Após 16 anos da morte de Renato Russo, a banda Legião Urbana, que arregimentou uma grande massa de jovens fãs pelo Brasil inteiro, subiu mais uma vez aos palcos, agora, para prestar uma homenagem não só ao seu frontman e grande letrista e sim, à toda a história da própria banda.
Senhores: Nunca serão, Jamais serão!
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Por Vini
Com um tributo especial realizado pela MTV, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá voltam a tocar juntos, com participações especiais de outros músicos, mas… o show especial da banda trouxe uma grande polêmica: Para o vocal, foi escolhido apenas uma pessoa: a de Wagner Moura, o ator que viveu o Capitão Nascimento entre outros no cinema.
Mas será que essa estranha “química” realmente deu certo?
O show foi realizado nessa Terça-Feira, dia 29/05 e transmitido pela TV. Acompanhei a transmissão ao vivo do show enquanto via a reação do público pelo Twitter e me parece que essa escolha não só desagradou muita gente, como fez com que todos fizessem a mesma pergunta: “Por que Wagner Moura?“.
Não sei ao certo como foi o processo de escolha, se a banda teve alguma participação nisso ou foi apenas uma imposição da própria MTV ou de qualquer outra “força oculta do universo”, mas o caso é que essa escolha causou muita controvérsia.
Em uma pesquisa recente, feita pelo site do MSN, uma grande parte do público (39%) adorou a ideia, 16 % achou mediano, que ele tem presença de palco e carisma, mas não canta bem e 21% não curtiu o ator como vocalista, e que ele comprovou que como cantor é mesmo um grande ator! E só pra fechar a conta, outros 24% não viram ou não se interessaram por isso…
Wagner, antes mesmo do show já se defendia ao dizer que se sentia justamente como um fã que é escolhido para fazer uma palhinha com uma grande banda e que o público deveria viver a experiência como se fosse um deles a estar ali cantando. O problema é que muitos fãs não viram a coisa dessa maneira.
“Substituir” alguém com o calibre de Renato Russo é uma missão inglória e, quiçá, impossível de se realizar e acho que foi exatamente aí que ferraram com a possibilidade de se fazer algo realmente relevante como tributo a banda. Eu sei que a Legião não era apenas o Renato, porém sua presença sempre foi muito forte e seria bem mais simples realizarem um show com não só um, mais vários cantores se revesando no palco. Artistas como Emicida, Seu Jorge, Marina Lima, Crioulo, Tico Santa Cruz, podiam até chamar o vocalista do Cathedral ou até aquela galerinha que faz cover da banda a tantos anos para prestigiar não só essas pessoas como fãs, mas para que cada um desse sua versão, seu estilo e uma releitura nas músicas. Na verdade, até o próprio Wagner Moura declarou que a banda deveria ter olhado para esse lado!
Várias pessoas ligadas a música devem ter questionado e possivelmente foram contra a escolha do artista no especial. Um dos nomes que também discordou da presença de Wagner Moura no show é ninguém menos do que Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo, que em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, disse que queria colocar artistas contemporâneos para novas releituras, para alcançar as novas gerações.
Djalma Ramos, vocalista da banda cover Legião Urbana Dois, disse que não entendeu ainda o propósito da participação do ator e que, antes do show, esperava algo convincente. Ele lembrou ainda que nenhuma obra em conjunto pode ser decidida unilateralmente.
Não sei se o fato de Wagner Moura ter interpretado Renato Russo no filme Vip’s foi o grande motivo para a escolha. Tá certo que o ator teve certa presença de palco e, como fã, conseguiu passar emoção durante as músicas, mas que fã não ficaria emocionado com isso?
Sinceramente, eu ouvi/vi o show e achei em certos momentos algo muito bom. Ouvir novamente as canções que eu era aficcionado quando era adolescente foi muito legal, mas não há como negar que em certos momentos era constrangedor…
A voz “falha” de Moura não é lá aquelas coisas, ele pode até ser considerado um vocalista regular, mas na minha opinião, ele mais errou do que acertou durante o show. Parecia um daqueles shows que você assite num barzinho com uma banda razoável. Foi o tipo de show que eu não pagaria os R$200,00 pedidos, nem pela importância histórica da reunião, que no final foi algo que ficou longe de ser memorável. Pra falar a verdade, acho que nem renderia um DVD ou CD disso. Eu pelo menos, nunca compraria.
É lógico que vão ter fãs do ator, bem como da própria Legião (ou Religião Urbana?) que vão jogar pedras nesses meus comentários, mas fazer o quê… verdade seja dita, não passou do tributo mais chinfrim que assisti em toda a minha vida!