(0bs.: Este texto foi publicado originalmente como uma postagem no meu Facebook. O que é escrtito aqui não reflete necessariamente a opinião de outros membros do blog. Vale lembrar que o Uarévaa é um grupo e cada um tem sua própria forma de pensar)
Acho que todo mundo aqui sabe que eu não acredito em deus, nem em nenhum tipo de misticismo, sobrenatural, esoterismo ou coisas do tipo (e tudo bem, você pode me condenar e achar que eu vou pro inferno por conta disso, ou achar que eu tenho algum trauma de infância, eu não levo pro lado pessoal, mesmo).
Mas eu acredito eu outras coisas.
Acredito no ser humano (sim, eu sei…).
Acredito no futuro.
E acredito que uma sociedade melhor para todo mundo é possível.
E, embora eu não considere o Natal per se uma época sagrada, existem coisas que eu, de fato, considero “sagradas” num sentido mais secular, ou seja, coisas que tem um profundo significado e valor para mim.
Todas estas coisas que considero sagradas (que não são muitas, é verdade) podem ser resumidas a dois conceitos complementares:
Vida e liberdade.
Para mim, a vida é a coisa mais sagrada. Não só a vida no sentido biológico, claro, esta é a primeira camada; mas para o ser humano a vida é mais do que isso: é poder realizar seu potencial (seja ele qual for), fazer as coisas que gosta, tomar suas próprias decisões, acertar E errar, e por aí vai. É viver uma vida plena, sem amarras mentais.
Não há como se ter uma vida plena (da forma como eu entendo e resumi aqui, claro) sem liberdade. É por isso que vejo estes dois conceitos como complementares. Ou seja, para mim, liberdade é uma extensão do direito à vida em um mundo ideal.
É claro que o meu conceito de liberdade é diferente do conceito que permeia o senso comum: não é “fazer o que quiser, quando quiser”, e sim ser livre para pensar como quiser e tomar a decisão que quiser, mas tendo consciência de que se é um indivíduo vivendo numa sociedade, e que cada decisão e ação tomadas refletem na vida de outros. Quer dizer, até é, de certa forma, fazer “o que quiser”, mas com a maturidade e responsabilidade para assumir as consequências de suas decisões e encarar seus erros de frente.
Nenhum destes conceitos é novo. De fato, são tema da filosofia, da religião, das histórias e até da ciência desde que o mundo é mundo. A diferença é que eu concordo com estes conceitos por que os entendo racionalmente, e entendo as possibilidades e consequências destes dois conceitos. Eu poderia discorrer muito mais sobre eles, mas não é exatamente esta a intenção deste texto.
Vida e liberdade. Pra mim, tudo se resume a isso.
Por isso, se eu puder ter um desejo para o próximo ano, ainda que apenas como exercício de otimismo (pois é um desejo utópico para o mundo de hoje, eu admito), é que todos possam viver livres, sem precisar tirar nem a vida nem a liberdade de outros.