vida. Flertar belas mulheres, gabar-se de nunca ter perdido um caso e ouvir seu próprio nome sendo dito em voz alta. Excêntrico e, obviamente, rico. Afinal, se fosse pobre, seria simplesmente maluco. Tendo já certa idade, seus amigos e colegas acreditam que ele está sofrendo de Alzheimer – ou o Mal da Vaca Louca, não se tem certeza. Republicano extremista, é a favor de armas de fogo, guerra, capitalismo e homo fobia.
“O sol brilha pelo meu traseiro”
“Nós somos americanos. Somos vencedores, é a nossa cultura. Declaramos vitória mesmo quando perdemos: é isso que somos!”
“Espero que Deus olhe sempre por mim. Exceto na privacidade do meu quarto enquanto pratico atos obscenos.”
“É uma sensação e tanto atirar em quem não presta. Coisa que vocês, democratas, nunca entenderão!”
“Essa vida não tem sentido. Advogar, ganhar dinheiro, tomar whisky às 9 da manhã. Bem, talvez o whisky tenha algum sentido…”
“Indigentes são pobres. Odeio pobres. Não podem pagar os honorários.”
Alan Shore é o grande escudeiro de Denny. Um idealista sim – porém sem muito caráter. Liberal, ele é politicamente oposto a Denny, mas usa-se igualmente de artifícios pouco usuais para defender suas causas.
Basicamente, Alan c*ga para a ética profissional para poder defender a ética moral – a liberdade, a igualdade e tudo que ele vê como justo. Alan Shore é foda. Entre direito e justiça, Alan Shore defende a justiça.
Estes dois juntos fazem de Boston Legal (Justiça sem Limites, no Brasil) a minha série de advogados favorita.
“Sou um homem de princípios. Ou não. Depende da situação.”
“Acho que é a hora de darmos um descanso ao Iraque e nos preocuparmos em espalhar um pouco de democracia por aqui pelo nosso quintal.”
“O que me incomoda é que, neste país, sempre temos que adotar lados: você está conosco ou está contra nós. Republicano ou Democrata, vermelho ou azul. Ninguém encara uma questão e luta pelo que acredita ser correto. Ultimamente parecemos querer rifar o dom do raciocínio em troca da sensação de pertencer a um grupo.”
Saindo da área do direito e indo diretamente para uma cafeteria em Nova York, vou falar do que é, para mim, o melhor dos Friends.
Chandler Bing (ou Chandler MURIEL Bing) é um cara com um emprego que detesta vivendo uma vidinha comum na Big Apple. Sua vida só não é miserável porque possui cinco amigos que são uma nova família para ele. Uma nova família porque, convenhamos, a família original não é lá o que se possa chamar de admirável. Seu pai fugiu com o mordomo e agora é um cantor transformista em Las Vegas. A mãe é uma pseudo-celebridade que gosta de escancarar sua vida pessoal e sexual em livros e na televisão.
Com isso Chan adotou um estilo de vida mais fechado. Tem dificuldades em se envolver em relacionamentos sérios e usa de seu sarcasmo e piadinhas para como mecanismo de defesa. Mas com o tempo Chandler acabou conquistando sua amiga Mônica e formando uma família – sem nunca perder seu humor acido.
“Ross, pare de olhar para as pernas da minha mulher… não, não. Pare de olhar para as pernas da sua irmã!”
“Não sou muito bom em dar conselhos. Você não prefere um comentário sarcástico?”
“Se você quer dizer a verdade a ela, ótimo. Mas espere a hora certa. No seu leito de morte, por exemplo.”
“Tenho certeza que, quando a mulher certa surgir, você vai ter coragem de dizer: Não, obrigado, eu já sou casado.”
“Se eu me tornar igual aos meus pais… serei uma loira alcoólatra perseguindo rapazes de 20 anos. Ou então posso ficar igual a minha mãe.”
Mantendo-me em Nova York, outro cara que causa inveja e admiração é o anti-herói Chuck Bass. Garotão herdeiro de um bilionário, a vida do rapaz é sexo, drogas e badalação. Dificilmente uma garota resiste ao olhar 43 e, claro, a conta bancaria do cara.
Chuck manipula, chantageia, controla, abusa e mente ao longo de todos os episódios de Gossip Girl e ainda assim é impossível não torcer pelo cara. Guy Gardner Style, saqualé?
Com a morte do pai ele acabou herdando seu império, mas resolveu começar a construir o seu próprio vendendo as ações referentes a ele da empresa.
