A principal delas, e o que dá razão a esse post, é a pergunta que não quer calar até hoje:
“Por que diabos os Flintstones comemoravam o Natal?”.
Antes de falar sobre a comemoração do Natal, vou só adiantar as duas outras coisas curiosas sobre eles que eu sempre ficava me perguntando o porquê daquilo. Primeiro, eu sempre curti muito mais os Rubbles (Barney, Bam Bam e Betty) do que, os propriamente intitulados “donos do desenho”, a família Flintstones. Eram muito mais simpáticos, batalhadores e simples que seus vizinhos. Tinham problemas iguais a maioria das pessoas, como a falta de recursos financeiros, mas isso não impedia que eles abrissem seus corações para a adoção de seu filho, o pequeno e forte Bam Bam!
Em segundo lugar nesta lista, o que pode até parecer brincadeira minha, mas realmente, mesmo não tendo muita idade pra pensar muito numa coisa dessas, sempre me incomodaram, que eram certas discrepâncias temporais adotadas nos episódios.
É o caso das “tecnologias” utilizadas, que apesar de serem de uma criatividade fantástica, pois utilizavam animais no lugar de eletrodomésticos ou aparelhos, eu sabia que não era próprio da época ter, por exemplo, um controle remoto, muito menos uma televisão!
Sério, eu ficava pensando em como eles faziam pra ter aquelas imagens na tv sem transmissão!
Uma coisa que me incomodava mais era a existência de dinossauros na mesma época dos homens das cavernas. Sempre fui muito fã de história e devorava, desde pequeno, livros sobre dinossauros e sobre a raça humana em geral e sabia que havia um furo ali. O desenho se passava no chamado período Paleolítico, a era da Pedra Lascada, e o homem nunca teve contato com os lagartões e muito menos tinha conhecimento de certos materiais a não ser utensílios como machados, martelos, arpões, cuias que faziam com pedra, osso e madeira.
Tudo bem, eu fui uma criança chata! =)
Não, na verdade, eu procurava verossimilhança no desenho com aquilo que eu lia ou estudava, só isso. No caso dos utensílios eu aceitava como licença artística, mas no caso dos dinossauros não…
Mas, sem dúvida, esses anacronismos que imperavam nos episódios, foram um dos maiores trunfos que ajudaram a série a impor-se. A cidade de Bedrock, de 1.040.000 a.C., era possível encontrar tudo o que havia nos anos 60 de mais moderno, embora construído de forma rudimentar e com materiais grosseiros. Aliás, essas gags de utilização de animais como eletrodomésticos e jornais de pedra vieram da animação Stone Age Cartoons do qual os Flintstones foram inspirados.
Bom, mas vamos àquilo que dá razão a esse post, se não me prolongo demais e o post fica chato de ler.
A pergunta fundamental que é: Porque Os Flintstones comemoravam o Natal, se na época que eles viviam Jesus ainda não havia nascido?
Bom, primeiro é importante dizer que, tomando por base a época em que se passa o desenho, conforme eu havia dito antes, no período Paleolítico, os homens das cavernas já acreditavam em magia e tinham sentimento religioso. Apesar de crerem em forças da natureza e não propriamente numa divindade pré-concebida, não possuiam calendários e dificilmente comemoravam datas especiais.
Outra coisa importante de se dizer, é que nos relatos bíblicos não encontramos nenhuma referência sobre a data do nascimento de Jesus. Naquela época os calendários romanos eram um tanto confusos, chegando, às vezes, a ter semanas de quinze dias e meses de dez dias, de acordo com a vontade do Imperador reinante. O povo em geral não conhecia as datas de nascimento, casamento ou falecimento. Pra você ter uma ideia não existem registros históricos a respeito de “festas de aniversário” na Antigüidade.
Sobre o nascimento de Jesus sabemos muito pouco e as primeiras comunidades cristãs não comemoravam seu nascimento. Somente a partir do ano 350 é que o Natal começou a ser comemorado no dia 25 de dezembro e em torno da escolha desta data existe uma longa história.
