Uma das grandes revoluções que o Youtube e outros sites de compartilhamento de vídeos proporcionou foi a possibilidade de criadores de audiovisual mostrarem seus trabalhos sem a necessidade de grandes redes de televisão nem do cinema. Muita coisa legal tem saído disso, desde músicos independentes que podem postar vídeos de suas músicas, fanfilmes de endoidar a cabeça de qualquer nerd, muito besteirol, e, de vez em quando, produções caprichadas que podem dar asas à imaginação de gente criativa.
No último grupo está o caso da websérie The Vault (O Cofre).
Os cineastas Aaron Hann e Mario Miscione, com o apoio de Mark Cuban (milionário americano responsável por produzir vários programas e filmes na gringa, entre eles Sharknado e O Enviado) e da AXS TV, criaram a web série que estreou no seu canal do Youtube em agosto de 2010. O último dos 16 episódios, de aproximadamente quinze minutos cada, foi postado em setembro de 2014. Em 2013 The Vault ganhou o prêmio HollyWeb de melhor Web Série.
Praticamente toda a série é gravada em apenas um ambiente – a sala branca – que foi criada no apartamento de Miscione. Assim, todas as diferentes salas na realidade utilizaram o mesmo ambiente para a filmagem, mudando apenas os utensílios no seu interior. O elenco é formado por jovens estudantes de artes cênicas que fizeram o filme na camaradagem, para criar portfólio.
Má o que que é essa porra tio Moura?
The Vault se passa em 2016 (opa, estamos aqui) e conta a história de um reality show que reúne estudantes de diferentes universidades americanas, confinados individualmente em salas brancas, cada uma com um enigma diferente para ser desvendado. Cada participante, aparentemente, tem uma função e precisa resolver o significado da sua sala para vencer a competição, dentro de uma semana. Acontece que cada enigma de cada sala completa um grande quebra cabeças que vai levar à solução. Mas algumas coisas podem acabar saindo do controle.
Interessante, tio Moura. E é batuta?
A série é bem legal, apesar de depois de algum tempo se enrolar em alguns erros. Como ela propõe uma série de mistérios, alguns podem acabar ficando sem solução. Isso não tira o mérito dela, que apresenta sim uma trama cheia de reviravoltas interessantes, conforme os participantes vão desvendando as ligações entre as salas. Se posso apontar um problema – e vou – está na continuação do parágrafo. Selecione o texto para ler, ou leia depois de ver a série, pois tem Spoilers: Quando a série tenta se tornar mais grandiloquente do que se propunha no início, muito da parte do game perde o sentido. E é aqui que a série diminui quase toda sua força. As soluções dos enigmas quase não tem mais importância, um novo grande mistério, totalmente alheio a trama que vinha se desenrolando surge, e não recebe uma explicação maior, se mantendo preso a uma metáfora que não fica nem um pouco clara no fim das contas. Diria que é o famoso caso do final de Lost, e pode deixar muita gente decepcionada. Eu me incluo nessa turma.
E vale a pena assistir então?
Olha, vale sim. A série, os cliffhangers, a direção, a narrativa, tudo é uma boa aula de como fazer audiovisual. Mesmo com seus defeitos, The Vault é uma boa experiência e ainda pode ser visto rapidamente, graças à curta duração dos episódio – exceto o final, mais longo, com um pouco mais de meia hora de duração.
Gosti! E onde eu posso ver isso, tio Moura?
Enfim, aqui embaixo está o link do da playlist dos episódios de The Vault para vocês conferirem:
Ainda dá pra saber mais da produção no site da produção.
O legal é que a web série abriu um baita caminho para Hann e Miscione, e a dupla de criadores conseguiu emplacar o longa Circle. Nesse suspense, 50 estranhos acordam dispostos em um círculo, e descobrem que a cada dois minutos um deles irá morrer. O filme está atualmente no catálogo da Netflix Brasil.
Confira abaixo o trailer:
Quando eu assistir, faço uma resenha 😉
Até o próximo episódio
