Fiquei muito feliz de saber que o FIQ este ano teria um painel dedicado aos quadrinhos de terror, que é um gênero e uma estética narrativa tão apreciada, mas muitas vezes tão ignorada nestes eventos. E um prazer maior, é claro, foi conhecer pessoalmente autores dos quais sou muito fã. Por isso, resolvi escrever algumas palavras sobre como foi o painel.
O Painel “O horror, o horror” aconteceu na sexta-feira, dia 15, às 20h, e contou com Franco de Rosa, Fábio Cobiaco, Rafael Albuquerque e Salvador Sanz. Um pouco do currículo de cada um:
Franco de Rosa é da velha guarda do quadrinho nacional. Roteirista, desenhista e editor, esteve envolvido na criação das editoras Mythos e Opera Graphica.
Fábio Cobiaco fez capas para diversas editoras americanas e recentemente lançou um álbum sci-fi com elementos sobrenaturais, V.I.S.H.N.U., além de ser seguidor do mestre Flávio Colin e pesquisador de sua obra.
Rafael Albuquerque é desenhista, agora também roteirista, e é mais conhecido por ajudar a reinventar os vampiros na série Vampiro Americano, da Vertigo.
Salvador Sanz é um dos grandes nomes do quadrinho Argentino atual, famoso por seus mundos e personagens fantásticos. Aqui no Brasil, duas de suas obras estão disponíveis: Angela Della Morte e Noturno.
Bem, como o painel não era direcionado para nada específico dentro do terror, o papo navegou por diversas correntes. Franco de Rosa deu uma aula sobre os quadrinhos brasileiros de terror nos anos 50, falando sobre como eram um sucesso de público, sobre alguns autores, além de mostrar diversas capas muito bacanas daquela época.
Depois, foi a vez de Rafael Albuquerque falar sobre revisitar um mito clássico e dar-lhe um novo fôlego visualmente, e um pouco de como foi o processo para a criação do conceito visual dos vampiros de Vampiro Americano.
Cobiaco falou sobre o trabalho de Flavio Colin e discorreu sobre algo que comentávamos antes do painel, sobre por que grandes autores do passado hoje são completos desconhecidos para a maioria do público mais jovem.
Salvador Sanz falou sobre a contribuição da arte para o imaginário numa história de terror, e sobre como sua arte leva a imaginação do leitor adiante. Por fim, os convidados falaram sobre a mudança do terror através das eras, conforme a tecnologia vai avançando e, no momento das perguntas, fiquei muito feliz ao ver a quantidade de pessoas interessadas no assunto e que queria perguntar. Infelizmente, não deu para deixar todo mundo questionar por conta do tempo (que ficou mais do que esgotadasso, heheheheh), mas ainda assim a contribuição da platéia foi sensacional.
Foi um painel realmente muito bom e me surpreendi positivamente com ele. Tinha muita gente, todos bastante atentos e interessados e as perguntas foram todas pontuadas e interessantes. E eu ainda ganhei presentes!
Infelizmente, creio que não foi gravado, mas fiquem com algumas fotos que ilustram o post. Mas fica a torcida para que outros eventos de quadrinhos sigam o exemplo e tragam temas relacionados ao terror nos quadrinhos para discussão, e que não pare por aí.