“Má sorte não é trazida por espelhos partidos, mas por mentes partidas”
Suspiria
A existência do mal é sempre um tema interessante a ser discutido. Não é por acaso que é um tema universal na ficção. Não vem ao caso discorrer aqui sobre as possibilidades de que o mal seja de fato uma entidade, ou que existam pessoas que visem realmente apenas o mal. No gênero de terror, as histórias mais interessantes geralmente envolvem um mal sobrenatural e além do ser humano (que serve como catarse – afinal, fica fácil querer o fim de algo que você acredita não ter chance de redenção, sem se preocupar com nenhum remorso advindo deste sentimento), por isso mesmo as histórias de terror estão cheias de narrativas sobre este “mal”, seja na forma de vampiros, espíritos, zumbis, lobisomens, monstros ou Bruxas. E foram as bruxas o elemento encontrado pelo cineasta Dario Argento representar o mal em um dos seus filmes mais cultuados: Suspiria.
Susy Bannion é uma bailarina que decide aperfeiçoar seus estudos numa das maiores academias da Europa, a Academia de Freiburg, na Alemanha. Chegando lá, ele acaba conhecendo o local, os funcionários e as colegas e tudo parece normal. Até que (obviamente, ou não haveria história) coisas estranhs começam a acontecer na academia, além de mortes de alunos e colaboradores do local. Não demorará muito para descobrir que Susy se meteu em um lugar onde a realidade é regida por um mal antigo e aterrorizante: a Bruxaria.
Embora a filmagem em si pareça datada, é na estética e na narrativa que Suspiria encontra seu ponto forte. Mesmo com uma história simples, o filme consegue ser complexo e diferente, mesmo para os dias de hoje. Para os apreciadores mais novos do gênero, talvez mais acostumados a um estilo mais realista possível, Suspiria pode parecer completamente bizarro e surrealista. Mas é exatamente essa a ideia: fugir completamente do padrão de realismo e apresentar uma fantasia gótica perturbadora, com uma atmosfera onírica tanto na estética visual quanto sonora. Um filme que mais parece um pesadelo. Isso é Suspiria.
Curiosidades:
– Suspiria é o primeiro de uma trilogia de filmes que são e não são ao mesmo tempo uma sequência. Essa trilogia é conhecida como das “Três Mães”, e inclui os filmes Inferno (1980) e Mother of Tears (2007). Os três filmes, apesar de não serem sequências diretas, se passam dentro de um mesmo “universo” onde lidam com um triunvirato de Bruxas ancestrais (sendo que cada filme apresenta uma das “mães”);
– A trilha sonora foi composta toda praticamente pela banda de rock Italiana Goblin;
– Dario Argento está produzindo um remake americano de Suspiria;
– O estúdio japonês Gonzo também anunciou um remake de surpiria, no formato Anime;
– 2 bandas, uma de trash metal norueguesa e uma de gothic rock britânica têm seus nomes por causa do filme. Além disso, diversos álbuns de bandas usam o título do filme.
Na próxima Madrugada:
Um clássico cult para a Semana do Rock do Uarévaa: Rocky Horror Picture Show.