“Então, isto aqui é ficção. Tudo o que está daqui para a frente – todos os documentos, os memorandos, as entrevistas – não passa de ficção. A história é fictícia, o Will é fictício e eu também. As únicas coisas verdadeiras aqui são as reportagens de jornal. É muito fácil confirmar que são verdade. Então, porque mentir?”
No dia 2 de julho de 1947 alguma coisa muito frágil e estranha caiu num rancho no Novo México. Desde aquela época até hoje persistem rumores de que se tratava de um objeto de outro mundo.
Embora a cidade hoje lide com a questão de forma bem menos séria – utilizando sabiamente o tema à exaustão em estabelecimentos comerciais, anúncios e derivados, a fim de atrair turistas para a pequena cidade – não dá pra negar que a suposta queda de um OVNI é algo que hoje já faz parte da história da cidadezinha de Roswell, no Novo México. Embora até hoje não se saiba o que de fato aconteceu naquele noite, a grande maioria das pessoas sabe o que a muitas pessoas da cidade acredita que aconteceu: Um encontro com uma tecnologia de outro mundo.
Quando eu disse, no post sobre o sobrenatural no mundo real e no de Fogo no Céu que abdução era uma das questões mais assustadoras no que se refere ao tema, eu não estava mentindo. Mas uma conspiração governamental para esconder que de fato somos visitados por seres mais inteligentes e mais avançados tecnologicamente que nós, e que poderia nos exterminar em um piscar de olhos se quisesse, também é algo que nos causa arrepios.
Ainda hoje existe muita polêmica sobre se o governo realmente esconde informações sobre visitantes de outros planetas, ou se simplesmente todas as histórias conhecidas são engodos, enganos ou mal-entendidos. É fato, no entanto, que o assunto ganhou o interesse da grande maioria dos governos mundiais, que inclusive criaram comissões para investigar tais fenômenos (Nos EUA houve o Projeto Blue Book nos anos 50; no Brasil, houve a Operação Prato, nos anos 70, apenas para citar alguns).
Em 1979, um dos oficiais da Força Aérea americana supostamente envolvido no caso Roswell decide, depois de já velho e aposentado, expor o que aconteceu naquela noite que marcou a história desta cidadezinha dos EUA. Isto é o que conta o autor Whitley Strieber no livro “Majestic”.
Strieber é um escritor americano familiar ao terror, sendo conhecido principalmente por dois livros do gênero, The Wolfen e The Hunger. Mas grande parte de seu sucesso se deve a um livro de não-ficção chamado “Communion”, onde o autor expõe suas estranhas e surreais experiências relacionadas à abduções alienígenas. A partir de Communion, Strieber escreveu uma série de histórias baseadas ou relacionadas ao tema do fenômeno UFO, dos quais Majestic é um dos mais curiosos, principalmente pelo seu conteúdo e pelas alegações a respeito da história.
Majestic segue o jornalista Nicholas Duke, que investiga o tema através das confissões e documentos de Wilfred Stone, oficial da Força Aérea aposentado supostamente envolvido no incidente de 1947 em Roswell. A história, apesar de ser claramente uma ficção, traz uma série de informações reais que corroboram a história e nos fazem pensar no quanto de realidade e no quanto de ficção tem a obra.
O livro conta com recortes de jornal com notícias da época dos incidentes, memorandos confidenciais entregues por Stone ao jornalista, além de relatórios que incluem a autópsia de um dos corpos encontrados junto ao objeto. Tudo isso em meio à uma narrativa que mistura incidentes reais, alegações, suposições e pura ficção em uma história que, conforme avançamos, não conseguimos distinguir o que é fato do que é conto, e onde não sabemos onde a ficção termina e a realidade começa.
Majestic foi lançado no Brasil pela editora Mercuryo com o nome de Projeto Majestic – A nave perdida, não sei se ainda por ser encontrado em livrarias pois comprei meu exemplar há quase 15 anos, mas caso se interessem pelo assunto, procurem pelo livro nas livrarias ou em sebos, vocês não vão se arrepender.
Curiosidades:
– Diversos livros de Strieber foram adaptados para filme. Communion deu origem ao filme homônimo, com Cristopher Walken (aqui no Brasil saiu com o nome de “Estranhos Visiantes”) e cujo roteiro é do próprio Strieber;
– O Livro “The Hunger”, de Whitley Strieber foi adaptado para o cinema britânico em 1983, e se tornou o filme Fome de Viver (The Hunger), clássico oitentista dirigido por Tony Scott e protagonizado por David Bowie, Catherine Deneuve e Susan Sarandon;– Strieber também é co-autor do livro que inspirou o filme O Dia Depois de Amanhã;
– A grande maioria dos livros do autor que exploram o que ele chama de “visitantes” baseiam-se ou utilizam elementos das experiências do próprio autor com abduções alienígenas e avistamentos, isso inclui Majesic;
– Majestic é uma referência ao “Majestic 12”, também chamado de “Majic 12”, uma comissão formada por militares, autoridades políticas e cientistas supostamente reunida pelo presidente Harry Truman para investigar o fenômeno UFO e as conseqüências do caso Roswell;
– Ainda sobre discos voadores, mesmo que a grande maioria das histórias relacionadas seja fraude, nos últimos anos diversos governos (França, Inglaterra, México, entre outros) tornaram públicos documentos secretos sobre investigações relacionadas ao fenômeno, contendo relatos, avistamentos, fotos e outros tipos de investigações financiadas pelos próprios governos. Um dos únicos países que ainda não liberou tais informações foi os EUA.
Na Próxima Madrugada:
Um clássico absoluto do gênero que dispensa apresentações. Na próxima semana, O Exorcista.