Gafieira é o local onde, por volta do fim do século XIX e início do século XX em diante, tradicionalmente as classes mais humildes podiam freqüentar para praticar as danças de casal, ou danças de salão. Não chegava a ser um clube e sim uma alternativa para essas pessoas e, pelo que consta a história, as gafieiras sempre existiram no município do Rio de Janeiro.
Um dos principais aspectos observados no estilo samba de gafieira é a atitude do dançarino frente a sua parceira: malandragem, proteção, exposição a situações surpresa, elegância e ritmo. Na hora da dança, o homem conduz a sua dama, e nunca o contrário.
Dançando, o dito “malandro” sempre protege sua dama, dando a ela espaço para que ela possa se exibir para ele e para o baile inteiro ao seu redor e, ao mesmo tempo, impedindo uma aproximação de qualquer outro homem para puxá-la para dançar. Daí também a atitude de se sambar com os braços abertos, como se fosse dar um abraço, além de entrar no ritmo da música, proteger sua dama. Do mesmo jeito que o andar não deixava as pernas lado a lado, na dança, o malandro sempre cruza as pernas, remetendo à figura clássica.
Na década de 40 houve o estouro do Swing e as Big Bands, bandas musicais onde o número de componentes ultrapassava facilmente dez elementos. A característica principal desta música era a presença dos metais, tipicamente reconhecidos no jazz, como o saxofone, trompete e por ai vai.
Nessa época, nos salões de baile brasileiros se dançava bolero (também muito em evidência na década de 40), swing (por influência direta norte-americana) e também nossos gêneros nacionais: samba-canção, samba-batucada e samba-liso. Essas eram as três formas de se dançar o samba de salão no Brasil até a década de 1940.
Basicamente: Samba-canção era uma dança de dois movimentos por compasso; samba-batucada era uma dança com três movimentos por compasso, baseado no samba-canção e samba-liso era uma dança de quatro movimentos para dois compassos, sendo totalmente diferente dos outros dois.
E foi basicamente com Raul de Barros, um dos grande intérpretes do samba da época, que as s características básicas de um samba de gafieira genuíno tomaram forma. Nota-se claramente a influência dos metais na música, uma ginga mais própria nossa, de nossas raízes e uma bem maior alegria na sua execução. Todas essas características foram ter à dança, que daí sim começou a ser desenvolvida como samba de gafieira que conhecemos hoje.
É isso ai galera, espero que tenham gostado e apreciado esse ritmo cheio de graça e qualidade!
A gente se vê num boteco por ai!