“O jazigo do terror está prestes a abrir”
Não dá para falar de quadrinhos de terror hoje em dia sem lembrar da editora que basicamente “criou” o terror em quadrinhos na América e que foi influência para todas as gerações que se seguiram, a EC Comics. Referência não só nos quadrinhos, mas também em outras mídias, tendo inspirado uma serie de filmes, séries de TV até músicas até os dias de hoje. A partir do post de hoje, você vai conhecer um pouco sobre a história desta que é uma das editoras americanas mais influentes (artisticamente falando) que já surgiram.
Tudo começou quando a All-American Publications (responsável pela criação de personagens conhecidos como o Flash original, o Lanterna Verde, Gavião Negro, Mulher Maravilha, entre outros) se fundiu com outras duas editoras para formar a DC Comics em 1944. Max Gaynes, que fora editor da All-American Publications, após esta fusão continuou com os direitos da HQ Picture Stories from the Bible, e então iniciou uma nova empresa com o objetivo de vender quadrinhos sobre ciência, história e a bíblia para escolas e igrejas. Nascia assim a Educational Comics (Quadrinhos Educacionais, em inglês).
Mas a tragédia logo acometeria Max que, em 1947 morreria em um acidente de barco. O filho de Gaines, Willian, na época fazia parte da United States Army Air Corps (precursora da Força Aérea Americana) e, só voltou para sua cidade natal para terminar os estudos, onde pretendia lecionar química. Acabou assumindo os negócios da família em 1949 e 1950, quando começou a introduzir diversas séries em quadrinhos que fugiam um pouco (alguns completamente) do objetivo original da empresa, tendo foco no terror, suspense, sátira, ficção científica, militar e criminal.
Com a ajuda dos editores Al Feldstein and Harvey Kurtzman, a editora se beneficiou com os artistas que eram designados por eles para as histórias (tendo nomes como Frank Frazetta e Wally Wood), escritas geralmente pela dupla de editoras, sendo mais adiante auxiliados por outros roteiristas, entre eles, Otto Binder (que é bastante conhecido pelo seu trabalho na Fawcett Comics com o Capitão Marvel, mas que escreveu outros personagens conhecidos em seus primórdios, como Tocha Humana original, Namor e Capitão América, além de ter trabalhado também nos títulos do Superman para a DC). E assim, a Educational Comics deixou o “Educational” do nome, que foi substituído por “Entertainment”, nascendo assim a EC Comics como a conhecemos.
A editora possui muitos méritos em sua criação. Foi a primeira editora a ter uma relacionamento mais direto com seus leitores através de cartas ao editor e sua organização de fãs. Além disso, foi uma pioneira em promover seus artistas como indivíduos, creditando-os nas histórias e incentivando os mesmos a assinarem seus trabalhos para a editora, encorajando-os a desenvolver seus próprios estilos de desenho. Até então era uma prática comum na indústria de quadrinhos ocultar os créditos da maioria dos artistas (com exceção de alguns específicos, como Bob Kane e a dupla Jack Kirby-Joe Simon).
Curiosidades:
– Max Gaines foi um dos pioneiros do format comic book, tendo feito parte da gênese dos quadrinhos americanos com Famous Fannies: A Carnival of Comics, que é considerada pelos historiadores como a primeira HQ americana;
Harvey Kurtzman, um dos editores da EC é mais conhecido por ter sido o criador da revista MAD (que existe até hoje).
Na próxima Madrugada:
Continuamos a conhecer um pouco mais da EC Comics e seus títulos mais famosos em A história da EC Comics – Auge.