Olá, eu sou Marcelo Soares e muitas vezes aqui já falei como sou fã de documentários. Para mim, mostrar a realidade de pessoas e lugares desconhecidos sob um olhar diferente de um matéria televisiva, por exemplo, é um dos lados que mais me fascinam nesse gênero cinematográfico. Porém, principalmente nessa última década, a estética utilizado por esse meio de comunicação transmigrou para a televisão ancorada em programas de reality show – onde mil câmeras em todos os lugares de um local mostram tudo e todos, chegando ao ponto de serem invasivas.
Filmes como
EdTV e
O Show de Truman trabalharam bem o fascinio que exerce esse tipo de programa na cultura americana em especial, mas claro que no Brasil não deixa de ser diferente. Tanto sucesso fez esse estilo de TV (?) que filmes começaram a utilizar essa lógica (Cloverfield, Distrito 9, Bruxa de Blair) e mais recentemente seriados como The Office e Modern Family. Nessa nova leva de séries em 2010 mais uma vez o estilo foi utilizado para ser o diferencial de uma série, e é essa série o tema da coluna hoje:
My Generation
My Generation, It’s My Generation baby
Why don’t you all fade away (talkin bout my generation)
And don’t try to dig what we all s s say (talkin bout my generation)
I’m not trying to cause a big sensation (talkin bout my generation)
Just talkin ‘bout my generation (talkin bout my generation)
(My Generation – The Who)
A Série traz um tema bem interessante, e sempre atual: Qual diferença dez anos podem fazer na vida de uma pessoa? Na história, em 2000, uma equipe de documentário acompanha um grupo heterogéneo de ensino médio de Greenbelt High School, em Austin, Texas, enquanto se preparam para a formatura. Em seguida, revisita esses ex-colegas dez anos mais tarde, quando voltam para casa para redescobrir que, só porque eles não estão onde haviam planejado, não significa que não estão onde eles deveriam estar. My Generation foi criada e escrita por Noah Hawley (The Unusuals, Bones), que também é produtor executivo e é um projeto da ABC Studios.
Mas antes que você se anime, como eu me animei, a ver a série, saiba que com apenas dois episódios a ABC já cancelou o seriado por baixa audiência. Isso mesmo caro leitor, apenas dois episódios e por não render o que esperavam um conceito que poderia ser longo e render boas coisas já foi jogado no lixo. Uma prática muito comum das emissoras americanas – empresas no fim das contas – e que deixam quem está interessado em ver mais a merce do público gringo.
Mas você lendo eu escrever assim até parece que a série é perfeita não é? Porém nao é, tem seus defeitos e, para mim, se concentram no formato reality/documentário escolhido. Quem já assistiu The Office, por exemplo, sabe como é feito esse estilo: Camera na mão, imagens que se movimentam – nada estáticas – e que aparecem nos lugares mais inusitados – atrás de jarros, janelas, dentro de carros. My Generation traz tudo isso, porém, vejo que tinha um ponto diferente que fazia uma grande diferença em minha opinião: a intervenção direta de uma entrevistadora (ouviamos a voz dela, ela fazia perguntas diretas que influenciavam o personagem) coisa que em The Office é subentendido e nem influencia tanto.
Sem contar que a série também usava do recurso de flashback (indo de 2010 à 2000 em instantes), coisa que é complicada de fazer de forma competente e não cansativa. Para mim, ficou cansativo, talvez dai o público americano não ter gostado tanto da idéia – ou simplesmente eles não gostaram de ver suas cicatrizes dos últimos dez anos reexploradas, vai saber. A história é uma tipica mostra da juventude desesperançosa com seus sonhos, depois de tê-los vistos mudados pela realidade vigente [por exemplo, um jogador de basquete se torna um soldado no Iraque]. Me lembrou muito outra série cancelada chamada
Reunion, onde mostrava vinte anos de vida de um grupo de amigos no colegial, só que adicionando um assassinato misterioso de um deles, e os momentos no presente só apareciam mais no final de cada episódio, não abusando da viagem temporal.
Uma pena o seriado ter sido cancelado tão jovem, pois com o tempo seus defeitos poderiam ser ajeitados e um dos plots mais interessantes das novas séries desse ano, para mim, se perdeu como lágrimas na chuva (sacou Freud?). Fiquem aí com um trailer da serie:
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