Chuck evoluiu de um playboyzinho metido e ordinário a um playboy metido e ordinário que se preocupa com as pessoas ao seu redor. Nunca mexa com Chuck Bass.
“Eu sou Chuck Bass. Até para os Europeus isso deve significar algo.”
“Meus planos para essa noite ficaram presos na alfândega.”
Se você trabalha, já deve ter tido um chefe. Mas não creio que um tão genialmente estúpido quanto Michael Scott, de The Office.
Michael é o grande herói – o mais sem noção deles. Cheio de boas intenções, ele não faz idéia de como leva-las adiante. Todos os seus funcionários – exceto seu puxa-saco Dwight – notam a inaptidão dele. Mas mesmo assim Michael acredita ser o mais justo e competente gerente que a Dundler Mifflin já pode contar.
“Na natureza exista algo chamado cadeia alimentar. O tubarão grande come o tubarão pequeno. O tubarão pequeno come o tubarão menor. Assim por diante, até chegar ao tubarão unicelular. Troque os tubarões por empresas de papel e isso é tudo que você precisa saber sobre negócios.”
“Você não pode chamar pessoas retardadas de retardados, é ofensivo! Você chama seus amigos de retardados quando eles agem como se fossem retardados.”
“Negócios são como uma selva. Eu sou como um tigre. Dwight é como um macaco que apunhala o tigre pelas costas com um graveto. O tigre demite o macaco? O tigre transfere o macaco para outro departamento? Não há como saber o que se passa dentro da cabeça de um tigre. Não existe tecnologia pra isso.”
O próximo homenageado em meu altar de grandes homens dispensa apresentações. Basicamente ele ama cerveja, televisão, rosquinhas e é amarelo. Isso mesmo amiguinhos e amiguinhas! Homer J. Simpson!
Homer é o arquétipo do homem inútil moderno. Moldado pela sociedade machista e idiotizante americana, Homer faz o típico patriarca de família americano, mais preocupado com sua cerveja gelada e as finais do Superbowl do que com os problemas de sua família. Nem vou me alongar falando desse herói.
E um grande filósofo:
“Eu sei que não sou o que pode se chamar de religioso… mas se você realmente estiver aí em cima, por favor… me ajude, Superman!”
“Um brinde ao álcool – a causa e solução de todos os problemas.”
“A culpa é minha e eu a coloco em quem eu quiser.”
“Ao contrario do amor, respeito não pode ser comprado.”
“Existem três frases curtas que levarão sua vida adiante: Não diga que fui eu; Oh, boa idéia chefe!; e Já estava assim quando eu cheguei!”
“Se algo é difícil de fazer, então não vale a pena ser feito.”
Bom, o post já ficou extremamente longo. Então vou me abster de falar de grandes caras como Dexter, House ou Peter Griffin e ir direto para o maior exemplo de vida que se pode ter.
Porque afinal, mau-exemplo também pode ser um exemplo. Não é?
O patriarca dos Bundy, a família de Married with Children, é um homem de prazeres simples. Ler seu jornal, tomar sua cerveja, assistir um bom jogo na TV, passar algum tempo no seu vaso sanitário e olhar alguns peitos nos canais adultos de soft porn. Mas a vida de um homem não pode ser tão tranquila, a partir do momento que ele possui uma esposa. E filhos. Tudo que Al queria era paz e sossego. E claro que sua família jamais vai deixá-lo ter isso.
Al Bundy é a verdadeira imagem do homem casado.
“Você não consegue fazer sexo sem mim?”
“Filho, que isso seja uma lição para você. Nunca tome um porre de tequila há pelo menos muitos kilometros de uma igreja.”
“Filhos, deixem-me dizer uma coisa sobre dividir. Não é bom. Só traz problemas. Eu e sua mãe dividimos uma cama, e nada de bom veio disso. Duas vezes.”
“Hoje entrou na loja uma mulher tão gorda, mas tão gorda, que tinham mais três mulheres magras orbitando ao redor dela.”
“Filho. Eu te falei para não se casar. Te falei para não ser vendedor de sapatos. Falei para não ter filhos. Então já te ensinei tudo que eu aprendi na vida.”
“Peggy (a esposa): Al, eu estou com tesão. Al: Eu também, mas não estou te incomodando por causa disso.”
É isso aí. Estes são grandes homens para nos espelharmos e espalharmos suas perolas de sabedoria em todo o mundo conhecido.
Acabaram sentindo falta de alguém?
Abraços a todos e até o próximo episodio.
Ah, e me sigam no touiter! www.twitter.com/themoura