Fala, molecada!
O Tira de Letra de hoje vai falar sobre um cara que provavelmente você já conhece, mas nunca é demais falar sobre tiras que são boas, certo?
Eu ainda não havia pensado em falar sobre Macanudo! e apesar de já ter lido as tiras na Folha de SP e ter gostado bastante, tive a oportunidade de conhecer mais sobre o artista no evento HQ em Pauta e, sem sombra de dúvida, pode ser que ele seja considerado num futuro não muito longínquo um próximo Schulz. Só que latino-americano!
O argentino Ricardo Liniers Siri, está hoje com aproximadamente uns 37 anos, e começou a trabalhar com tiras para um grande jornal da Argentina, o “La Nación“, em 2002. Nessa época, Liniers disse que ficou desesperado com a ideia de publicar tiras, pois não sabia se iria conseguir desenhá-las todo dia! E acho que é o que passa na cabeça de muitos tirinistas.
Vocês lembram que eu comentei no especial sobre tiras, que depois que você faz as primeiras, tudo vai fluindo aos poucos?
Pois é, em alguns casos o que começa como um desafio acaba se tornando uma prazerosa rotina. Foi o que acanteceu a Liniers que hoje produz muito e o resultado desse esforço aparece quando a gente vê que seu trabalho ultrapassou as fronteiras do seu país de origem e agora caminha para se tornar um sucesso mundial! Livros compilando “Macanudo” já foram lançados no Peru, Espanha, Canadá e França e no Brasil (lançado pela editora Zarabatana Books).
Vocês lembram que eu comentei no especial sobre tiras, que depois que você faz as primeiras, tudo vai fluindo aos poucos?
Pois é, em alguns casos o que começa como um desafio acaba se tornando uma prazerosa rotina. Foi o que acanteceu a Liniers que hoje produz muito e o resultado desse esforço aparece quando a gente vê que seu trabalho ultrapassou as fronteiras do seu país de origem e agora caminha para se tornar um sucesso mundial! Livros compilando “Macanudo” já foram lançados no Peru, Espanha, Canadá e França e no Brasil (lançado pela editora Zarabatana Books).
“Macanudo” significa algo como “bacana” na gíria dos argentinos. E é exatamente isso que as tiras são. Bacanas. Algumas são tão regionais e pessoais que talvez você não ache graça ou razão para aquilo, mas não se esqueça que assim como o autor, existem milhões de pessoas que passam pelas mesmas coisas nessa vida. Como essa tira por exemplo:
Se aprofundando mais nas tiras, você consegue perceber que algumas são direcionadas mais ao pensamento, Liniers bebe na fonte de Charles Schulz e produz tiras bem filosóficas, mas também consegue arrancar muitas risadas de situações cotidianas.
Apesar de falar sobre o cotidiano das pessoas, alguns de seus personagens não são nada “humanos”, mas se encaixam perfeitamente como exemplos de gente, como é o caso dos pingüins, que a gente pode traduzir como sendo a idéia de uma massa comunista ou de um grupo de pessoas que se tornam unidos por um ideal ou característica social.
Além deles, têm duendes, monstrinhos, o gato Fellini e até pessoas comuns, porém esquisitas.
Liniers coloca situações familiares, provavelmente vividas por ele mesmo, nessas tiras e talvez a menina chamada Enriqueta seja um reflexo de uma de suas filhas.
É nessa parte que a gente percebe suas influências, como “Peanuts”, “Calvin & Haroldo” e “Mafalda”. As crianças têm realmente aspecto de crianças, falam e se comportam como uma, mesmo que delas saia uma pérola de sabedoria, às vezes incomum pra maioria dos adultos, mas sem descaracterizá-las como crianças. Isso pode muito bem acontecer, quem tem filhos ou convive com crianças sabe disso.
Liniers é formado em publicidade e partiu para a área de ilustrações, em 99 começou a publicar seus primeiros quadrinhos. Desenha com lápis, nanquim e aquarela. Seu humor é sutil, às vezes bobo, é sensível e otimista e existencialista na maior parte do tempo.
É por isso que acaba se tornando uma grande tira de sucesso!
Agora um dado curioso. No mínimo insólito!
O sexto volume de Macanudo! tem uma tiragem de 5 mil exemplares e todas as capas vieram em branco! Sim, pequeno padawan, mas isso não foi relaxo da editora, não. É que Liniers vai autografar todos os exemplares, desenhando à mão, um por vez.
Na sua passagem pelo Brasil, ele já havia desenhado 1.300 capas!
Não sei se podemos chamar isso de generosidade ou de um dos melhores marketings da história em quadrinhos!
Para saber mais: