Prometheus

Uaréview
 Por Vini

Olá, pequenos padawans!
Semana passada estive assistindo ao filme Prometheus que estreou nos cinemas brazucas no dia 15/06 e só agora tive coragem de postar essa resenha. Digo isso porque esse filme me trouxe mais interrogações do que certezas para escrever uma resenha mais completa e cheguei até a comentar com meus camaradas de blog que o filme merecia um podcast só para ele, para que a gente pudesse esmiuçá-lo melhor e responder certas dúvidas que, acredito eu, a maioria das pessoas que foram ao cinema também tiveram.
Mas enquanto esse podcast não vem, vou contar um pouco da minha experiência aqui sobre o filme e talvez role algum spoiler do qual você provavelmente não vai querer saber antes de assistí-lo, então, vá ao cinema e volte aqui depois. Quem sabe a gente não pode conversar sobre essas questões nos comentários depois?
Belê? Vamu lá!

Antes de mais nada é bom dizer que esse filme é o retorno triunfal à Ficção Científica do grande diretor de cinema Ridley Scott, exatamente trinta e três anos depois de “Alien” (1979) e “Blade Runner” (1982), dois dos grandes sucessos do diretor nessa área. Aliás, Prometheus chegou com a promessa de ser um prequel do primeiro filme da quadrilogia Alien, mas foi muito mais longe que isso e até o próprio diretor britânico reconheceu que a linha original da história escapou de suas mãos e se tornou um verdadeiro filme ambicioso do qual é explicado, através de um universo visual esplêndido, as raízes da humanidade.

Tempos atrás fizemos um podcast sobre o tema “Eram os Deuses Astronautas” e Sir Ridley Scott fala exatamente sobre isso nesse fantástico, e muito aguardado pelo público, filme que mistura ação, sci-fi e altas doses de suspense e terror!!!

O filme retrata uma expedição realizada por um grupo de cientistas liderados pela professora Elizabeth Shaw (Noomi Rapace, que participa da ótima trilogia sueca de “Millennium”), que parte por volta do ano de 2090 para explorar um planeta onde possivelmente existe uma raça avançada, e talvez extinta, de humanóides que poderiam ter criado a humanidade à partir de seu próprio DNA. E durante a expedição é exatamente isso que eles descobrem!
Isso é mostrado logo na primeira cena do filme, onde vemos uma espécie de “super-homem”, de pele bem clara e fisionomia e físico bem parecidos com aquelas estátuas de deuses gregos, tomando um líquido gosmento e escuro que faz com que seu corpo comece a se desintegrar e que reestrutura sua cadeia de DNA. Esse ser cai de cima de uma queda d´água e seu corpo se decompondo, misturado com a água, desencadeia um tipo de reação biogenética que origina a vida no planeta, que no caso, é a Terra!
A princípio, demorei pra sacar que se tratava do nosso planeta sendo pela primeira vez “colonizado”, ou seja, essa cena mostra como a vida foi criada no planeta!
Essa expedição só existiu porque no ano de 2089, um casal de arqueólogos, Elizabeth e Charlie, descobrem que existe um mapa estelar, revelado através de diferentes culturas humanas antigas, curiosamente de diferentes épocas, e por isso, não havendo qualquer ligação entre elas. Após interpretarem esses mapas, os arqueólogos entendem que aquilo é um convite para que eles possam conhecer seus criadores, ou, conforme eles chamam no filme, os “engenheiros”.

A tripulação da nave, que leva o nome do filme, é comandada pela gatíssima (e durona) Meredith Vickers (Charlize Theron), uma das únicas não-cientistas do grupo, e que conta com a ajuda de um andróide sinistro chamado David, o personagem mais interessante do filme, interpretado brilhantemente por Michael Fassbender. Aliás, esse culto IA (Inteligência Artificial) é a linha condutora do filme e o responsável por interpretar, falar e ler a linguagem desses engenheiros, já que domina todas as línguas mortas.
E é logo no começo do filme que você percebe o quão longe o roteiro vai se distanciando de Alien, o oitavo passageiro e se aproximando apenas de uma história sobre uma busca ambiciosa sobre as origens da raça humana. Aliens mesmo, só nos minutos finais do filme, e apenas uma menção, já que o que foi mostrado é apenas uma sub-raça dos gosmentos e gigantescos aliens negros (ou seria afro-espaciais?) dos quais estamos acostumados.
Mas isso prejudicou o filme? Absolutamente, não!
Parece que foi exatamente esse “descontrole” de direção do roteiro que o fez ser um dos filmes mais interessantes que aportaram por aqui neste ano!
É claro que existem certas pontas soltas das quais comentei lá no começo que sinceramente me deixou pensando sobre o filme durante todos esses dias. Isso eu achei bem louco, porque, se por um lado minha opinião sobre filmes que não se explicam no próprio filme não sejam lá grandes coisas, no caso de Prometheus, isso se tornou um interessante exercício para teorizar sobre alguns assuntos (e não só sobre a criação da raça humana) e tentar achar respostas das quais acredito que cada um terá a sua.

