Uaréview
Por Marcelo Soares
Em 4 de fevereiro de 2004 entrou no ar um site de relacionamentos feito para alunos de Harvard fundado por Mark Zuckerberg e o brasileiro Eduardo Saverin. No final do seu primeiro mês, mais da metade dos estudantes não-graduados em Harvard foi registrado no serviço. Em seis anos de funcionamento o site chegou ao número de 400 milhões de usuários, tornando Mark um dos bilionários mais jovens do mundo.
É essa história de sucesso, intrigas, brigas e processos que A Rede Social (The Social Network, 2010), filme dirigido por David Fincher (Clube da Luta, Seven), traz, mostrando como um nerd em seu apartamento bagunçado mudou a forma de como as pessoas se comunicam no mundo virtual. A história do Facebook.
O filme é baseado no livro The Accidental Billionaires, de Ben Mezrich, que conta os bastidores da criação do maior site de relacionamentos do mundo. Apesar disso, a obra de Fincher não foi apoiada pelo Facebook e seu diretor-executivo e co-fundador Mark Zuckerberg, apesar do roteiro ter sido mostrado para os sócios da empresa e algumas edições terem sido feitas.
No elenco vemos nomes como Jesse Eisenberg (Mark), Andrew Garfield (Eduardo), Brenda Song (Christy Lee) e Justin Timberlake (Sean Parker, co-fundador do Napster e primeiro presidente do Facebook), todos com boas atuações dentro de uma história empolgante e tensa.
David Fincher conseguiu dar uma cadencia ao roteiro, muito bem amarrado por sinal, de uma forma muito peculiar, isto é, dando um ritmo que conversa com sua temática. Para um filme que fala da velocidade da internet e da expansão de um site, somos jogados em cenas rápidas – seja em diálogos ou na edição – e vemos um jogo de não linearidade da história.
Ao invés de contar tudo desde o começo e só no final falar sobre os processos que o protagonista sofreu, ele usa as audiências dos processos, ao mesmo tempo, como linha narrativa para contar o passado, como um hyperlink nos conectando a novas informações.
A Rede Social me lembrou muito o contexto de outro filme: Piratas do Vale do Silício, de 1999. Baseado também em um livro, Fire in the Valley: The Making of The Personal Computer, de Paul Freiberger e Michael Swaine, Piratas… é um filme feito para televisão pela TNT e mostra o nascimento da era da informática doméstica, desde o primeiro PC, através da rivalidade entre a Apple e a Microsoft. Nas duas obras podemos ver o quanto se tem por trás da construção de megaempresas e como as cifras e velocidade dos negócios mudaram da época do silício para o tempo do ponto com.
Conseguindo equilibrar o lado corporativo com o pessoal, Fincher traz uma epopéia moderna sobre dinheiro, sucesso e tudo que ele pode trazer para mentes juvenis e seus relacionamentos. Vale tudo para se conseguir um objetivo? E o que é tão importante que justifique se perder?
PS: O filme também mostra que maioria das coisas é culpa das mulheres, mesmo quando elas não sabem (ou querem) movem as rodas do mundo.
PS2: Para quem quiser saber mais sobre o facebook algo legal é a entrevista de Mark Zuckerburg no Especial MTV
A História do Facebook.
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