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Liga da Justiça: Ponto de Ignição

Nosso espaço para os posts dos leitores está de volta com uma análise do Herisson Ferreira Costa sobre a animação da Warner Liga da Justiça: Ponto de Ignição, baseada na série homônima da DC Comics. Confiram.

Maneirinho, é o que posso dizer sobre a animação The FlashPoint Paradox ou na nossa tradução, Ponto de Ignição. De início nos deparamos com uma fórmula já bem manjada para nós, que é um acontecimento traumático na vida de um herói quando jovem, temos um breve resumo das suas motivações e já partimos para a ação.
Caso você esteja meio perdido, o centro da trama é o Flash. Haaaa, se assim como eu, você está cagando para os Novos 52, é bom lembrar que se trata do Flash original, o Barry Allen. Pois bem, como já foi dito, já nos primeiros 10 minutos somos jogados na “ação”, digo ação entre aspas, pois, venhamos e convenhamos o Flash, apesar de ser um dos personagens que eu mais gosto (estou falando do Wally West) tem a galeria de vilões mais tosca que existe (mas, essa é minha opinião fecal) salvo o Flash reverso, que finalmente aparece nos fazendo achar que uma boa história finalmente vai ter início, o que não ocorre. Todo mundo é preso, mas antes disso o Flash do mal (rsrs) joga uma piadinha para o Flash do bem, que fica meio sentido e sai correndo, e sem mais nenhuma explicação vai parar em uma realidade alternativa.

Nessa realidade, a Mulher Maravilha ainda é uma amazona fanática e está em guerra contra o mundo, mas principalmente contra Atlântida, vale dizer que ela teve um rolo com o Aquaman e que essa truta (entendeu? entendeu?) que ela tem com ele é puro recalque. Os dois brigam entre si e contra o mundo, que está todo ferrado por causa disso.

Agora finalmente vem uma das partes mais interessantes. Como sempre nessa realidade existe uma Resistência, e um dos membros é o Batman, porém, esse é o Thomas Wayne, que há muito tempo teve seu filho assassinado e devido a isso sua esposa se torna o Coringa (essa é a única cena dela), mas isso não vem ao caso, pois o foco aqui é o Batman que usa arma e não tem nenhum remorso em matar bandidos. O que só me faz achar que a família Wayne está destinada, ou a serem psicóticos depressivos ou a serem futuras vítimas de bandidos.

Referencia ao Piada Mortal, onde um dia ruim pode deixar qualquer um louco.
De forma meio chata e arrastada, o enredo vai se desenrolando. Todos lutam contra a Mulher Maravilha e contra o Aquaman, antes que eles destruam o mundo de vez em sua guerra, vale lembrar que devido a ser uma realidade alternativa Barry não tem poderes, mas, com a ajuda do Batman, para ajudar seus amigos ele recria o mesmo acidente (se é que isso é possível) que o fez ganhar os poderes.
Conversa vai, conversa vem, descobrimos que o causador dessa nova linha do tempo foi o próprio Flash, que ao voltar no tempo para salvar sua mãe (lembra, lá no começo quando ele saiu correndo?) ele desencadeia uma pequena onda de acontecimentos que levaram a todas aquelas distorções. Tudo isso é explicado pelo Flash do mal, que descobrimos também estar nessa realidade, a única coisa que ele não explicou, foi como sabia de tudo isso, o que me leva a crer que a DC cagou pra qualquer explicaçãopseudociêntifica.
Pra falar a verdade à coisa mais legal dessa animação foi o fato de Kal-El não ter caído em uma fazenda e sim no meio de Metrópoles, destruindo parte da cidade, onde ao invés de ser capturado pelo governo e ser transformado em uma arma, na verdade ele foi criado em uma “jaula” sem nunca ter ter visto a luz do sol, o que dá a ele uma aparência esquelética, frágil, com uma personalidade assustada e de dar pena. Sério, me deu pena quando o Flash ao chama-lo de amigo o fez perguntar: Você me chamou de amigo?

Novamente conversa vai, conversa vem, o Flash descobre que a única forma de acabar com aquela guerra é evitando que ele próprio salve sua mãe, então sem mais nenhuma explicação, ele sai correndo como se soubesse exatamente o que estava fazendo (claro, ele já deve ter feito isso milhares de vezes), entra em um túnel do tempo, vê ele mesmo correndo para salvar a mãe e coloca o pé na frente (rsrsrs), evitando assim toda aquela zona.

De forma chata, arrastada e repleta de frases e argumentos clichês, aos poucos fui me questionando se realmente valeu a pena comprar por R$ 30,00 Dilmas essa animação. Não, realmente não se compara nem mesmo com os desenhos da Liga em outras realidades. Não tem a mesma qualidade narrativa de Batman Ano Um e o Barry Allen é um cara bem chato. Os traços diversas vezes lembram desenhos japoneses e como eu já disse, ele é lotado de frases feitas.

Até acho que a DC Comics está sim perdendo a noção de como se faz HQs de qualidade (esse também é o mesmo problema atual da Marvel), e sim, também acho que ela não faz ideia do que será de seu futuro cinematográfico com heróis (já a Marvel não tem esse problema), mas não acho que em termos de animação ela esteja perdida, muito pelo contrário. Até acho que nos últimos anos ela tem acertado, o problema mesmo foi que ela estava esse tempo todo vendendo essa animação em particular como a mais foda de todos os tempos, fazendo alguns até acreditarem que ela tinha alguma coisa parecida com Crise nas Infinitas Terras. Cara… não é nada parecido e está longe disso (até porque Crise é outro lixo, Ratinhoooo).
Enfim, é só mais um desenho como outro qualquer, algumas coisas me agradaram, outras não, e outras não fizeram a mínima diferença. Talvez os quadrinhos sejam melhores (o que eu duvido). Se fosse para eu dar uma nota, que é o que eu vou fazer, um 6,5 estava de bom tamanho.

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