Algumas cenas me incomodaram um pouco, como o comprometimento do capitão Janek (Idris Elba) e sua tripulação em derrotar o último gigante com sua própria vida, a fuga de Elizabeth e Meredith da nave caindo sobre elas (essa cena ficou meio cômica, parecendo aqueles desenhos do Papa-Léguas) e apenas a pincelada que deram para o fato do desespero dos “engenheiros” na cena onde mostra eles, em forma holográfica, correndo de algo. Logo após, descobri que se tratava “apenas” do descontrole de uma arma biológica, a doença que eles projetaram com o intuíto de destruir a espécie humana e que evoluiu e os matou antes que pudessem vir para a Terra.
Parecia na verdade que estavam correndo de algo, que pensei ser os próprios Aliens, já criados.
Por falar em desconforto, Ridley Scott acertou em cheio numa das cenas mais terríveis do filme… o aborto realizado pela Drª. Shaw! Cara, me vi nessa cena, e não só eu, como quase todas as pessoas no cinema, cravado na cadeira assistindo a cena!
Enfim, Prometheus traz algumas questionamentos mais interessantes e porque não mais perturbadores do que o simples “De onde viemos?“: É possível que a raça humana tenha sido projetada por outros seres? E se a resposta for sim, quem realmente são eles e qual o sentido de tudo isto? E se um dia viermos a conhecer nosso criador (ou Deus se preferir) e ele for uma decepção total?

Para terminar, uma questão que ficou no ar e que tenho certeza que muita gente ficou na dúvida, o próprio título do filme explica o porquê de os tais alienígenas, criadores da espécie humana (e não só dela como é mostrado no filme) resolvem aniquilar os humanos, utilizando seu laboratório remoto na Lua onde é cenário para todo o desfecho do filme, explico:
Prometeus, o titã da mitologia grega conhecido por sua astuta inteligência, foi o responsável pela criação do homem à partir da terra e da água e foi castigado por ter roubado o fogo de Zeus para dar aos mortais. Todavia o fogo era exclusivo dos deuses. Como castigo a Prometeu, Zeus ordenou a Hefesto que o acorrentasse no cume do monte Cáucaso, onde todos os dias uma águia (ou corvo dependendo de quem conta) dilacerava o seu fígado que, todos os dias, se regenerava
Pois bem, o filme ganhou o título de Prometheus como referência a esse personagem da mitologia grega: E a relação com isso é que os tais engenheiros, ou os “deuses-aliens”, que geraram a vida aqui na Terra, não ficaram nada felizes, pois encararam que a raça humana estava querendo desafiá-los e ganhar seu “fogo”, merecendo assim, serem punidos.

 Uma das cenas deletadas do filme que estará presente no Blu-Ray

Curiosidades:

Ridley Scott ficou longe do tema ficção científica por tanto tempo porque, primeiro estava ocupado com outros filmes e explorando diferentes gêneros, e segundo, porque não encontrou nada que fosse suficientemente realista, original, forte e principalmente original.

HR Ginger, que foi responsável pela aparência do 1° Alien, volta a produzir brilhantemente os cenários e criaturas desse filme.
Desde o começo do projeto, a ideia era que o Prometheus fosse um prelúdio (dividido em duas partes) da franquia Alien.
As atrizes Angelina Jolie e Charlize Theron disputaram o papel da personagem Meredith Vickers.
Ridley Scott rodou parte de seu filme nos estúdios Pinewood, na Inglaterra. E teve locações na Islândia, Escócia e curiosamente, as cenas aquáticas foram rodadas na Espanha, na Cidade da Luz, em Alicante. (cidade para onde esse que vos escreve estará em Agosto!)
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Prometheus é um filme difícil de avaliar, pois ele não está completamente fechado e sugere uma sequência. Mas de prima assim, é um filme divertido e o terror e suspense presente nele chega a incomodar, exatamente como foi feito lá atrás no primeiro filme de 1979.

Nota: 07



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