O DIA EM QUE O MUNDO MUDOU
Se torna até irônico exatamente neste dia surgir a noticia de um lançamentos lançamentos da mesma editora que publicou os Supremos que me remeteram imediatamente a essa mudança no status quo pós-11 de setembro: X-Men Noir, “primeira minissérie da linha Marvel Noir, que levará os personagens da editora a aventuras policiais típicas da pulp fiction dos anos 30: brutais, de moral dúbia, envolvendo detetives particulares e femme fatales na atmosfera esfumaçada da época. O roteiro da mini é de Fred Van Lente e os desenhos de Dennis Calero. Em entrevista ao site Comic Book Resources, Van Lente explicou que os X-Men deste mundo vieram do reformatório, onde foram educados por um Professor X do Crime, e agora lutam contra o Chefe de Detetives de Nova York, Eric Magnus”. (Fonte: Omelete)
Heróis de moral dubia e brutais sempre existiram, isso é fato, mas ver super-heróis que sempre foram símbolo de justiça e liberdade sendo colocados nesse cenário me causa uma sensação estranha. Afinal, se tornou fetiche, moda, querer ver simbolos darkzados? Até com o Superman querem fazer um filme mais sombrio por conta do sucesso do Dark Knight de Nolan e sua visão de um mundo em caos e a necessidade de um herói que saiba viver nesse caos. Guerra Civil, Invasão Secreta, Crise Final, todas megalançamentos das principais editoras do mainstream quadrinhistico, são obras que também dialogam com essa coisa de uma contemporâneidade a beira da destruição, sobre a ameaça de seres desconhecidos que nos atacam quando menos esperamos, para mim são claras influencias do ambiente que tivemos nos últimos sete anos de guerras, desconfianças, monitoramento e tensões. Com diz uma amigo meu:” Até o Capitão américa morreu”, ou seja, as coisas são diferentes hoje em dia.
Lembro quando vi na televisão o atentado e pensei, como muitos, que parecia um filme, uma ficção, algo que nunca se imaginaria de ver, ainda hoje em dia o sentimento se permanece em todo o mundo, e anos depois essa ficção real se transportou para o mundo imaginário que sempre foi escape. Não digo que não se devia ter algo do 11 de setembro nas produções, mas o que me encomoda é o excesso de influência, a mania de se deixar de lado o carater mais fantasioso, escapista, e inocente do mundo dos heróis. Para mim, fã de quadrinhos, o sentimento da inocência que existia também se perdeu, afinal depois de uma Invasão Secreta vem por aí um Reino das Trevas, e muita coisa do qual eu gostava antes também se escorre como fumaça de escombros de torres caídas.
Por Jack Starman