Olá povo, olha eu aqui denovo me intrometendo na coluna dos outros por conta dos muitos trabalhos que o Al Lock como um Ser Supremo que é tem que fazer, dizem as más linguas que ele teve que terminar uma batalha em outra galáxia entre duas raças de monstros pangalácticos. Pois bem, vamos a coluna então:
Quando nos casamos, em nossos votos de matrimonio, dizemos que iremos amar uma pessoa na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, ate que a morte nos separe. Mas quantos estão dispostos a ter um amor além da vida, se dedicar a ele integralmente, se deixar perder dentro desse amor até só existir um único ser? E o que fazer quando encontramos esse amor e ele é tirado de nós pelos caprichos do destino? O escritor
James O’Barr passou por esse dilema, e dessa raiva e dor surgiu sua “ultima carta de amor”, uma obra arrebatadora e que aquece o coração de quem a lê:
O Corvo.
“As pessoas acreditavam que quando alguém morria, um corvo carregava a alma para a terra dos mortos. Mas, às vezes, algo tão ruim acontece, que uma tristeza enorme é levada junto, e a alma não consegue descanso. E às vezes, só às vezes, o corvo pode trazer a alma de volta para consertar as coisas erradas.”
O Corvo é famoso pelo filme protagonizado por
Brandon Lee e que se tornou sinônimo de boa adaptação quadrinhos-cinema, apesar de ter assistido milhões de vezes nunca tinha lido a HQ que deu origem ao filme. Há um tempo atrás tive o prazer de comprá-la em uma edição encadernada e pude conferir o belo trabalho feito nela. A história do personagem todo mundo já conhece, como também do seu autor, mas irei repeti-la aqui: Eric Draven era um guitarrista que vivia no auge do seu amor por Shelley, até serem assassinados por uma gangue. Um ano depois ele retornou do mundo dos mortos para se vingar e trazer justiça a sua amada, sob a proteção do espírito do corvo, ave mitologia que cuida da passagem entre os dois mundos.
O seu criador, James, passou pela tragédia de perder seu amor, de apenas 18 anos, depois de um acidente provocado por um motorista bêbado, se escreveu nos fuzileiros para tentar esquecer, mas a dor e a raiva o consumiam e daí surgiu sua obra prima. E a HQ é uma verdadeira ode ao amor, em meio à violência, sangue e cabeças explodindo. Tentar imaginar o que é perder alguém que se ama, sua alma gêmea, é algo difícil, e toda essa agonia O’Barr consegue expressar em seu texto, em sua poesia gráfica.
No cinema o personagem teve até uma trajetória longa. Seu primeiro filme, já citado, foi um sucesso espetacular (O orçamento foi de US$ 6 milhões, com um arrecadamento de US$ 94 milhões nas bilheterias de todo o planeta), porém, infelizmente culminou com a morte de Brandon Lee durante as gravações. Anos depois surgiu O
Corvo 2: A cidade dos anjos, com uma fotografia bem interessante, mas com uma história idêntica ao primeiro e que se perdeu no decorrer, apesar de que gosto muito dele, a franquia seguiu com o péssimo
Corvo 3: A salvação, tendo como mocinha a Kirsten “MJ” Dunst de Spiderman. Esse ano saiu
Corvo 4: A vingança Maldita com um adulto Jonh Connor de Terminator 2. Além da serie, que já passou na Record, com Mark Dacascos no papel de Eric Draven. De todas essas aventuras, só o primeiro filme conseguiu trazer todo o clima dos quadrinhos, claro, inserindo novas abordagens, como a maior participação da garotinha Sherri e do policial, dentre seqüências atualizadas que ficaram tão boas quanto na revista.
Eu sempre fui fascinado por personagens que vivem na linha entre o caos e a ordem, por isso o Doutor Destino da DC é um dos meus preferidos, e Draven é assim, apesar de todo a dor e caos dentro dele segue uma ordem das coisas onde tudo é branco e preto, sem deixar o caráter poético da vida de lado, sem esquecer seu amor por um momento. Outras histórias foram feitas depois dessa, várias mini-series, desde versões medievais, com negros, com mulheres, de um tudo, algumas até saíram aqui no Brasil, porém nenhuma, em minha opinião, foi tão boa quanto a original.