No último sábado, 14 de maio de 2016, foi confirmada pela família a morte do artista Darwyn Cooke em decorrência de um câncer agressivo em estado avançado. O criador de trabalhos como DC: A Nova Fronteira faleceu aos 53 anos deixando um legado de grandes histórias e o resgaste de um estilo bem particular de desenho e narrativa.
Quem acompanha o Uaréva! há mais tempo sabe o quanto gostamos do trabalho de Cooke, fizemos até um podcast exclusivo sobre A Nova Fronteira e eu, particularmente, sempre o elogiei e comprei suas revistas. Ele é um artista fabuloso em seus traços, revisitando e revigorando um tipo de forma de desenho vinda dos primórdios dos quadrinhos de super-heróis e que traziam não só na arte como nos roteiros todo o espírito que fomentou e fez o sucesso desse gênero de HQs. O ar ingênuo, juvenil, alegre e de tons altruístas, simbólicos e inspirador foi a marca de tudo que o canadense fez.
Ele passou por histórias da Mulher-Gato, fez um revival do Spirit (célebre personagem do Will Eisner) e, entre outros trabalhos, atualmente fazia a série adaptação da literatura Richard Stark’s Parker: The Hunter. Mas foi com A Nova Fronteira que seu nome ficou marcado na história dos quadrinhos e da DC Comics. O trabalho que refazia na sua visão o cânone heroístico da editora deu novo frescor a personagens com décadas nas costas e, pelo menos pra mim, deu gosto a ler novamente esse tipo de história. Pena que a DC negou ao artista seu pedido de fazer uma revista própria como uma tipo de universo ultimate paralelo a cronologia oficial alegando não querer “imitar” a Marvel Comics que anos antes tinha feito o mesmo – para anos depois fazer o selo Terra Um que era a mesma coisa. Curiosamente, tempos depois a história virou uma bonita animação.
Independente de qualquer coisa, o estrago já estava feito na mente e corações dos fãs de quadrinhos, tanto foi e é seu sucesso que anos depois a editora o convidou para fazer capas variantes de todas as revistas publicadas em dezembro de 2014.
O Uaréva! deixa seus pêsames a família e seus fãs e que sua obra viva anos, décadas, séculos além de sua existência física nesse mundo. Pois, Darwyn Cooke não era somente um desenhista, um roteirista, muito menos o artista que morreu de câncer, era um homem que pensava além do que o padrão atual colocava, alguém além da fronteira. Descanse em paz.