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Batman – Under The Red Hood

Uaréview
por Moura

Um dos mais questionados acontecimentos na vida de Bruce Wayne nos quadrinhos é o retorno do segundo Robin, Jason Todd. Seja pela imbecil desculpa utilizada para seu retorno da tumba, pelo clichê de transformá-lo em vilão ou mesmo por desrespeitar uma das mais emblemáticas cenas da historia do homem morcego – o assassinato de Robin pelas mãos, ou melhor, pelo pé de cabra do Coringa.

Na onda dos filmes de animação direto para DVD da DC Comics, não tardou para que essa trama se transformasse em película. E qual o resultado disso?

Fui aos EUA semana passada e aproveitei para assistir ao filme. E lhe garanto: é uma boa historia. Principalmente vindo do pobre material de onde veio.

A trama começa mostrando direto o assassinato de Jason pelas mãos do insano Coringa. Detalhe para a ótima caracterização do palhaço do crime. O espancamento do garoto prodígio é cru e de certa forma chocante visto em animação. A crueldade do psicopata se mostra no que ele agride violentamente um personagem que é visivelmente um adolescente na tela.

E tal qual na clássica HQ, Batman perde o timing e chega à cabana apenas para vê-la explodindo e encontrar o cadáver detonado de seu parceiro mirim.

Alguns anos depois o misterioso Capuz Vermelho começa a perseguir a máfia de Gotham e assassinar os bandidos da cidade, apontando suas armas diretamente para o chefão do crime, o Mascara Negra.

Logicamente a morcega logo se envolve nessa pequena guerra, com o auxilio de Asa Noturna, Dick Grayson, o Robin original.

O filme é cheio de pequenas participações e citações. Até mesmo o andróide Amazo aparece, como um oponente aos heróis, e com os poderes da Liga da Justiça.

O Capuz é um personagem interessante na trama – e seu retorno do mundo dos mortos é muito melhor justificado utilizando Ra`s Al Ghul e os poços de Lázaro do que a desculpa dos socos na parede da realidade do Superboy Prime. Inclusive, ao final do filme, quando ele explica naturalmente suas motivações, faz-se de forma que se torna completamente compreensível o ponto em que chegaram suas atitudes. Eu, no lugar do cara, pensaria da mesma forma.

Inclusive – e aqui podem vir alguns spoilers – a questão que Jason (a vá que você não sabia que ele é o Capuz?) levanta é algo que pode muito bem ser levantada mesmo: ao poupar a vida de um psicótico como o Coringa por respeitar um código de honra próprio, quantas vidas inocentes Batman continua colocando em risco todos os dias?

Mas o ponto alto da animação é mesmo o bobo, o joker, o palhaço. Nada do pateta amalucado que apanha sem parar. O Coringa deste desenho é mal, perigoso, letal. Alguém que pode te matar com um copo d’água. Imprevisível, um cara que simplesmente não se pode confiar. E os seus comentários ao longo do filme são de rachar de rir.

Batman : “- Não passa um dia em que eu não pense em fazê-lo sofrer as piores torturas e sofrimentos para finalmente matá-lo.”

Coringa : “- Ahhhhh… Então você pensa em mim!!”

Outra coisa interessante são os pequenos flashbacks que mostram o passado de Bruce e Jason. Legal ver o Robin desde sua infância, como foi adotado, o uniforme de duende evoluindo para o uniforme mais moderno (estilo Tim Drake) e o lado negro do sidekick que vai se revelando ainda sob a tutela da morcega.

A luta final também é muito bem feita, com violência bem explicita. Uma porradaria de se respeitar.
Se devo apontar um defeito é que pra mim não ficou nem um pouco claro que destino teve o antagonista no fim da trama. Quem assistiu e souber elucidar isso pra mim, fique a vontade nos comentários.

Detalhe: A DR no final entre Bats e Jason vai ser um prato cheio pra quem gosta de apontar uma relação pederasta/incestuosa entre a Morcega e Robin.

Enfim, é uma boa animação, nada revolucionário, mas um bom passatempo. Na mesma medida que as animações da Mulher-Maravilha e do Lanterna. To achando bem legal essa iniciativa da Warner/DC.

Quem diria que o retorno de Jason Todd poderia render algo razoavelmente decente.

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