Os Celtas, por exemplo, tratavam o Solstício do Inverno como um momento extremamente importante em suas vidas. O inverno ia chegar, longas noites de frio, por vezes com poucos gêneros alimentícios e rações para si e para os animais, e não sabiam se ficariam vivos até a próxima estação. Faziam, então, um grande banquete de despedida no dia 25 de dezembro. Seguiam-se 12 dias de festas, terminando no dia 6 de Janeiro.
Em Roma, o Solstício do Inverno também era celebrado muitos séculos antes do nascimento de Jesus. Os Romanos o chamavam de Saturnálias, em homenagem a Saturno, o Deus da Agricultura, que permitia o descanso da terra durante o inverno.
Em 274 o Imperador Aureliano proclamou o dia 25/12, como o Dia do Nascimento do Sol Inconquistável. O Sol passou a ser venerado. Buscava-se o seu calor e proteção ao frio rigoroso do inverno na Terra.
A comemoração do Natal de Jesus surgiu de um decreto do Papa Freud Júlio I que decretou em 350 que o nascimento de Cristo deveria ser comemorado no dia 25 de Dezembro, substituindo a veneração ao Deus Sol pela adoração ao Salvador Jesus Cristo. O nascimento de Cristo passou a ser comemorado em substituição às festividades pagãs.
Dito isso, nada muda em relação ao desenho, não é? Mas eu quis deixar um pouquinho da história do Natal relatada aqui para dizer que realmente não importa se a data é comemorada dia tal ou a milhares de anos na idade da pedra. Já que a pouco tempo atrás também não se comemorava tal dia como hoje conhecemos.
O importante é o significado que cada um dá a esse dia, seja ele religioso ou não.
Nesse dia emenda-se a origem do bom velhinho, Papai Noel, um bispo católico muito bondoso, chamado Nicolau, que viveu no século V e cansado de ver o sofrimento de seu povo, especialmente das crianças, resolveu presentear a garotada com brinquedos e guloseimas, justamente na data em que os católicos comemoram o nascimento de Jesus.
Mesmo que isso possa ser uma lenda, a data acaba simbolizando a bondade, a generosidade e a renovação da vida. E ultimamente, ao consumismo desacerbado de produtos.
Parte da resposta taí: Os Flinststones é um desenho comercial. Logo, assim como outros vários desenhos, necessita desse apelo natalino para se “vender”, assim como, produtos que possam vir dessa medida comercial.
Acredito que a verdadeira razão para se fazer um desenho especial de Natal seja (pelo menos quero acreditar nisso, pelo bem de nossos filhos), não só o lance comercial em si, mas transmitir aos pequenos o verdadeiro significado do espírito de Natal, que é a confraternização entre as pessoas, os valores como os de solidariedade, companheirismo e doação.
Se for por aí, que os Flintstones continuem a comemorar vários “natais” o quanto puderem!
Bom Natal!
Yabadabadoo!!!
Os Flintstones, foi a primeira e a mais duradoura série animada de TV de todos os tempos, produzida pela Hanna-Barbera de 1960 à 1966 e retratava o cotidiano de uma família de classe média da Idade da Pedra. Calcula-se que já foi assistido por 300 milhões de espectadores em 80 países, sendo dublado em 22 idiomas.
Ela foi a primeira série de animação exibida em horário nobre e a primeira a exibir uma história contínua num episódio de meia hora, ao contrário dos desenhos animados até então, bem mais curtos.
Os Flintstones era, originalmente, uma série direcionada ao público adulto. Nos dois primeiros anos de produção, o desenho era fortemente ligado à marca de cigarros Winston e as personagens apareciam fumando em anúncios publicitários. A série só mudou seu público-alvo para os jovens e crianças à partir da terceira temporada, quando nasceu a personagem Pedrita, filha do casal Fred e Wilma.
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