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A censura nos Quadrinhos parte final: Batman, Super Homem e Mulher Maravilha.

A última parte dessa série sobre censura na verdade foi à matéria de quarta feira passada, mas isso é um segredo que fica somente entre nós. Só estou escrevendo essa matéria por que prometi aos meus cinco leitores que um dia contaria minha opinião sobre a sexualidade do Batman, como vou tocar no assunto, vou incluir também o Super Homem e a Mulher Maravilha no meio da putaria.

Antes de difamá-los, vamos apresentar os personagens começando pelo Super Homem. Criado no finalzinho da década de 30, quando o imaginário popular viajava para novas fronteiras, a ficção estava em alta, os americanos começavam a se recuperar da crise de 29 e Joe Quesada ainda não tinha nascido, os gibizinhos tinham o mesmo preço que uma balinha, não existia videogame e nem putaria na tv, aliás, nem televisão tinha! Ou seja, a molecada se esbaldava com os quadrinhos! Em meio a essa quinzumba toda, Super Homem foi criado calcado no mito do alienígena fodão que viviam em meio aos terráqueos e os ajudava. Os ETs não era inéditos pois Buck Rogers e outras séries da época exploravam bem esse filão, mas era a primeira vez em que se explorou o fato de um desses seres defender a humanidade em vez de tentar domina-la. Todo mundo conhece a origem do personagem, mas poucos sabem que inicialmente ele foi criado para ser um vilão alienígena malvadão e sacana. Em suma, o primeiro super herói do planeta surgia na figura do homem idealizado, o ápice da perfeição física, mental e moral. Outros se inspirariam em seu exemplo, surgindo os super heróis.

No livro sedução dos inocentes, o Super Homem além difundir a idéias erradas sobre as leis da física, era um onanista que não comia ninguém, usava uma capinha vermelha socialista e combatia os capitalistas ricos e só salvava o proletariado pobre e marginalizado. Uma clara alusão à luta de classes. Engraçado imaginar o Lex Luthor da série “52” sendo um empresário bonzinho. Ora, o personagem foi criado em uma época que não existia esse repúdio declarado contra o comunismo, a guerra fria ainda estava longe de começar e se ainda não ficou claro, foi criado por dois pivetes espinhentos que não tinham a mínima noção de política.

Batman também foi criado nessa era de ouro dos quadrinhos onde só a imaginação era o limite. Inspirado pelo Sombra “aquele que sabe o mal que se esconde no coração dos homens”, inaugurava o herói trágico que havia perdido os pais em um brutal assalto, o jovem brucinho passa a dedicar sua vida para lutar contra o crime. Como foi dito na matéria sobre parceiros mirins, Robin foi introduzido nas histórias do morcego para suavizar e humanizar suas histórias, consideradas densas demais pelos editores da época. Para se ter uma noção, o personagem era muito parecido com o Justiceiro de hoje: pregava bala nos criminosos sem dó! Surgia então o primeiro parceiro mirim da história dos quadrinhos. Outros se inspirariam em seu exemplo, surgindo os perceirinhos mirins.

No Livro sedução dos inocentes, os dois eram amantes que pregavam o homossexualismo. Dizia Whertam que os dois personagens apareciam com camisa aberta, em poses suspeitas, inclusive deitados em camas ou enroscados em sofás. O fato do Robin usar sunguinha e raspar as perninhas realmente não ajudava muito. Em minha humilde e correta opinião, o Batman não é gay, nem homossexual. O cara passou por um pusta trauma na infância que o fez treinar obsessivamente para acabar com os criminosos, seu treinamento foi tanto físico quanto mental. Justamente por isso ele não tem tempo para se dedicar ao sexo, seja ele qual for, pois isso o desconcentraria de sua real função no mundo. Em suma, Batman ta cagando e andando para o sexo! Já o Robin…

Agora a Mulher Maravilha vai dar trabalho! Criada pelo psicanalista Willian M. Marston primeiramente em sua tese acadêmica, depois transcrita para os quadrinhos após seu criador perceber o grande potencial educacional das histórias em quadrinhos. Além de ser a primeira heroína da história em uma época que o patriarcado imperava, também foi a personagem mais bem construída psicologicamente e cheia de segundas intenções. Seu criador era um pervertido safado que comia sua estudante Olive Byrne com o consentimento da esposa Elizabeth Holloway, aliás, a personagem nasceu inspirada nessas duas mulheres que se gostavam muito. Era pagã, grega, originária de uma ilha paradisíaca que só tinha mulheres e pregava claramente a supremacia feminina. Aliás, em suas histórias ela deixava os homens submissos pelo seu laço da verdade, de corpo, mente e alma! Suas histórias eram regadas com conotações muito da safada, principalmente quando apareciam outras amazonas que adoravam se enroscar umas nas outras em lutinhas e também simular escravidão, duvida? Olha a imagem abaixo!

“Na ilha paraíso nós brincamos muito com jogos de amarrar, esse é considerado o mais seguro método para se prender os braços de uma mulher…”.

Marston tinha a intenção clara de recriar a sociedade matriarcal em detrimento do patriarcal machista em que vivemos até hoje. Acreditava que “A única esperança para a paz é ensinar ás pessoas que estão plenas de energia e força de vontade, que gozar é o limite… Só quando o controle de si por outros é mais agradável que a afirmação de si próprio em relacionamentos humanos podemos esperar uma sociedade humana pacífica e estável… Dar-se a outras pessoas, deixar-se controlar por elas, submetendo-se a outras pessoas, talvez não possa ser agradável sem um elemento erótico forte. Por isso a Natureza nos dividiu em dois sexos opostos: para encontrarmos o Paraíso um no outro”.

Sua Mulher Maravilha tinha muitos elementos que não pode ser dissociado do sexo ou mesmo taxado de não intencional já que o autor era erudito e pregava claramente isso em seus trabalhos. Foi além da primeira Super Heroína, a primeira personagem famosa criada através de uma perversão sexual! Quando Whertam fala da Mulher Maravilha sem eu livro, diferente do Batman e do super Homem, dessa vez ele acerta tudo! Como assim que livro? Sedução dos inocentes, preta atenção inferno! Em minha humilde e correta opinião, acho até que faltou um pouquinho mais de perversidade da parte dele, afinal só escreveu isso dela:

“A conotação homossexual das histórias da Mulher-Maravilha é psicologicamente irrefutável. Para os meninos, a imagem da Mulher-Maravilha é assustadora. Para as meninas, é um ideal mórbido. Se Batman é antifeminino, a atraente Mulher-Maravilha e suas contrapartes são definitivamente antimasculinas. A Mulher-Maravilha tem suas próprias seguidoras femininas. Suas seguidoras são as meninas que gostam de ‘festejar’, as lésbicas”.

Agora para fechar essa trilogia sobre censura, além parar de encher o saco de vocês, vou provar que sempre existe um castigo para vilões: primeiro o autor Martin Baker destrói cada uma das teorias absurdas de Wertham no livro A Haunt of Fears (1984), mais tarde o próprio autor de sedução dos inocentes refutou suas acusações e até defendeu os super-heróis, dizem inclusive que o próprio psiquiatra teve relações homossexuais na adolescência, provavelmente por isso se dedicou ao seu homofobismo sensurático por falta de coragem de se assumir campineiro. (a coluna é minha eu invento a palavra que eu quiser, cacete!). Ou seja, o Batman não é gay, o super Homem não é onanista, mas a mulher maravilha é sadô.

F.I.M.

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