“Por que matar um homem se você pode matar uma ideia?” (Abu Nazir)
Adaptada pela dupla Howard Gordon e Alex Gansa (ex-produtores de The X Files e 24 Horas) para a TV americana a partir de uma produção israelense, Homeland foi anunciada como uma possível sucessora de 24 Horas no quesito paranoia, ação e drama. E de fato, ao fim de sua primeira temporada ela cumpriu bem esse objetivo, além de ir além.
O programa é estrelado por Claire Danes como Carrie Mathison, uma oficial de operações da CIA que passou a acreditar que um fuzileiro americano, o Sargento Nicholas Brody, interpretado por Damian Lewis, que era um prisioneiro de guerra da Al-Qaeda por oito anos, passou para o lado inimigo e agora representa um significativo risco a segurança nacional.
Com um clima de paranoia intenso, ótimas interpretações e uma outra visão sobre a questão do terrorismo e da América, Homeland foi considerada uma das melhoras novas séries de 2011. Damian Lewis, de Band of Brothers, surpreende no papel do militar duro, integro e ao mesmo tempo sempre com um ar duvidoso. Claire Deines interpretando uma bipolar da um show de interpretação, mostrando como é difícil a vida não só de quem tem essa doença, mas também de amigos e familiares.
Mandy Patinkin, como Saul Berenson, chefe da Divisão do Oriente Médio da CIA e o antigo chefe e mentor de Carrie, também constrói bem um personagem protetor, um verdadeiro pai para Carrie, mas ao mesmo tempo preocupado com o rumo da situação. Além desse trio, temos a bela Morena Baccarin como Jessica Brody, esposa de Nicholas, envolvida em um triangulo amoroso com o marido e o seu melhor amigo.
A série prende rapidamente o espectador pelo carismas de seus personagens, seja na insanidade de Carrie, na confusão de Brody ou nos conflitos familiares dos protagonistas, tudo é construído para se entrelaçar ao plot maior de um possível novo ataque terrorista em solo americano. É interessante ver como a produção consegue pegar bem o pique das primeiras temporadas de 24 Horas, onde as reviravoltas eram de fato impactantes, instigavam a curiosidade de saber onde iriamos parar e nos faziam preocuparmo-nos com o destino daquelas pessoas em tela. Pois, nos tornamos cúmplices deles, caminhando lado a lado em cada passo rumo a um abismo desconhecido, vendo-os aos poucos se perderem nesse emaranhado de conspirações, desconfianças, fingimentos e descobertas.
A série é transmitida nos Estados Unidos pelo canal a cabo Showtime, sendo produzida pela Fox 21, e segue rumo a sua segunda temporada. No Brasil estreou em 4 de março desse ano pelo canal por assinatura FX. Meus receios com o andamento do seriado é o mesmo em relação a todos os seriados interessantes que surgiram nos últimos anos: será que tal idéia se sustenta por muito tempo? veremos mais uma boa série se perder na ganancia de lucro e esticada de temporadas? Só o tempo dirá, mas para quem curte esse tipo de aventura, Homeland é um prato cheio.