Muitas coisas podem acontecer quando você muda de casa.
American Horror Story é uma série que se constrói no formato de antologia de terror e drama, onde a cada temporada somos apresentados a um elenco e um cenário diferentes. Criada e produzida por Ryan Murphy e Brad Falchuk, a série recebeu várias nomeações, incluindo um Golden Globe Awards para Melhor série de Drama., e os premios de melhor atriz coadjuvante em minissérie ou drama no Screen Actors Guild Awards e Melhor Atriz em Papel Coadjuvante em Série, Minissérie ou Filme feito para a Televisão no Globo de Ouro 2012 para Jessica Lange.
No seriado somos apresentados a família Harmon, Ben (Dylan McDermott), Vivien (Connie Britton) e sua filha Violet (Taissa Farmiga), que se mudam de Boston para Los Angeles depois que Vivien sofre um aborto e Ben tem um caso extraconjugal. No novo lar eles descobrem que a propriedade guarda segredos e histórias horripilantes, um lugar onde tem havido mais de 20 mortes violentas ao longo de sua história – tanto assim que é conhecido em passeios turísticos como “The Murder House” (A Casa dos Homicídios).
Levando em frente à velha lógica de histórias de terror de casa mal assombrada e família ingênua (?) que cai nas armadilhas fantasmagóricas, American Horror Story leva seus personagens a conviverem com fantasmas se passando por vivos, influenciando-os, interferindo no curso da vida deles.
Ao longo da primeira temporada, vemos o pai de família, Ben, envolto com o relacionamento de sua filha com o misterioso Tate (Evan Peters), o reaparecimento de sua amante, uma chantagem feita por um ex-morador da casa, uma estranha gravidez de sua mulher – que diz ter sido estuprada por um homem vestido em traje de borracha, uma governanta que aos olhos de todos é uma senhora idosa e nos dele uma jovem e atraente mulher, além da constante intromição de sua vizinha Constance (Jessica Lange).
Assim, tentando resolver seus problemas familiares, e ao mesmo tempo sobreviver aos ataques sobrenaturais, a família Harmon de uma forma estranha acaba se reencontrando em pleno “inferno” que a Murder House trás para eles.
A série apesar de seu ritmo arrastado e muitas vezes lento demais, conseguiu uma boa audiência e boas criticas, para os mais especialistas em terror (coisa que eu não sou nem de longe) ela também trouxe várias referencias a obras famosas. O que me incomoda em American Horror é exatamente ter pouco horror nela, isto é, o horror que nos acostumamos a ver e ler no Madrugada Macabra, por exemplo, com sangue, desmembramentos e afins.
Me parece mais uma serie de suspensezinho barato americano – bem no estilo da franquia Pânico -, mas que acaba prendendo você por conta da boa caracterização de personagens. Pelo menos comigo foi assim, cheguei ao fim da temporada por me “preocupar” com os personagens, querer saber o que acontecerá com eles, e isso já é um grande mérito para uma série.
Governantas fantasmas também são um bom motivo para se assistir |
A série também conta com algo bem legal, as cenas de abertura, que geralmente mostram algum dos inumeros assassinatos realizados na casa e parecem mais um curta-metragem de terror a cada novo capitulo. Além disso, tem várias participações especiais, incluindo ai Zachary Quinto, o Sylar de Heroes, como um espirito de um ex-morador gay preso a seu companheiro até após a morte.
Não irei dizer aqui como foi o final da temporada, pois é mais interessante cada um acompanhar e tirar suas próprias conclusões. Eu esperava mais e até o gancho mais legal que criaram não vamos ver sua continuidade por conta do formato proposto da série de começar do zero a cada temporada, uma idéia que aprovo e espero que mantenham mesmo – Heroes começou tendo essa proposta e com o sucesso dos personagens mudou completamente, infelizmente.
American Horror Story tem seu mérito em trazer de volta a televisão o gênero, mesmo no jeito americano de ser, e vale a pena uma conferida – menos o Rafael que já conhece tanto de terror que vai ficar bocejando com os clichês do gênero e as saídas até facéis de roteiro (risos).