Uaréva! Primeiras Impressões Primeiras Impressões: Demolidor – A Série

Primeiras Impressões: Demolidor – A Série


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A jornada de um herói desde a decisão de iniciar sua missão até sua estabilização na função é sempre o caminho normal em primeiros filmes e seriados sobre um personagem dos quadrinhos. Na série do Diabo de Hell’s Kitchen não é diferente.

Com classificação 18 anos, em uma plataforma on demand como a Netflix e tendo o lançamento de sua temporada de uma única vez, o Demolidor produzido em parceira com a Marvel Studios não passa nem perto do realizado pela Fox e com o Ben Afleck como protagonista. Aqui a tônica é a proximidade de um universo mais realista, ligado ao gênero policial, e que respeita os quadrinhos nos quais se baseia.

A medida que ia assistindo a série me sentia lendo uma edição de Graphic Novel a cada episódio, me aprofundando na bem realizada construção de personagens, situações e desenvolvimento tanto de Matt Murdock (Charlie Cox) como vigilante e do âmbiente Nova Iorquino pós acontecimentos do Universo Cinematográfico, em especial Vingadores. Citações a Thor, Homem de Ferro e outros heróis e a batalha do filme de grupo são realizadas de uma forma orgânica e sutil – assim como a outras organizações e personagens até então inéditos no MCU.

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Tenho que destacar também as sequências de ação, focando no parkour e na preocupação de mostrar realmente a luta, diferente de produções que usam do corte para esconder o que acontece.

Temos um Wilson Fisk visceral, contido e ao mesmo tempo intenso pelas mãos de Vincent D’Onofrio; uma Karen Page carismática, bela e bem atuada por Deborah Ann Woll e a dupla Nelson (Elden Henson) e Murdock ( Charlie Cox) defendendo muito bem seus personagens. Ainda contamos com a beleza e competência de sempre de Rosario Dawson como Claire Temple.

Enfim, uma série que merece ser assistida e já nasce clássica, marcando com força seu espaço nas adaptações de quadrinhos para o universo audiovisual e abrindo muito bem o novo ramo da Marvel no campo da “televisão”.

Obrigado Marvel, obrigado Netflix, por mostrar que é possível fazer uma série fodona de super-herói urbano respeitando os quadrinhos e ainda ter uma boa ousadia quando é preciso. Que venham Jessica Jones, Cage, Punho de Ferro, Defensores e a segunda temporada do Homem Sem Medo.

Jornalista, Mestre em Comunicação, autor dos livros O Maior Espetáculo da Terra (Editora Penalux, 2018), MicroAmores (Escaleras, 2020) e Grãos de Areia (Urutau, 2022)