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Jonah Hex – Marcado pela violência

UARÉVIEW
por Freud


O pistoleiro “mais simpático” do Oeste finalmente está de volta às bancas brasileiras, num encadernado que a Panini “espertamente” lançou pra pegar carona no “grande sucesso” (Bwahahahah) de bilheteria que está pra estrear nos cinemas aqui (Será? Pelo andar da caravana, acho que vai direto pra DVD…).

O filme do Jonah Hex foi um puta fracasso nos EUA e, veja você, logo na capa da HQ consta que ela inspirou o filme!!! É uma cilada, Bino?

É não, cara. Bem legal mesmo a revista e ela não tem conexão direta alguma com o filme, como o marketing safado na capa pode talvez sugerir.

São 6 estórias, compilando o início da série mensal do caçador de recompensas lançada em 2005 lá fora. As estórias são fechadas, sem nenhuma ligação entre elas, sem preocupação de continuidade ou cronologia. Simplesmente bons contos de western, escritos por Justin Gray e Jimmy Palmiotti, que respeitam a personalidade e origens do pistoleiro deformado da DC. Uma delas inclusive tem ótima participação de outro antigo cowboy da DC, o espirituoso Bat Lash.

Vai encarar essa hq?


A arte também é “de matar” (boa essa tirada, hein, hein.. de matar.. Jonah Hex… bom, tentei. Rs…) graças ao brasileiro Luke Ross que manda muito bem no traço e na narrativa de 5 das 6 estórias. Luke (ou Luciano Queiroz, se preferir) caracteriza Jonah perfeitamente como Clint Eastwood (que realmente serviu de inspiração na criação do personagem, por John Albano e Tony DeZuniga) e ainda bota coadjuvantes inusitados em algumas estórias: Lima Duarte, Paulo Goulart, Matheus Natchergale (é quase um seriado global, rs), Christopher Walken e certamente tem muito mais gente que não identifiquei.

A quinta estória é desenhada pelo co-criador Tony DeZuniga, e foi muito legal pra mim ver a arte dele pela primeira vez em formato americano (só tinha lido estórias do Hex antes em formatinho). Infelizmente foi justamente nessa estória que veio o primeiro ponto negativo da edição: a sequência em que Jonah sai de uma cabana em chamas é bem confusa.

Todas as estórias são bem bacanas e remetem a bons filmes de Western, com violência e atitudes sem concessôes para se adequar a “comic code” nenhum, mas felizmente, sem exageros desnecessários. A violência não é contida mas aparece em função de contar bem as estórias. A única que que achei fraca foi a última, com algumas situações e soluções mal desenvolvidas, acredito, por ter uma trama um pouco maior que as anteriores espremida no mesmo número de páginas.

O encadernado traz também as ótimas capas originais (como essa à esquerda, feita pelo Frank Quitely) e um texto de duas páginas falando sobre a estória do pistoleiro.

Realmente achei uma boa compra. São 148 páginas, com papel LWC e capa cartonada por R$ 14,90. Bem melhor que pagar esse mesmo preço num desses novos títulos mix “70% é lixo” que inventaram na “revolução” da mesma Panini. Fica a torcida por uma vendagem boa o suficiente do encadernado que empolgue a editora a lançar mais desse material, pois o título continua saindo regularmente até hoje lá nos EUA.

Pra fechar, confere ai o preview disponibilizado pela editora.
(clique nas imagens pra ampliar)

A.K.A. Freud

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